Segunda-feira, 20 de novembro de 2017 - 09h48
MONTEZUMA CRUZ
Em Porto Velho
A cada minuto, nomes, fotos, opiniões, preferências, comportamento, deixam rastros enormes na internet. “O digital fez chegar tudo ao mesmo tempo, não há como acompanhar tanta informação (mostrando a tela do Twitter), é preciso usar a inteligência analítica”, demonstrou o especialista em negócios Ricardo Cappra, na instigante palestra A era dos algoritmos, sábado à noite na Infoparty.
Ele é cientista-chefe na Cappra Data Science e do laboratório de big data Mission Control.
“A situação mudou completamente e acabou aquela era em que o poder dominava todas as informações, junto com a mídia tradicional, a indústria, o empresariado”, disse.
A criação de métodos, quadros, fórmulas, painéis e algoritmos é atualmente o objetivo principal da consultoria, ele explicou. “Ajuda as pessoas na solução de problemas cotidianos, por meio de ‘sistemas’ lógicos”. São dados transformados em poderosos algoritmos, impactantes sobre a vida das pessoas, aceleradores da inteligência artificial.
“Até anos 1970, a ciência e o comportamento humano se valiam de poucos dados que hoje ‘estouram’ na internet”, disse.
“Alguém estuda vocês”
Segundo Cappra, a ciência de dados é a forma mais efetiva de hackear negócios. Ele propõe “hackear” nossas próprias vidas, usando aspectos racionais. “Alguém estuda vocês”, provocou. Em seguida, descreveu a possibilidade de uma série de identificações, entre as quais, fatores que motivam ações diversas; propagação social de doenças; indicadores de política; monitoramento de lançamento e compra de produtos; e até mesmo, o efeito de um aperto de mão ou de um abraço.
Uma série de frases apareceu no telão da Inforparty. Um deles: “Tá mais fácil capturar pókemon do que arrumar um mozão”.
Na análise de 60 milhões de dados, a maioria diz respeito a relacionamentos. No Brasil, segundo ele, 90% dos aplicativos de namoro falam sobre relacionamento.
“Todas as pessoas que revelam relacionamento sério no Facebook, diminuem as amizades, mas não é ruim estar num relacionamento sério”.
O algorítimo revoluciona tudo. Cappra lembrou, por exemplo, o compartilhamento de filmes feito pela Netflix, “conforme o agrado da pessoa”. “Eles sabem a preferência de cada um”. “E no Facebook, percebam, a cada palavra que você digita diversas vezes, surge na tela a oferta de informações e produtos a ela referentes”.
Robô racista
Nem tudo é perfeito no mundo digital. Nem deveria ser, pois eles ainda devem aprender um tanto, deduz-se a cada frase de Cappra.
“Calma, gente, o robô não vai roubar o emprego”, comentou ao falar de inteligência artificial. “Primeiro, porque ainda precisamos ensiná-lo a ser inteligente, e mesmo na improvisação ele precisa aprender”, ele assegurou.
Segundo o palestrante, na rede, o robô às vezes faz tarefa de humano, e até comete racismo e preconceito. Referiu-se a Tay, o perfil de inteligência artificial criado pela Microsoft para interagir com adolescentes nas redes sociais.
“Em 24 horas ele foi desativado. Deveria se tornar mais esperto e perspicaz ao conversar com os humanos, só que rapidamente passou a reproduzir racismo e ignorância dos trolls da internet”, lamentou.
O que ocorreu com o robô mencionado por Cappra foi trágico: instigado por usuários no Twitter, disse coisas impublicáveis ao mencionar mulheres e negros. Declarou apoio ao genocídio e à causa dos supremacistas brancos. “O Holocausto aconteceu?”, perguntou um usuário. “Ele foi inventado”, declarou a “inteligência artificial”, com a surpreendente postagem de um emoticon de aplauso em seguida.
“O que é certo ensinar a uma máquina, diante de tão diferentes opções e opiniões humanas?” – questionou Cappra mostrando um eslaide no qual o internauta é desafiado a optar por qual grupo de pessoas preferia que o carro atropelasse.
Aos que iniciam carreira, sugeriu identificar o que realmente importa, descobrir fontes dos dados, coletar, organizar, mostrar e analisar informações relevantes. “O cenário é global e sem fronteiras para competitividade, daí a necessidade de decisões que não se limitam apenas à intuição e inteligência emocional”, alertou.
Segundo ele, se todos tiverem acesso a “sistemas” (não necessariamente softwares), podem reservar um pouco do seu trabalho repetitivo, dedicando-se a explorar o máximo do conhecimento em descobertas e solução de problemas complexos. “O mundo seria bem melhor”, disse.
A plateia de jovens na Infoparty participou de inesquecíveis palestras nesta segunda edição. A dos algoritmos demonstrou a existência de inúmeras possibilidades de oferecer subsídios racionais e científicos para ajudar as pessoas.
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