Domingo, 24 de novembro de 2013 - 00h01
MONTEZUMA CRUZ
Cada vez mais convence-me a tese, segundo a qual, todos os iguais são iguais perante a lei. Estivessem trancados numa cela pobres ladrões de feira ou de supermercado, quem estaria preocupado com o estado de saúde deles? No entanto, sobra preocupação com a situação dos corações amargurados dos que se consideram presos políticos.
Diz o jornalista André Gustavo Stumpf no Correio Braziliense deste sábado, 23: “O ex-presidente Lula limitou-se a comentar que não poderia julgar decisões do Supremo. A presidente Dilma se calou. Apenas mostrou preocupação com a saúde de José Genoíno. Os dois nomearam os procuradores-gerais que encaminharam as denúncias (na Ação Penal 470, chamada de mensalão). Não há brecha para argumentar que o julgamento foi viciado ou que os juízes tinham essa ou aquela tendência política. Todos os protagonistas são filhos de 11 anos de administração do PT. Resta espernear”.
Não vejo cabimento na crucificação apenas dos atuais ocupantes das celas modificadas para receber ilustres presidiários. Fique claro: amanhã ou depois a Papuda receberá mais políticos dessa sigla encastelada no Palácio no Planalto e de outras, igualmente sujas, apanhadas com a boca na botija e hoje arrependidos por torrar dinheiro público em sujas campanhas políticas. A propósito: cadê os mandatários dos bancos estaduais, que usaram dinheiro em campanha e até hoje não foram comer a xepa na prisão?
O noticiário da semana mostrou, nas suas entrelinhas, o detalhe da diferença entre a cela ocupada por políticos e as demais, em Brasília mesmo e no restante do País. Há privilégio sim: suas excelências não se submetem à humilhação de se agachar para as necessidades fisiológicas; sentam-se no vaso, algo novo no cenário. E registre-se: não foi por força daquela produtiva e esclarecedora CPI levada a cabo pelo deputado federal Domingos Dutra, do Maranhão. Grande parte dos presídios têm latrinas semelhantes àquelas do presídio de Ouro Preto (MG), onde ficaram os inconfidentes mineiros, esses sim, presos políticos de verdade.
Enquanto parentes de detentos viajam quilômetros para madrugar na fila da visita semanal, suas excelências os políticos condenados são privilegiados pelos furões da fila, a maioria deles, parlamentares da Câmara e do Senado Federal. Ou seja: cumpre-se a falsidade e desrespeita-se a lei para facilitar o jogo de interesses, que segue inalterado no País.
Nos presídios de Brasília, quando um preso comum tem dor de dente, sente tonturas, dor de cabeça incomum, ou é vítima de um cálculo renal, amarga semanas e meses de espera para ser atendido. Sofre tanto quanto cão ao cair do caminhão da mudança. O recorde de internos ocupando celas nos PDFs 1 e 2 chega a 17 em quase todas. Ali, a capacidade é para apenas oito detentos. Já suas excelências são imediatamente retirados e levados ao hospital, onde recebem tratamento vip superior aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
No final de semana, blogueiros simpáticos ao poder – alguns alugam canetas, teclados, monitores e até a alma aos que lhe põem dinheiro na conta bancária – insurgiram-se contra o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, porque notaram a sua preocupação com a conduta do juiz Ademar de Vasconcelos, responsável pela Vara de Execuções Penais do Distrito Federal. Esse magistrado estaria sendo benevolente com os réus mensaleiros.
Duro de engolir é perceber que o ex-presidente Lula, em conversa com amigos, declara ter se equivocado ao nomear Joaquim Barbosa para o Supremo.
Os acontecimentos na Papuda estão muitíssimo distantes daqueles que caracterizaram prisões durante a Inconfidência Mineira, ou nas guerrilhas urbanas e rurais no País, contra a ditadura militar. Com ou sem caixa dois, com ou sem bancos urbanos ou rurais, é preciso leitura e atenção à história e suas implicações: no terceiro milênio da Humanidade as populações não apenas carecem de alimento e água; exigem representantes com juízo e caráter – respeitáveis e proprietários de uma virtude quase rara hoje em dia: firmeza.
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