Segunda-feira, 20 de abril de 2020 - 21h06
AUTOGOLPE
Mais uma vez o presidente Jair Bolsonaro testa os limites
constitucionais ao incitar seus seguidores no último domingo a ganhar as ruas e
protestar contra a democracia pedindo fechamento do Congresso Nacional e do
Supremo Tribunal Federal, embora no dia seguinte (20), algo que tem se
repetido, negue que queira dar um autogolpe.
LIMITE
Não é de hoje que o presidente faz apologia ao Ato Institucional nº 5
(AI5), período em que os militares, usurpadores da Presidência da República,
dissolveram o Congresso Nacional, solaparam a tortura e impuseram a censura
prévia. Mesmo ascendendo à presidência pelas urnas (democracia) Bolsonaro, no
íntimo, quer governar acima de tudo e por cima de todos, razão pela qual tem
estimulado os seguidores para este fim. Para ele, o limite não se aplica.
REAÇÃO
Os demais poderes atacados (Congresso e Supremo), reagiram com notas e
declarações dos seus presidentes reprovando com veemência as provocações de
Bolsonaro. O problema é que tais reações passaram a ser corriqueiras, visto que
o presidente é uma pessoa incontrolável e adota a tática de ‘morde e assopra’
com o objetivo claro de desgastar ainda mais os dois poderes ao ponto de
consumar o seu autogolpe. O desprezo pela democracia não é de hoje, haja vista
que há registros de declarações como deputado federal defendendo o fechamento
do Congresso Nacional, onde exerceu mandato nos últimos vinte e nove anos.
GARROTEAR
As declarações e atitudes contra a democracia de Bolsonaro são bem
medidas e bem articuladas de forma que as notas e as declarações do presidente
do STF e do Congresso não sejam mais ouvidas pela maioria. Diz o adágio: água
mole e pedra dura, tanto bate até que fura. Não será fácil colocar um cabresto
nas ventas do golpista, apesar de necessário: ou se faz isto urgentemente, ou o
golpe será fatal.
LOROTA
Quando a mídia critica Bolsonaro, os bolsonaristas vão às mídias sociais
atacar os profissionais da imprensa acusando-os de golpistas ou esquerdistas.
Guardadas as devidas proporções, usam as mesmíssimas lorotas que os petistas
utilizavam no poder ao creditar na época à imprensa a culpa pelos malfeitos que
causaram. Havia, porém, uma diferença abissal: os petistas nunca flertaram com
a insanidade de fechar o Congresso Nacional nem o Supremo Tribunal, embora
ambos tivessem sido implacáveis ao examinarem processos que ajudaram
decisivamente na queda dos petistas do poder.
FORÇAS ARMADAS
Para baixar a temperatura da guerra verbal contra a normalidade
democrática, coube ao ministro da Defesa, General Fernando Azevedo e Silva,
emitir um comunicado oficial no qual afirma que as Forças Armadas trabalham com
o propósito de “manter a paz e a estabilidade do país”, obedecendo à
Constituição Federal. O tom do comunicado dos militares é um alívio contra as
manifestações com alusão a autogolpe. No âmbito das Forças Armadas não há clima
para aventura e a postura dos comandantes tem sido de lealdade à Constituição e
respeito às instituições. Como deve ser nos países civilizados.
CAOS
O bordão, imprimido pelos adversários, de Fora Bolsonaro, é outra
bobagem que a esquerda enverada e que serve apenas para nutrir esta polarização
interminável que afasta as pessoas da política e fortalece a posição daqueles
que apostam no caos. O bordão vem sendo usado desde Sarney, mas apenas com
Dilma conseguiu emplacar provocando fissuras jurídicas ainda abertas.
DEPOSIÇÃO
As bobagens ditas pelo presidente são tão insanas que na medida que o
tempo passa mais gente começa a questionar sua capacidade de governar o país.
Não podemos permanecer nesta dicotomia ideológica que acomete o país e que
efetivamente conspira contra todos. Qualquer deposição do cargo deverá atender
às regras jurídicas sem espaço para novos golpes. A urna ainda é a melhor forma
de corrigir erros eleitorais, mesmo que novos erros sejam cometidos. Um dia,
quem sabe, acertamos!
COVID
Em meio à pandemia do coronavírus, eis que surge uma denúncia oriunda da
Assembleia Legislativa de que o Secretário da Saúde, Fernando Máximo, estaria
metendo as mãos pelos pés. Mais as mãos que os pés. Em resposta, Máximo
rechaçou as denúncias, mas, para afastar qualquer suspeitas, deveria abrir
todos os processos de compras para que o Legislativo fiscalize cada item
adquirido após a decretação do estado de calamidade. Sair atirando em quem
ataca nem sempre é a melhor tática. Até porque há enfermidades que destroem
muito mais que o Covid 19.
ISOLAMENTO
Nos próximos dez dias constataremos a curva das pessoas infectadas pelo
covid já que houve um afrouxamento do isolamento. A responsabilidade para a
retomada das atividades mercantis, das escolas, academias, entre outras
atividades do dia a dia, caberá aos prefeitos. É preciso, no entanto, muita
responsabilidade dos seus assessores da área da saúde para que a liberação do
isolamento seja feita a partir de dados científicos concretos. Ao que parece,
prefeitos têm afrouxado de olho nas eleições em desfavor das vidas. Não percebem
que o risco do sistema de saúde cair é enorme e tende a levar junto suas
reputações.
CORONAFEST
O vereador Maurício Carvalho (PSDB) apanhou feito vascaíno nas redes
sociais por supostamente ter participado de uma festa em Porto Velho e que
nacionalmente ficou conhecida como coronafest. Por coincidência, no mesmo tempo
em que várias pessoas que compareceram à festa eram testados positivo no covid
19, o vereador anunciava pelo Facebook que havia se contaminado. A associação
entre os dois fatos foi imediata e o vereador foi acusado nas redes sociais de
responsável pela organização da mórbida farra. Ele negou que tenha sequer
participado, mas o estrago já havia ocorrido. Ademais, esqueceu de informar
onde teria se contaminado para evitar eventuais dúvidas. Além das dores com o
vírus, Maurício sentiu na pele as dores das redes.
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