Quarta-feira, 1 de julho de 2020 - 16h22
LOCKDOWN
Foi preciso a prefeitura da capital
ingressar na justiça para que o governo de Rondônia reconhecesse que a
reabertura do comércio mesmo gradualmente era um equívoco, visto que o pico da
pandemia do covid-19, particularmente em Porto Velho, ainda está por vir. Em
juízo, o governo, além de reconhecer o erro em relação à capital, decidiu
retornar à fase 1 (fase mais restritiva do isolamento) em mais 19 municípios.
UMBIGO
Como era de se esperar, as
representações patronais criticaram, mas seja em Porto Velho, seja Nova Iorque,
e seja em outra cidade mais desenvolvida, a única forma para enfrentar a
pandemia é o isolamento restritivo. Quem berra em sentido contrário são os
negacionistas que, nestes tempos, são tão letais quanto o covid. Os reflexos
negativos da pandemia são globais, não é apenas na capital rondoniense, como
querem que todos creiam. As representações patronais pensam tão somente no
próprio umbigo.
COLAPSO
Como qualquer pandemia que se
alastra feito fogo em capim seco, o covid-19 colapsou todos os sistemas de
saúde mundo afora. Quem tentou estruturar seus sistemas no momento em que a
pandemia estava circunscrita à Ásia e Europa, caso não tenha amnésia,
deparou-se com a escassez dos insumos e equipamentos. Como o sistema de saúde,
o mercado produtor desses insumos e equipamentos entrou em colapso em suas
produções em razão da demanda. A incompetência, quanto ao bom combate ao vírus,
foi daqueles gestores que nada fizeram e optaram por ignorar a letalidade do
vírus. Não é demais lembrar que o colapso no sistema saúde alcançou também o
privado.
CORREÇÕES
Embora a capital tenha decretado o
isolamento restritivo em maio, como estratégia de achatar a curva ascendeste, o
governo não fez a parte dele. Explico: não adianta decretar nada restritivo sem
que o próprio estado exija o cumprimento, compelindo a população a respeitar a
norma em vigência. Foi o que ocorreu. Há um péssimo exemplo ainda na memória de
um coronel tentando impor a ordem e, após o fato ganhar as redes sociais, o
governador desautorizou. Fatos desta natureza desmoralizam o isolamento e
estimulam parte da população, a exemplo dos jovens, a descumprir a norma. Sem
que o poder público exija o cumprimento do decreto de isolamento restritivo,
usando seu poder de polícia, chegaremos em setembro com o mesmo problema. É
preciso aprender com os erros, fazer as correções, e não se acovardar em adotar
medidas impopulares de olho no calendário eleitoral. Governante é eleito pra
governar. E aguentar pressão.
ECONOMIA
O principal argumento dos
defensores da liberalidade com a abertura do comércio é a crise na economia que
vamos enfrentar. É verdade. Embora a economia brasileira esteja em retração
desde o governo Dilma Rousseff, a pandemia tem corroído ainda mais as
atividades econômicas com reflexos danosos e ainda imprevisíveis. Porém, será
ainda mais desastrosa para a economia à medida em que se arrastar seu controle.
LOROTA
A taxa de desemprego aumentou, a
quebradeira dos pequenos negócios tem sido enorme e as atividades da
informalidade praticamente entraram em coma. É um problema de escala mundial
que exigirá dos governos esmero para que o paciente não sucumba pós-pandemia.
Mas o momento exige cuidados com a saúde das pessoas para que aquelas com saúde
possam criar os mecanismos objetivos a fim de que a economia retome o seu curso
e volte a pulsar. Achar que se resolve as duas chagas concomitantemente é
mentir para a plateia de olho na política. Nenhum país mais avançado
tecnologicamente que o nosso conseguiu tal capacidade. Temos que aprender com
esta crise para corrigir os erros. Em tempos de cólera abundam os profetas
(negacionistas) da lorota!
BAJULAÇÃO
O Secretário de Estado da Saúde,
Fernando Máximo, deveria liderar o enfrentamento da pandemia ouvindo as
opiniões das cabeças pensantes da saúde, ao invés de se deixar influenciar por
opiniões de pessoas que não possuem formação na área. Um exemplo ruim é o
chamado grupo “Pensando Rondônia”, que, aliás, nas coletivas promovidas pelo
estado, tem lugar cativo com falas desconexas. O momento exige dar voz a quem
tem o que falar sobre Covid: os infectologistas, sanitaristas e especialistas
da saúde. Máximo não lidera nada e ainda atrapalha aqueles que falam algo de
útil. Quem conversa com os médicos, os representantes dos conselhos, como esta
coluna faz, ouve tão somente críticas ao secretário. Embora, no aquartelamento
que vive, as vozes que escuta são com loas. E ele retribui com continência da
bajulação sem nunca pensar em Rondônia.
BELINGERÂNCIA
O momento é juntar esforços
políticos e científicos para que possamos minimizar a crise, replanejar o
futuro e estabelecer metas governamentais. Infelizmente o que vemos nas redes
sociais é o inverso, há um clima de beligerância política entre as autoridades.
Em Guajará-Mirim, por exemplo, o governador Marcos Rocha optou por abrir sua
artilharia contra o deputado federal Coronel Crisóstomo. Em Porto Velho, coube
ao secretário Fernando Máximo criar um clima belicoso com o prefeito Hildon
Chaves, da capital, e atirar farpas em direção ao deputado federal Léo Moraes.
A crise não é apenas sanitária, Rondônia está imersa numa crise política sem
precedentes. Isto cria um terreno fértil para novos aventureiros da rapina. As
redes sociais dão azo a esta gente que afina o bico de olho na carcaça.
ARROBA
Apesar das atividades comerciais
estarem em crise em razão do coronavírus, a atividade de compra e venda de gado
está em alta no mercado da capital. Uma boiada, além de uma boa fazenda sentido
Guajará, segundo fontes da coluna, foram comercializadas de forma atípica. Para
dar os nomes aos bois, a coluna aguarda ainda algumas confirmações a fim de
evitar barrigada com consequências de dano moral. Mas a arroba bovina está em
alta, independentemente da crise.
ANUIDADES
A Assembleia Legislativa do Estado
aprovou uma lei que enquadraria as anuidades dos estabelecimentos de ensino
privado que mudaram a forma contratual das aulas presenciais para o meio
remoto.
DESCONTOS
Pela regra aprovada, as escolas e
as universidades privadas teriam que conceder descontos nas anuidades já que
mudaram a forma de oferecer as aulas. O problema é que os estabelecimentos não
estão concedendo os descontos, alegando uma suposta lacuna na lei aprovada
pelos deputados estaduais.
CHICANA
Ora, a lei foi aprovada em razão da
mudança contratual das aulas presenciais para remotas– nesta segunda
modalidade, as famílias arcam com todos os custos mesmo tendo sido alterado o
serviço prestado. A lacuna utilizada pelas universidades é fazer chicana com a lei
e zombar com a inteligência humana. Nas aulas remotas, feitas precariamente do
celular e internet dos próprios professores, os gastos das universidades são
infinitamente menores do que montar a estrutura para atender turmas com as
aulas presenciais. Caberia aos deputados uma reação mais efetiva para impedir
que a norma legislativa não seja desmoralizada e a Assembleia Legislativa não
seja achincalhada mais do que já foi. Até aí Inês é morta!
CENSURA
É muito engraçado testemunhar a
gritaria da maioria dos internautas nas mídias sociais protestando contra a lei
aprovada no Senado Federal que impõe limites aos conteúdos denominados 'fake
news' e virilizados pelas plataformas. A lei em si, que depende ainda de duas
votações da Câmara Federal para entrar em vigência, é capenga do ponto de vista
legislativa devido excessos, mas no geral é necessária para estabelecer regras
civilizatórias aos usuários que utilizam dessas ferramentas para difundir ódio,
calúnia, injúria, discriminação e, não raro, atentam contra o próprio estado de
direito. Não há censura contra o exercício da imprensa. A gritaria não passa de
lorota daqueles que usam as redes para disseminar fake. Como dizia Umberto Eco,
são idiotas!
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