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Montezuma Cruz

Rã da Amazônia pode trazer cura para diabetes


Por Chico Araújo, da Agência Amazônia

Espécie estudada é um tipo aquático presente da região do Pantanal e da Amazônia.

Quase dois anos após a Agência Amazônia denunciar que biopiratas vendem uma espécie de rã da Amazônia, a Dendrobates castaneoticus, um grupo de cientistas da Irlanda e dos Emirados Árabes anuncia experiências com outra espécie brasileira.

Remédios feitos a partir das secreções da Dendrobates castaneoticus são vendidos livremente na internet. Isso ocorre porque, em 1995, exemplares da espécie — levados para os Estados Unidos com autorização do Ibama — foram roubados do Zoológico de Oklahoma.

Desta vez, os experimentos foram feitos com uma rã da espécie Pseudis paradoxa, um tipo de rã aquática presente na região do Pantanal. Eles descobriram que secreções da pele dessa rã podem ser usadas para o tratamento de diabetes tipo-2, de acordo com pesquisa anunciada nesta semana na Conferência Anual da organização britânica Diabetes UK, em Glasgow, na Escócia. A espécie também é encontrada na Amazônia.

Cientistas das universidades do Ulster (Irlanda do Norte) e dos Emirados Árabes Unidos testaram uma versão sintética do composto pseudin-2, que protege a rã de infecções, e descobriram, em testes de laboratório, que ele estimula a secreção de insulina em células do pâncreas.

A experiência não registrou a presença de efeitos colaterais.

A versão sintética mostrou-se mais eficaz no estímulo de insulina do que o composto natural, abrindo caminho para seu potencial desenvolvimento como um medicamento para o tratamento de diabetes.

A diabetes tipo-2 costuma ser associada à obesidade e se desenvolve porque o organismo não produz insulina suficiente, ou quando a insulina produzida não trabalha de maneira adequada.

Com isso, o paciente não consegue regular os níveis de glicose no seu sangue de maneira apropriada.
O chefe da pesquisa, Yasser Abdel-Wahab, da Universidade do Ulster, disse que foram feitas várias pesquisas com moléculas bioativas de secreções da pele de anfíbios.

Um estudo recente desenvolveu um medicamento para a diabetes a partir de um hormônio da saliva de um lagarto encontrado no sudoeste dos Estados Unidos e norte do México.

A espécie Pseudis paradoxa é conhecida por sua alteração de tamanho com o passar do tempo. Os indivíduos começam a vida como girinos de até 27 centímetros antes de encolher para cerca de 4 centímetros quando adultos.

Fonte: (Envolverde/Agência Amazônia)

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