Terça-feira, 5 de maio de 2020 - 19h01
ENERGISA
O
deputado federal Mauro Nazif (PSB) foi no ponto certo: “governador tome
vergonha na cara”. O desabafo do parlamentar foi ao abordar o projeto de
anistia dos débitos tributários que o governador Marcos Rocha encaminhou para
Assembleia Legislativa, concedendo o perdão de dois bilhões de reais à empresa
privada de energia elétrica Energisa. Recursos que poderiam arrumar o sistema
público de saúde que já era um caos, muito antes da pandemia do coronavírus.
VILIPÊNDIO
A
privatização da Companhia de Energia de Rondônia, que foi arrematada pela
Energisa, tinha como justificativa a melhoria dos serviços e a ampliação de
toda a rede que beneficiaria a população, além da empulhação de que os preços
por quilowatts diminuiriam. A qualidade dos serviços continua ruim, mas o preço
pelo consumo alcançou patamares absurdos, abrindo, inclusive, espaço para a
exploração política dos espertos que utilizam do vilipêndio da empresa para
enganar os incautos.
RECADO
Como
o projeto de anistia enviado pelo governador ao Legislativo, que chegou
sorrateiramente em meio à pandemia, alguns deputados estaduais estão
antecipando suas posições contrárias a esta sem-vergonhice. O recado foi
dado inicialmente e firme pelo atual presidente deputado Laerte Gomes e
endossado pelo próximo, Alex Redano.
SILÊNCIO
Marcos
Rocha, governador eleito no rastro do bolsonarismo, se faz de morto e não diz
um pio sobre os motivos que justifiquem o envio de um projeto com renúncia
bilionária de receitas e tão lesivo à população rondoniense. Das duas umas: o
tesouro estadual está com a tulha tão cheia que dispensa receitas, ou coronel
está abilolado - igual ao amigo capitão.
FREIOS
Não
fosse a atuação firme de moderação do Poder Judiciário que tem colocado freios
na irresponsabilidade de chefes dos executivos que querem retomar as atividades
comerciais em detrimento às recomendações técnicas de saúde, o caos estaria
instalado também no sistema de saúde de Rondônia. O último decreto do
governador Marcos Rocha, liberando a abertura de estabelecimentos apenas em
razão das pressões políticas, revela o descompromisso da administração estadual
com a saúde pública.
PECAMINOSO
Liberar
também os cultos nas igrejas foi uma medida sem compaixão com a vida, visto que
é possível qualquer pessoa realizar suas orações na própria residência e pedir
perdão diretamente a Deus sem intermediários. A maioria dos juízes está atenta
às decisões demagógicas que colocam em risco a incolumidade da população. O ato
do coronel é no mínimo pecaminoso.
INÉRCIA
“Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento
uniforme em uma linha reta a menos que seja forçado a mudar aquele estado por
forças aplicadas sobre ele”, eis aí uma boa definição dada pela primeira lei de
Newton que traduz a atual situação em que se encontra a Secretaria de Estado de
Ação Social, sob controle da Primeira Dama do Estado, Luana Rocha.
INERTE
Na
medida que o Covid 19 obriga em geral a centenas de famílias permanecerem em
casa, em particular as pessoas mais pobres, não há notícia de uma ação solidária
da secretária (esposa do governador) para minimizar a fome de quem passa
necessidades. Sorte dos desfortunados é a rede de solidariedade que se formou
entre cidadãos anônimos e empresas que têm promovido campanhas recolhendo
cestas básicas para serem distribuídas a quem não tem alimentos para comer por
falta de trabalho em razão do isolamento social. Do alto da residência oficial,
Luana aguarda inerte e bem protegida a pandemia passar.
NO
AR
Embora
as atenções da população estejam concentradas no combate à pandemia do
coronavírus, o senador Marcos Rogério (DEM) requereu ao Senado Federal
ressarcimento dos gastos com gasolina para seu possante avião. Apesar da
proibição de realização de reuniões, voou pelos céus de Rondônia. Pelas
prestações, é o segundo senador que mais gastou o erário do contribuinte com
este tipo de combustível sem uma razão plausível que justifique tais gastos. Já
no segundo ano do mandato senatorial o parlamentar não tem uma ação concreta
que possa apresentar, que tenha contribuído para a melhor qualidade de vida do
rondoniense. Enquanto ele voa alto em segurança, o povo põe em risco a vida nas
BRs esburacadas e congestionadas com carretas.
PAVÃO
Nos
últimos dias Marcos Rogério retornou às redes sociais para passar um pito nos
ministros do STF que, segundo ele, praticam ativismo judicial – numa fragrante
defesa dos interesses de Bolsonaro. Com uma postura professoral e arrogante –
estilo que tem sobressaído em suas falas – aborda aspectos constitucionais de
forma confusa ao utilizar bordões dignos de principiantes em IED (Introdução ao
Estudo do Direito). Em relação à inércia do governo de Rondônia no combate à
pandemia e uma palavrinha em favor dos profissionais de saúde que estão
tombando no cuidado aos infectados, nada! É um verdadeiro pavão
misterioso.
TRAQUE
Aguardado
com muita expectativa o depoimento do lavajatista Sergio Moro que deve ser
liberado pelo STF a pedido dele e do Ministério Público Federal. Celso de Mello
deve tomar a decisão após investigadores da PGR não constatarem nas declarações
do ex-ministro nenhuma imputação nova contra o presidente Jair Bolsonaro.
Trata-se, segundo os investigadores que leram o depoimento de Moro, de um
relato muito semelhante às declarações dadas publicamente pelo ex-ministro
sobre as interferências de Bolsonaro na condução da Polícia Federal. A
expectativa era de revelações bombásticas de quem conviveu sob o coturno de um
capitão que outrora foi expurgado da caserna. Na boca miúda da capital federal
é que o depoimento foi um traque. Motivo pelo qual o JN e o Fantástico não
manifestaram interesse em vazar. A conferir!
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