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Robson Oliveira

Energisa e o perdão de dois bilhões de reais + Pecaminoso + Pavão misterioso


Energisa e o perdão de dois bilhões de reais + Pecaminoso + Pavão misterioso - Gente de Opinião

ENERGISA

O deputado federal Mauro Nazif (PSB) foi no ponto certo: “governador tome vergonha na cara”. O desabafo do parlamentar foi ao abordar o projeto de anistia dos débitos tributários que o governador Marcos Rocha encaminhou para Assembleia Legislativa, concedendo o perdão de dois bilhões de reais à empresa privada de energia elétrica Energisa. Recursos que poderiam arrumar o sistema público de saúde que já era um caos, muito antes da pandemia do coronavírus.

 

VILIPÊNDIO

A privatização da Companhia de Energia de Rondônia, que foi arrematada pela Energisa, tinha como justificativa a melhoria dos serviços e a ampliação de toda a rede que beneficiaria a população, além da empulhação de que os preços por quilowatts diminuiriam. A qualidade dos serviços continua ruim, mas o preço pelo consumo alcançou patamares absurdos, abrindo, inclusive, espaço para a exploração política dos espertos que utilizam do vilipêndio da empresa para enganar os incautos.

 

RECADO

Como o projeto de anistia enviado pelo governador ao Legislativo, que chegou sorrateiramente em meio à pandemia, alguns deputados estaduais estão antecipando suas posições contrárias a esta sem-vergonhice. O recado foi dado inicialmente e firme pelo atual presidente deputado Laerte Gomes e endossado pelo próximo, Alex Redano.

 

SILÊNCIO

Marcos Rocha, governador eleito no rastro do bolsonarismo, se faz de morto e não diz um pio sobre os motivos que justifiquem o envio de um projeto com renúncia bilionária de receitas e tão lesivo à população rondoniense. Das duas umas: o tesouro estadual está com a tulha tão cheia que dispensa receitas, ou coronel está abilolado - igual ao amigo capitão.

 

FREIOS

Não fosse a atuação firme de moderação do Poder Judiciário que tem colocado freios na irresponsabilidade de chefes dos executivos que querem retomar as atividades comerciais em detrimento às recomendações técnicas de saúde, o caos estaria instalado também no sistema de saúde de Rondônia. O último decreto do governador Marcos Rocha, liberando a abertura de estabelecimentos apenas em razão das pressões políticas, revela o descompromisso da administração estadual com a saúde pública.

 

PECAMINOSO

Liberar também os cultos nas igrejas foi uma medida sem compaixão com a vida, visto que é possível qualquer pessoa realizar suas orações na própria residência e pedir perdão diretamente a Deus sem intermediários. A maioria dos juízes está atenta às decisões demagógicas que colocam em risco a incolumidade da população. O ato do coronel é no mínimo pecaminoso.

 

INÉRCIA

Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele”, eis aí uma boa definição dada pela primeira lei de Newton que traduz a atual situação em que se encontra a Secretaria de Estado de Ação Social, sob controle da Primeira Dama do Estado, Luana Rocha.

 

 

INERTE

Na medida que o Covid 19 obriga em geral a centenas de famílias permanecerem em casa, em particular as pessoas mais pobres, não há notícia de uma ação solidária da secretária (esposa do governador) para minimizar a fome de quem passa necessidades. Sorte dos desfortunados é a rede de solidariedade que se formou entre cidadãos anônimos e empresas que têm promovido campanhas recolhendo cestas básicas para serem distribuídas a quem não tem alimentos para comer por falta de trabalho em razão do isolamento social. Do alto da residência oficial, Luana aguarda inerte e bem protegida a pandemia passar.

 

NO AR

Embora as atenções da população estejam concentradas no combate à pandemia do coronavírus, o senador Marcos Rogério (DEM) requereu ao Senado Federal ressarcimento dos gastos com gasolina para seu possante avião. Apesar da proibição de realização de reuniões, voou pelos céus de Rondônia. Pelas prestações, é o segundo senador que mais gastou o erário do contribuinte com este tipo de combustível sem uma razão plausível que justifique tais gastos. Já no segundo ano do mandato senatorial o parlamentar não tem uma ação concreta que possa apresentar, que tenha contribuído para a melhor qualidade de vida do rondoniense. Enquanto ele voa alto em segurança, o povo põe em risco a vida nas BRs esburacadas e congestionadas com carretas.

 

PAVÃO

Nos últimos dias Marcos Rogério retornou às redes sociais para passar um pito nos ministros do STF que, segundo ele, praticam ativismo judicial – numa fragrante defesa dos interesses de Bolsonaro. Com uma postura professoral e arrogante – estilo que tem sobressaído em suas falas – aborda aspectos constitucionais de forma confusa ao utilizar bordões dignos de principiantes em IED (Introdução ao Estudo do Direito). Em relação à inércia do governo de Rondônia no combate à pandemia e uma palavrinha em favor dos profissionais de saúde que estão tombando no cuidado aos infectados, nada!  É um verdadeiro pavão misterioso.

 

TRAQUE

Aguardado com muita expectativa o depoimento do lavajatista Sergio Moro que deve ser liberado pelo STF a pedido dele e do Ministério Público Federal. Celso de Mello deve tomar a decisão após investigadores da PGR não constatarem nas declarações do ex-ministro nenhuma imputação nova contra o presidente Jair Bolsonaro. Trata-se, segundo os investigadores que leram o depoimento de Moro, de um relato muito semelhante às declarações dadas publicamente pelo ex-ministro sobre as interferências de Bolsonaro na condução da Polícia Federal. A expectativa era de revelações bombásticas de quem conviveu sob o coturno de um capitão que outrora foi expurgado da caserna. Na boca miúda da capital federal é que o depoimento foi um traque. Motivo pelo qual o JN e o Fantástico não manifestaram interesse em vazar. A conferir!

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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