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Montezuma Cruz

Setor mineral na Amazônia reclama de leis e do governo


MONTEZUMA CRUZ
montezuma@agenciaamazonia.com.br

BRASÍLIA – O setor mineral brasileiro, que concentra grande parte de suas atividades na Amazônia, prevê a interrupção de novos investimentos em conseqüência de um iminente aumento da carga tributária previsto numa série de projetos de lei em tramitação na Câmara dos Deputados. O presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Paulo Camillo Vargas Penna, classifica essa situação de "horizonte sombrio". Em dezembro de 2007, conforme levantamento da entidade, os investimentos no setor saltaram de US$ 25 bilhões para US$ 32 bilhões.

Ontem, a Companhia Vale do Rio Doce, a mais poderosa empresa mineral brasileira, anunciou investimentos de R$ 5 bilhões em sua nova usina no município de Marabá, no sudeste do Estado do Pará. Vai produzir 2,5 milhões de toneladas de placas de aço por ano. A produção poderá alcançar até 5 milhões de toneladas, informou o presidente da empresa, Roger Agnelli, à governador Ana Julia Carepa (PT).

Dificuldades à parte, o setor confirma para o período de 10 a 13 de novembro deste ano, em Belém (PA), a Exposição Internacional de Mineração da Amazônia (Exposibram Amazônia 2008), o maior evento de mineração da região. "As perspectivas são extremamente positivas de que a mineração continue a melhorar seus indicadores, contribuindo com o desenvolvimento do País", reconhece Penna.

Em análise divulgada no site do Ibram, Penna adverte que, apesar da crise nos mercados financeiros, há contratos de longo prazo para fornecimento de minérios à China e a outros países. Paralelamente, o setor conta com o êxito das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), "suficientes para resguardar os negócios da atividade nesse período de turbulência".

"Falta consciência"

O cenário de "graves ameaças internas" seria decorrente de um conjunto de projetos de lei que estabelecem a elevação da carga tributária para as empresas de mineração, prejudicadas na exportação. "É um triste reflexo da persistência de uma escassa consciência sobre a enorme importância econômica e social de que se reveste a indústria da mineração para um País como o Brasil, ávido por sanar suas mazelas econômicas e sociais", ele analisa. Credita essa situação tanto aos órgãos governamentais quanto a setores da opinião pública.

Na Exposibram Amazônia 2008 o Ibram receberá especialistas de todo o mundo. Os estandes serão vendidos a partir de 31 de maio. Durante o evento, as empresas vão mostrar a força da cadeia de fornecimento de produtos e serviços do Estado do Pará. "Um dos objetivos do evento é aproximar as companhias nacionais e internacionais de mineração dos fornecedores de máquinas, equipamentos e serviços da Região Norte, com objetivo de fomentar negócios a curto, médio e longo prazo", explica Penna.

O Ibram estima, até 2011, investimentos acima de US$ 30 bilhões. Por isso, acredita que esse evento seja uma grande oportunidade para as empresas estabelecidas na Amazônia atraírem parte significativa desse investimento.
Sustentabilidade

Na mostra, além de promover a evolução tecnológica da indústria da mineração, o Ibram pretende demonstrar, por meio de alguns casos de sucesso, ser um dos setores que mais investe em sustentabilidade.

Segundo os organizadores da Exposibram, a atuação empresarial leva em conta a preservação/conservação do meio ambiente, a saúde e segurança de seus trabalhadores e a responsabilidade em promover o bem-estar social das comunidades com que se relaciona.

Exposição no Congresso

O Congresso Nacional inaugura no próximo dia 10, com duração até o dia 17, a mostra Isto é Mineração, inédita na história do setor, segundo o Ibram. Os visitantes terão a oportubidade de conhecer um panorama geral da moderna indústria da mineração. Serão evidenciados aspectos sociais, econômicos, tecnológicos, ambientais e cotidianos relacionados a este setor. "Muitos vão se surpreender com alguns aspectos da mineração, que geralmente passam despercebidos pelo cidadão comum. As salas da exposição e as peças publicitárias retratam bem isso, ou seja, que sem haver abastecimento suficiente de minérios, nós não teríamos como produzir carros, celulares, TVs, creme dental, talheres, transmitir energia elétrica enfim, objetos, instrumentos e insumos tão necessários em nosso dia-a-dia", diz Penna. Setor mineral na Amazônia reclama de leis e do governo .

Saiba mais, visitando o site do Ibram.

Fonte: Montezuma Cruz - Agênciaamazônia é parceira do Gentedeopinião.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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