Sexta-feira, 26 de outubro de 2012 - 21h09
Estudiosos da geografia, da história, da geologia e da arqueologia participam de mais um achado na Zona da Mata de Rondônia /JOAQUIM CUNHA, outubro de 2012 |
MONTEZUMA CRUZ
Amazônias
Um grupo de estudiosos de Rolim de Moura (Zona da Mata do Estado de Rondônia) localizou terraços semelhantes aos conhecidos andenes, característicos do Vale Sagrado Inca, no Peru. Embora tenham notado o fenômeno no final de 2011, somente neste mês de outubro eles retornaram à região e buscam apoio científico para melhor identificá-lo.
Em dezembro de 2011, estudiosos do assunto, entre os quais professores, universitários e motociclistas participaram da uma expedição aos geoglifos de Alta Floresta do Oeste, um dos quais, a Pirâmide do Condor, devidamente georreferenciado, foi registrado em cartório na Justiça de Ji-Paraná, sul rondoniense, a 370 quilômetros de Porto Velho.
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Durante a visita, os estudiosos avistaram terraços agrícolas no Chapadão do Glowaski, mesma área visitada em Alta Floresta no ano passado pelo farmacêutico, bioquímico e pesquisador independente Joaquim Cunha da Silva, pelo jornalista de aventura Yuri Leveratto, e pelo guia de selva e indigenista Evandro Santiago.
“Quando verificávamos um caminho de pedra, olhamos para a montanha e deparamos com terraços agrícolas”, conta Joaquim Cunha.
Ao retornarem ao Chapadão, os estudiosos identificaram-se aos proprietários rurais da região como integrantes do Grupo Caçadores de Pedras e Montes Perdidos, um braço da Confederación de Amigos Del Paititi y los Antigos Caminos (Capac). São eles: o advogado Adi Baldo, o professor de ciências Adilson Andrade, o empresário Antonio Nelson Pagnusat e o guia de selva e indigenista Evandro Santiago.
“Andamos pelos terraços para melhor avaliar a área, tiramos várias fotos, algo essencial para analisarmos a quantidade, constituição e canais de irrigação. A semelhança é incrível”, diz Cunha.
No Vale Sagrado dos Incas, os terraços em Moray dão ideia de como o povo inca plantava, tratava e colhia seus produtos /MONTEZUMA CRUZ, abril 2012. |
Explicações no Museu
No Museu Inka em Cusco, visitado pelo repórter de Amazônias em abril de 2012, existem quadros gigantes e explicações a respeito do apogeu de civilização inca, desde 1.400. A prática da agricultura organizada espalhou-se por todo esse império, desde a Colômbia até o Colômbia até o Chile. Nos terraços, os incas cultivavam grãos comestíveis, existentes entre a planície litorânea do Pacífico, altiplanos andinos e planície amazônica oriental.
Persistente em suas andanças com o grupo agora fortalecido pela Capac, Cunha criou o blog Eldorado Paititi, comunicou suas pesquisas ao Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Geográfico, e obteve o primeiro apoio de professores de geologia da Universidade Federal de Rondônia e do museu Regional de Presidente Médici (cidade às margens da rodovia BR-364, rodovia Cuiabá-Porto Velho-Rio Branco-Cruzeiro do Sul).
Estima-se que os incas cultivavam cerca de setecentas espécies vegetais. Segundo noticia o blog de Cunha, a chave do sucesso da agricultura inca era a existência de estradas e trilhas que possibilitavam uma boa distribuição das colheitas numa vasta região. No ano passado ele levou funcionários do Iphan, do Ibama e este repórter à área com ocorrência de terra preta e à Pirâmide do Condor, onde mostrou aos geólogos Ivan Bispo e Amilcar Adamy escadas de pedra possivelmente construídas há muitos séculos. No site Rondônia Inca há fotos de uma delas. Ambos trabalham no Serviço Geológico do Brasil, em Porto Velho, e levantaram o potencial minero-turístico do interior rondoniense.
As principais culturas vegetais do povo inca eram batatas (conhecidas por patatas), batatas-doce, milho (maiz), pimentas, algodão, tomates, amendoim, mandioca e o grão quinua, vendido a R$ 15 o quilo na fronteira Brasil-Bolívia, em Corumbá (MS) e muito raro em feiras e mercados brasileiros.
“Eles sempre plantavam em terraços e já usavam a adiantada técnica das curvas de nível. Foram os primeiros a usar o sistema de irrigação”, diz Cunha entusiasmado.
Coberto pelo mato, por grama e, em alguns locais por capim, terraços encontrados em Alta Floresta exigem estudos de especialistas /JOAQUIM CUNHA, outubro 2012 |
Terraços são indicados para terrenos com declividade entre 4% e 50%. Em declividade inferior a 4%, devem ser substituídos por faixas de retenção, plantio em nível, rotação de culturas, culturas em faixas, quando os lançantes forem curtos. Em lançantes longos, as áreas devem ser terraceadas a partir de 0,5% de declive.
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