Segunda-feira, 16 de maio de 2016 - 20h16
Cabocla em escultura metálica, uma das dezenas de peças prontas para exposição /Fotos Daiane Mendonça [Secom-RO].
Montezuma Cruz (*)
Em Porto Velho
No Dia Internacional de Museus, 18 de maio, o governo de Rondônia perguntará à população o que deve ser feito no recém-criado Complexo Cultural Palácio da Memória. A partir das 19h, a Superintendência Estadual da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel) lançará o projeto de restauração arquitetônica do museu e dos acervos arqueológico, paleontológico, documental, etnográfico e de artes.
A pinacoteca aguarda apenas móveis e espaço adequado para exposição. “Quero lembrar que o nome do Palácio Presidente Vargas [sede do Museu da Memória], dado por decreto, não será substituído, apenas ganhará a designação de museu”, alertou a diretora, Ednair Rodrigues.
A restauração devolverá ao palácio a cor rosa original que o caracterizava no início de suas atividades. Segundo a diretora, os espaços serão adequados para visitação, pois o prédio ainda conserva características políticas.
Na semana passada, cerca de cem estudantes universitários, professores e mestres da Universidade Federal de Rondônia (Unir) promoveram no auditório do palácio um debate da vida ribeirinha e em seringais, com mulheres ativistas do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Segundo Ednair Rodrigues, outra proposta da direção do museu será a itinerância do acervo etnográfico em cidades do interior de Rondônia. “Notamos que a maioria dos estudantes indígenas, todos jovens, ainda desconhece o passado dos seus povos; vendo as peças, eles terão a oportunidade de resgatá-lo”, assinalou.
No mês passado, Ednair conversou com líderes e professores de 20 etnias indígenas em Ji-Paraná, a maioria dos quais frequenta a educação intercultural no campus da Unir. Todos se interessaram pelo museu e se dispuseram a colaborar.
Obras catalogadas
Geraldo Cruz catalogou 107 obras de arte, criou fichas técnicas e conclui um blog para divulgá-las. Quadros e peças ocupam uma sala no andar térreo do palácio.
“Ostensório”, quadro pintado pelo artista Afonso Ligório, nos anos 1950, destaca-se na sala onde estão depositadas as obras. Ligório foi um dos autores das pinturas na Catedral do Sagrado Coração de Jesus, em Porto Velho.
“Tudo aqui foi adquirido pelo governo ao longo dos anos, a maioria delas em salões de arte, cujos vencedores são de Porto Velho e de outros estados brasileiros”, comentou Cruz.
O salão de arte promovido pelo governo estadual está suspenso há seis anos, mas a Sejucel pretende reativá-lo ainda neste ano. “O salão é nacional, e a participação de artistas de fora serve de estímulo para os nossos”, disse o artista.
De autoria de Cruz, a lavadeira e o remador constituem esculturas em massa epóxi. “O batuqueiro e a bailarina”, duas peças em metal, de Julio Carvalho, estão limpos sobre a mesa, prontos para serem vistos brevemente pelo público.
Igualmente, “A seringueira”, textura com árvore original, de Ariel Argobe, foi premiada no salão estadual de artes plásticas.
“A desigualdade social no Brasil” é mostrada em duas peças de cadeiras de madeira, feitas pelo artista Nonato Cavalcanti, nas cores verde e amarelo. Ele morreu em março de 2015.
Maria Miranda deixou para o museu um quadro grande denominado “Conexão”. Essa obra premiada mostra pessoas diante de um teclado e da tela do computador.
J. Messias pintou o jacaré fugindo da queimada e Joeser Alvarez produziu “Enamorados”, duas esculturas em metal nas quais usou matriz de isopor com pingos de vela. “Para dar maior textura”, observou Cruz.
Ednair disse que no acervo há muitas obras doadas de autores não identificados.
Arqueologia e paleontologia
Único na América do Sul, o fóssil de um crocodilo do período pleistoceno [período quaternário que ocorreu entre 1,8 milhão a 11 mil anos atrás] será uma das atrações no Museu Palácio da Memória Rondoniense, no centro de Porto Velho.
Segundo a diretora do museu, paleontóloga Ednair Rodrigues, esse fóssil foi encontrado na região do Garimpo de Araras, próximo à rodovia BR-364, no sentido Porto Velho-Rio Branco (AC).
“Se os crocodilos se concentram na Linha do Equador, esse aí nadava a 8 mil quilômetros da faixa”, observou o professor paleontólogo cearense Daniel Fortier, um dos colaboradores do museu.
“O Araras é um dos mais profícuos lugares onde encontramos crânios de preguiças gigantes; de todas que estão aqui guardadas, apenas um esqueleto gigante não é da região, pois foi encontrada no Ribeirão, perto de Guajará-Mirim”, ela contou.
O crânio de um tatu embrulhado e acondicionado numa caixa de papelão é três vezes maior que o do tatu-canastra. O paleontólogo rondoniense Flávio Goes foi estudá-lo no Museu da Prata [na Argentina], que também foi visitado três vezes por Ednair. Lá ele concluiu que o animal pesava pelo menos uma tonelada.
Aos poucos, o museu situado no antigo Palácio Presidente Vargas organiza o seu acervo arqueológico, etnográfico, geológico, paleontológico, zoológico e obras de artes.
Pedra ametista, cassiterita, hematita, mica [mucovita], quartzo rosa [um tipo de ferro] serão brevemente desencaixotados. A cassiterita [minério de estanho é da região de Ariquemes, a 200 quilômetros da Capital.
Nem todas as peças – mais de cem tipos – são regionais. Algumas foram trazidas a Porto Velho por geólogos de diversos estados. A associação de classe cedeu-as para exposição. “Temos material da Bolívia, de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul e da China”, assinalou Ednair.
O Serviço Geológico do Brasil-CPRM [Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais] tem contribuído na organização. Parte do acervo paleontológico e arqueológico rondoniense permanecerá no Prédio do Relógio, até ser definido o espaço de exposição, que foi prejudicado em consequência da grande cheia de 2014.
(*) Originalmente publicado no Portal do Governo Estadual de Rondônia.
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