Terça-feira, 26 de julho de 2022 - 16h07
CONVENÇÃO
A
convenção do União Brasil que homologou a candidatura à reeleição do governador
Marcos Rocha, no último domingo, em Porto Velho, contou com a presença de cerca
de dez mil pessoas turbinadas pelos apoiadores dos candidatos a deputado
federal, estadual, além dos auxiliares de primeiro e segundo escalão das
administrações engajadas na candidatura.
FRIEZA
Foi
uma convenção bem organizada, sem incidentes e bem comportada. Não havia aquela
animação fervorosa de convenções passadas até porque Marcos Rocha resolveu
fazer um discurso burocrático, travado e sem maiores apelos. Mesmo assim não
diminuiu a importância, visto que rendeu boas imagens para campanha e mostrou um
time aparentemente unido, por enquanto. A falta de eloquência nos discursos do
governador sempre revela uma característica própria de frieza com que aborda os
mais variados temas e fatos. O calor no evento ficou a cargo da temperatura
rondoniense que tem elevado os termômetros.
BARRADOS
Embora
o MDB já tenha definido por sete votos a cinco adesão à candidatura
do governador Marcos Rocha, após a junção dos grupos de Lúcio Mosquini e Valdir
Raupp, ninguém do partido foi convidado para dividir publicamente o palanque de
homologação da candidatura de Rocha. Coube ao prefeito da capital Hildon Chaves,
cuja administração é bem avaliada, todas as atenções e bajulações do
governador.
IMAGEM
Ao
que parece, o MDB é bem-vindo à coligação do União
Brasil desde que seja de forma discreta e sem colar na imagem do partido ao
governador Marcos Rocha. Por estas e outras razões nem todas as lideranças do
MDB vão embarcar na campanha e as baixas devem aumentar na medida que a
campanha começar a se afunilar. Mas a imagem que ficou da convenção de domingo
é de que no palanque de campanha de Marcos Rocha o MDB não pode mostrar a
fuça.
EXPECTATIVAS
Nas
oposições as expectativas estão voltadas no anúncio do ex-senador Expedito
Junior (PSD) sobre manter ou declinar a pré-candidatura ao Senado Federal.
Apesar de duas derrotas consecutivas ao governo de Rondônia, em ambas o senador
foi ao segundo turno com votações acima de trinta por cento dos votos válidos, não
logrando êxito no segundo por variadas razões. É sem dúvida uma liderança
interiorana com apelo ao homem rural, embora tenha uma limitação de ampliar a
votação nos colégios urbanos mais densos e nas faixas econômicas mais
abastadas.
AMIGOS
Há
uma pressão enorme, inclusive dos desafetos, para que Expedito Junior confirme
a candidatura ao Senado para evitar que a sua saída do pleito não mude as
estratégias dos concorrentes uma vez que, para onde ele pender, tende a mudar
todo o cenário estadual. Os correligionários, principais vetores da pressão,
não são capazes de vir a público gravar sequer em suas mídias pessoais as
mesmas palavras de apoio que em privado sussurram em seu ouvido. Quem tem amigo
assim não precisa de inimigo.
DECISÃO
Junior
tem pouco tempo para decidir o caminho político a tomar. É uma
decisão exclusivamente pessoal e familiar. Como não é um principiante e com
experiência suficiente para seguir o que o coração manda, vai tirar de letra.
Independente da decisão, é hoje individualmente a única liderança capaz de
desequilibrar as eleições e provocar estragos em muitas candidaturas. Sendo ou
não candidato.
TRAIÇÃO
Vem
dos apoiadores do pré-candidato a governador Marcos Rogério (PL) a maior
pressão para que Junior mantenha a candidatura, desde que solo. Ironia do
destino é que o mesmo grupo político que hoje faz juras de amor, aceitou com a
maior tranquilidade e sem uma única palavra de desaprovação a traição política
do senador Marcos Rogério quando descartou Expedito Junior da chapa para
anunciar com pompa o nome do mega empresário Jaime Bagattoli. Até os bagres do
Madeira sabem que foi Expedito o responsável em montar o palanque que hoje
Rogério vocifera a soberba que lhe é peculiar município afora.
COICE
Não
bastasse a traição, agora tentam por canais diversos interferir numa decisão
que é essencialmente pessoal e impedir que Expedito Junior seja uma espécie de
pêndulo capaz de mudar o rumo de um processo eleitoral cheio de incertezas para
os que projetaram trucidar os adversários. Depois de aplicarem o golpe da
queda, querem dar o coice, e com a complacência dos “amigos” de
ocasião.
SABEDORIA
Junior
não é bobo, é experiente e está atento aos movimentos dos bastidores mais do
que nunca. Está avaliando os cenários e independentemente das pressões vai
tomar a decisão com sabedoria. Poucos políticos de Rondônia como ele têm a
capacidade de sobreviver aos percalços que a vida, a política e as traições
lhes impuseram nessa trajetória. Não é fácil diluir com rapidez a dor que cada
punhalada causou, mas o tempo o forjou com a perspicácia que a militância o
moldou e são mais que suficientes para separar o joio do trigo.
ESQUERDA
Em
conversa com a coluna Expedito Junior informou que rejeitou ao convite feito
por Daniel Pereira e Anselmo Jesus para ser o candidato a senador da chapa das
esquerdas. Junior agradeceu ao convite e lembrou que seu eleitor não possui um
perfil ideológico das esquerdas, além do que, por duas vezes na disputa ao
governo com o MDB, os partidos das esquerdas ajudaram a derrotá-lo. Ressaltou
também que sempre votou nos tucanos nas disputas com os petistas. Portanto, não
há possibilidade de um acordo neste campo. O resto é lorota.
DIÁLOGOS
Já
o pré-candidato Léo Moraes (Podemos), marcou a convenção de homologação para o
próximo dia 5, em Porto Velho, às 17 horas, no Talismã. No mesmo dia, em Rolim
de Moura, o PP faz a sua convenção confirmando a coligação majoritária com o
Podemos, lançando na chapa para a vaga ao Senado Jaqueline Cassol.
DECISÃO
Há
negociações para que o PSD, do deputado federal Expedito Neto, também componha
a coligação com Podemos e PP. Mas esta adesão não é simples e depende de muitas
conversações que aparem ruídos e acalmem os ânimos; além da esperada decisão de
Expedito Junior.
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