Terça-feira, 27 de setembro de 2016 - 17h07
Robson Oliveira
Debate
Ao contrário de outras opiniões, esta coluna avalia como positivo o debate entre os candidatos a prefeitos de Porto Velho, ocorrido no último domingo (25), na rede de TV SIC, filiada a Record. É uma ingenuidade achar que em um minuto para apresentar as respostas e um minuto de tréplica o candidato tenha condições de aprofundar propostas para um período de quatro anos. Nem aqui nem alhures! No entanto, o debate serve (e serviu) para o eleitor verificar as contrações, as mentiras e, acima de tudo, as intenções gerais do que pensa sobre administração pública.
Formato
O formato dos debates no Brasil segue a lógica mercantilista, ou seja, providos pela TV aberta, onde atinge as camadas menos aquinhoadas da população que não dispõem de TV paga e destina poucos minutos a cada candidato para que fale superficialmente sobre as propostas. Dividido em blocos, os intervalos intercalam o debate para que a emissora fature. Isto faz com que restem destacados os momentos em que os candidatos aumentam o tom das críticas entre eles: as mais acerbas certamente serão as mais virilizadas. É um formato possível em TV aberta nos moldes nacionais.
Rinha
Embora haja críticas de determinados setores, em particular de parte da mídia, quanto aos momentos em que os candidatos aumentam o tom das acusações, é uma bobagem achar que este tipo de enfrentamento não agrada a parte do eleitorado. Aliás, bobagem não, ingenuidade. Quem assistiu ontem ao debate presidencial americano saberá do que a coluna se refere. Mesmo nos lugares denominados mais avançados e mais “civilizados”, os candidatos partem para “o confronto”. Foi o que aconteceu ontem no evento americano. Um debate apenas de propostas, no formato que os críticos de plantão sugerem, estaria fadado à queda abrupta de audiência. Todos sabem disso, mas adoram dizer o contrário. Imagine Mauro falando por vinte minutos ininterruptos sobre saúde, educação, segurança... Quem aguentaria?
Debate II
Quinta-feira (29), após a novela das nove, é a vez dos candidatos da capital debaterem na TV Rondônia, filial da Globo. Nessa emissora os debates costumam ser mais travados por regras mais rígidas que evitam o confronto livre entre os debatedores. Apenas em um bloco os candidatos poderão fazer livremente perguntas entre si, oportunidade em que as críticas tendem a ser mais ácidas. No entanto, é preciso cautela porque que a emissora dita o padrão comportamental do país e, uma crítica mais exagerada, pode ser um tiro no pé do candidato. É um debate obrigatório e quase protocolar onde geralmente não há vencedores; mas, dependendo do desempenho, é possível apontar um perdedor.
Bandeirolas
Como esta coluna havia alertado semana passada, as bandeiras afixadas pela campanha de Mauro Nazif (PSB) ao longo da Avenida Jorge Teixeira estavam descumprindo a legislação eleitoral porque foram colocadas nos locais dos jardins, o que é vedado por lei. Esta semana o Tribunal Regional Eleitoral acolheu a representação interposta pelo advogado Márcio Nogueira contra a campanha irregular e determinou que Mauro Nazif retirasse todas as bandeiras daquele local. O próprio prefeito que diz ter passado três anos e meio arrumando a casa, faz uma desarrumação no visual da capital numa das principais vias de acesso à cidade. Cá pra nós: o conceito de embelezamento não é o forte do nosso alcaide. O município está desabonitado.
Posicionando
A campanha começou apática em Porto Velho com os eleitores alheios às falas dos candidatos. Nas mídias sociais eram enormes as manifestações de repulsa aos candidatos e aos partidos políticos desde que a população começou a tomar conhecimento do mar de lama que assola as agremiações e os mandatários. Entretanto, nos últimos dois dias o quadro tem mudado e as pessoas começam a opinar sobre os candidatos e as propostas. É possível agora verificar manifestações espontâneas de apoios de eleitores que antes anunciavam votar nulo ou branco.
DETRAN
É raro esta coluna abrir espaço para elogiar órgãos públicos que atendem à população com dignidade e competência, visto que é uma obrigação que assim procedam. Ocorre que é raro nesse país órgãos públicos serem operosos, tecnicamente ágeis e com dirigentes competentes. Mas em Rondônia, para surpresa desse cabeça chata, o DETRAN vem prestando um serviço operacional e digital de primeiro mundo. Precisei do órgão para renovação de um documento que anteriormente exigia várias idas e vindas, e consegui realizar tudo em poucos minutos. Embora esta coluna demonstre invariavelmente intolerância com a lentidão dos governos, abre espaço hoje para elogiar a rapidez.
Pesquisas
Sexta-feira (30), teremos mais uma rodada de pesquisa do IBOPE em Porto Velho. Quem conhece os bastidores da política sabe que os percentuais divulgados da última apuração desse instituto tendem a ser o mais próximo da realidade. Apostem como podemos ter surpresas!
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