EFEITO ORLOFF: Popularidade de Confúcio lembra o final da administração de Jerônimo Santana

 

Efeito orloff

Duas pesquisas que a coluna conseguiu acesso revelam que a crise instalada nas entranhas do Governo de Confúcio Moura jogou os índices de popularidade a percentuais tão baixos que lembram o final da administração melancólica do correligionário Jerônimo Santana. A permanecer a letargia administrativa e a “masturbação pseudointelectual” o final tende a se repetir.

Crítica

Durante uma audiência pública promovida na sexta-feira passada, no teatro Banzeiros, para discutir a proposta do executivo estadual de repassar para as Organizações Sociais (OSS) a gestão da saúde, a promotora de justiça Emília Oiye, uma das palestrantes, não poupou crítica ao governo por insistir com a proposta e acusou a Sesau de falta de transparência quando são requiridas as informações sobre o processo.

Incompetência

De acordo com a promotora de justiça, ao optar em declinar a gestão dos serviços da saúde pública para uma entidade privada, o Governo de Rondônia demonstra sua total falta de competência para gerir a área. “Isto é a comprovação da falta de capacidade para administrar. Estão prometendo a solução para o setor, mas o que percebemos é que não há melhoria à vista”, denunciou. Ontem, depois dos ecos causados pela audiência, o Tribunal de Contas suspendeu o processo de contratação das OSS's devido a ilegalidades.

Cassação

Na mesma audiência, o presidente do Conselho Estadual de Saúde, Raimundo Nonato, apesar das palavras acerbas e exageradas contra o governador, foi exaustivamente aplaudido por um plenário composto em sua maioria de enfermeiras, técnicas e auxiliares quando o conselheiro sugeriu a cassação do governador. Alegou, entre outros motivos, o descumprimento de decisões do Conselho, o caos na área da saúde e a incapacidade de resolver os problemas afetos ao setor.

Inércia

Confúcio Moura assumiu o governo prometendo inicialmente acabar com a esculhambação na área da saúde. Suas promessas encheram a população carente que usa as unidades públicas hospitalares de esperanças. Passado um ano e quatro meses da posse, verificando hoje o que foi feito, a conclusão é o caos. Ninguém apostava que poderia ficar pior, mas ficou.

Inexplicável

Apesar da ação inexorável do MP que culminou com a 'Operação Termópilas', em especial na Secretaria Estadual de Saúde, ninguém sabe explicar quais são os motivos que impedem o titular da pasta de exonerar todos, mas todos mesmos, os ocupantes dos cargos comissionados onde tramitaram os processos que culminaram na operação.

Medusa

As mazelas detectadas não começaram nesta administração, mas os núcleos envolvidos nos malfeitos encontram no atual governo um terreno fértil e expandiram suas ações: com as mesmas pessoas nas mesmas funções, desde a administração passada. E ninguém explica quais os motivos porque permanecem nos cargos, se alguns deles tinham conhecimento das relações ilegais com as empresas de Valter Araújo. Nestes casos, entre outros, não adianta cortar a cabeça da serpente que, como na mitologia, possui outras. Com a palavra o titular da Sesau, ou o próprio 'Oráculo'.

Prêmio

Desalojada da Secretaria de Justiça quando explodiu a crise nas entranhas do Executivo Estadual, a ex-secretária da Sejus, Míriam Spreáfico, ganhou como prêmio um DAS 20, que paga um salário invejável e que suscita a cobiça de qualquer barnabé. A nomeação causou perplexidade em setores fiscalizadores e irritação nos meios dos agentes penitenciários, categoria a que a privilegiada assessora pertence.

Barulho

Quem acreditava que o barulho com as operações de combate aos malfeitos em Rondônia cessaram com a descoberta do núcleo comandado pelo ainda deputado estadual Valter Araújo (PTB), está completamente enganado. A ponta do iceberg, quando descoberta, indicou outras direções. Isso significa dizer que mais barulho à vista vem por aí. Quem viver verá!

Encalço

Falando no foragido Valter Araújo, o cerco para fisgá-lo está se fechando e a qualquer momento ele cai pela própria audácia. Outro dia a polícia andou perto do seu encalço e por pouco não conseguiu pegá-lo.

Assombração

A coluna não conseguiu apurar com a fonte mais detalhes sobre o paradeiro do ainda deputado estadual. Contudo, surgiram boatos de que teria sido visto nas redes sociais, nas ruas de Santa Cruz de la Sierra e numa fazenda no meio da mata. A verdade é que pessoalmente ninguém o viu, exceto um advogado e um assecla. Cedo ou tarde a assombração aparece, com um ou mais de um CPF.

Marmita

Uma marmita custeada pelo erário ainda vai dar muita dor de barriga em muita gente, além de dores de cabeça. As dores não serão reflexos de alguma comida estragada ou da forma como é feito o menu, mas pela forma como foram adquiridas...

Filosofando Há remédios para vários males. Como há males que servem de remédio para vários casos. Muitos deles são descobertos depois que males são perpetrados. Outros quando estão sendo praticados. Em Rondônia males e remédios andam paralelos. E causam barulho.

Candidatura

Em conversa com Lindomar Garçom, presidente do PV, ele revelou que ainda não se decidiu em disputar as eleições de Porto Velho, mesmo aparecendo em todas as pesquisas com percentuais acima das pré-candidaturas lançadas. Pelos cálculos de Garçom, uma candidatura solo do PV exigiria recursos e tempo na TV para conseguir empinar e ele anda carente dos dois. No entanto, para manter o nome na mídia, vai colocar a pré-candidatura no próximo sábado durante um encontro dos Verdes.

Perspectivas

Na hipótese do PMDB apoiar sua pré-candidatura, Lindomar Garçom adiantou que o quadro muda e tenderia a mantê-la independente dos demais concorrentes. A verdade é que o ex-deputado tem dúvidas sobre as chances eleitorais para suceder Roberto Sobrinho. Uma dúvida que, para a coluna, é real.

Deboche

Os moradores dos assentamentos Joana D'arc estão revoltados com a forma com que a Empresa Santo Antônio Energia tem tratado com deboche suas reclamações decorrentes das obras. As linhas vicinais estão intransitáveis pelo volume de água que inundou as estradas, alunos impossibilitados de frequentar as aulas devido à inundação e a quantidade de animais silvestres (onça, capivara, anta, etc) que perderam seu habitat devido a usina e que infestam os lotes em busca de comida. Procurados, os diretores da usina debocharam da situação.

Irresponsável

O prefeito da capital, Roberto Sobrinho, é outro que tem negligenciado com a situação dos assentados do Joana D'arc. O prefeito empurra a responsabilidade pela manutenção das linhas para União, o que é uma asneira. Cabe à prefeitura municipal conservar e manter transitáveis todas as linhas dentro do município, exceto quando se tratar de uma rodovia federal o que não é o caso.

Em sintonia

Já Mauro Nazif (PSB), sintonizado com os movimentos sociais da capital, participou ativamente da audiência pública promovida pelos profissionais de enfermagem e foi ovacionado pelos presentes quando fez um breve relato de sua atuação no Congresso Nacional na luta pelas 30 horas como jornada de trabalho para a categoria. O auditório “Banzeiros” estava completamente lotado e ficou de pé para aplaudir o parlamentar. É cedo para avaliar se isso transfere para as urnas, mas o caminho está livre.

Exceção

Raro é um homem de bem ingressar na política e manter sua coerência todo tempo e o tempo todo. Hoje, em Porto Velho, a Câmara Municipal vai empossar um desses homens que sabe honrar compromissos, respeitar as pessoas, qualificar o parlamento e dignificar a política. Trata-se da posse do suplente de vereador Maurílio Vasconcelos. Ele é uma exceção. E como é muito bom saber que ele é diferente dos parlamentares que vemos por aí. Parabéns a Maurílio pela posse: um ficha limpa num mundo onde a lama bate no queixo.

Fonte: Robson Oliveira