Terça-feira, 11 de agosto de 2020 - 15h34
COLETIVA
Há uma frase emblemática na política que retrata em branco e preto a
imponderabilidade da política, forjada pela então ‘raposa’ da política mineira,
Magalhães Pinto, virou frase repetida tempo em tempo: “Política é como nuvem.
Você olha ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”. Caso não haja
nenhuma mudança inesperada e fora do atual contexto, o prefeito de Porto Velho,
Hildon Chaves, conforme antecipado por este cabeça chata um mês atrás,
anunciará que não será candidato à reeleição. A declaração deverá ser dada
através de uma coletiva a ser convocada ainda esta semana, possivelmente
quinta-feira.
BLEFE
Desde que a coluna especulou que Hildon Chaves não concorreria ao
segundo mandato, por razões de posições ideológicas contrárias ao instituto da
reeleição, houve quem apostasse ser uma jogada de marketing de aliados do
prefeito como forma de conter os ataques dos eventuais pré-candidatos. Para os
desafetos, a especulação era um blefe. Não era.
ALTERNÂNCIA
O prefeito da capital, em pelo menos duas oportunidades, havia
confidenciado a este aprendiz de escriba que não iria disputar a reeleição por
compreender que o mais saudável para a atividade política é a alternância do
poder. Além, para o prefeito, de servir como uma excelente vacina contra a boa
parte das mazelas na administração pública. Um mandato de cinco anos seria o
ideal, e sem reeleição, segundo Chaves.
DESGASTES
Os dois primeiros anos de administração na capital não foram fáceis para
o prefeito e não faltaram as críticas mais acerbas em razão da expectativa
criada no inconsciente coletivo por Hildon Chaves prometer uma administração
austera, proba e competente. Oriundo do Ministério Público – órgão que
protagonizava as mais espetaculares operações contra os malfeitos dos políticos
rondonienses, inclusive em outros estados -, se apresentava como um empresário
competente por alcançar o sucesso pessoal na atividade privada. Os primeiros
anos de administração renderam desgastes.
TRABALHO
Mas, embora não tenha executado tudo que o queria devido às amarras
burocráticas de uma máquina pública obsoleta, conseguiu avançar muito com obras
de pavimentação, embelezamento e recuperação de logradouros públicos, entre
outros.
MEMÓRIA
A obra mais vistosa que ainda não aparece em função das execuções em
andamento é, sem dúvida, a Estrada de Ferro Madeira Mamoré porque representa o
resgate da própria história da cidade. Antecessores de Hildon prometeram
recuperar e pouco fizeram; alguns enterram recursos no local de forma
atabalhoada com resultados pífios. Agora, com as obras em fase de conclusão, a
população da capital poderá contar em breve com um espaço privilegiado, onde a
história e o lazer se harmonizam.
TERRA ARRASADA
Os viadutos, obras de responsabilidade federal, foram concluídos depois
da iniciativa de Chaves de juntar a bancada federal e exigir suas conclusões.
Várias emendas parlamentares foram inseridas no orçamento da União destinadas
aos viadutos. Na campanha eleitoral há uma cena impactante de Hildon andando
sobre os escombros dos viadutos e prometendo liderar o processo da conclusão.
Encerra o mandato, neste quesito, com o dever cumprido. Embora os desafetos
minimizem alegando ter sido concluído pelo Dnit e não pela prefeitura. Aos
amigos que insistem na candidatura, Chaves tem dito: “não faço da vida pública
minha vida privada, nem da privada a pública”. Qualquer candidatura caberá ao
futuro.
CASQUINHA
O governador Marcos Rocha aproveitou o embalo da ausência do prefeito em
Porto Velho – Hildon, e viajou com despesas pagas por ele para tratar de uma
questão familiar – para tirar uma casquinha alegando que não se ausentaria da
cidade em plena pandemia. Errou ao insinuar que Hildon teria viajado sem uma
justificativa com passagens e diárias, o que não é verdade. Além de nunca ter
auferido um único centavo do salário de prefeito a que teria direito, Chaves
paga com os próprios recursos suas viagens de cunho pessoal. As vezes até as de
interesse da municipalidade. A crítica do coronel ao ex-promotor pode virar
contra si, visto que o governador permanece em Rondônia sem que ninguém perceba
nem qual endereço despacha.
VOADORA
Ao que parece, o fogo que queima pastos e florestas em Rondônia ainda
vai dar muitas voadoras no pescoço de autoridades por aí afora. As labaredas
também hão de internar aqueles mais afoitos...
FUMAÇA
Todo ano é a mesma
ladaínha: chega agosto e as queimadas deixam os céus de Rondônia esfumaçado e o
ar irrespirável, particularmente em Porto Velho. As ações de fiscalização
teriam que serem intensificadas para coibir o crime ambiental e prevenir em
relação ao aumento do desmatamento. O garimpo ilegal é outro crime que está se
perpetrando nos rios do estado sem um combate firme dos órgãos de controle.
Para piorar temos governantes que desprezam as políticas ambientais e fazem
vistas grossas aos ilícitos deles oriundos. O agronegócio, originalmente
predatório, já percebeu que para ampliar as exportações nos mercados mais
competitivos será preciso compatibilizar a desenvolvimento com políticas
ambientais mais restritivas. Embora parte considerável dos políticos seja
refratário a preservação da Amazônia.
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