Terça-feira, 9 de novembro de 2021 - 15h43
ZERO SEIS
O senador rondoniense Marcos Rogério tem se notabilizado
no Congresso mais como porta voz dos interesses do Presidente da
República do que dos interesses rondonienses. A duplicação da BR 364, por
exemplo, que tem ceifado vidas diariamente, nunca foi um prioridade do senador
para não pressionar o governo do presidente que ele venera. Quem ousa criticar
o governo, imediatamente aparece o senador Marcos Rogério para atacá-lo. Razão
pela qual é conhecido em Brasília como o zero seis.
MENTIRA
Até para quem usa das prerrogativas constitucionais para
corrigir aqueles que estão supostamente fora da lei, Marcos Rogério reage
com veemência em tom quase de insulto, como na decisão da ministra Rosa
Weber que concedeu liminar suspendendo o pagamento de emendas parlamentares
denominadas secretas. Mente também quando alega que a esquerda tenta criminalizar
a política ao cobrar transparência na liberação destas emendas.
PERGUNTA
Ao criticar a decisão da ministra Rosa Weber, do STF,
Marcos Rogério reagiu perguntando: “O que está por trás da decisão da ministra
Rosa Weber de conceder liminar ao PSOL para interromper o pagamento de emendas
parlamentares?” E ele mesmo responde avexado: “ A verdade é que a esquerda
quer criminalizar um processo político legítimo, numa clara tentativa de
boicotar o Governo e o Brasil", cutucou.
CANDIDATO
Embora tenha tomado uma rasteira do governador Marcos
Rocha pelo domínio do novo partido União Brasil – uma junção entre o PSL e o
DEM -, Marcos Rogério está avaliando o cenário para ingressar numa legenda já
que mira na cadeira do “colega” (Marcos Rocha) igualmente bolsonarista. Caso Bolsonaro
ingresse mesmo no PL, como anunciado, o caminho do senador pode ser o
mesmo.
FACE A FACE
Marcos Rogério e Marcos Rocha, na hipótese de disputarem
o governo, vão às eleições com discursos similares já que são as duas faces da mesmo
moeda bolsonarista. O Rocha terá como vantagem defender o legado (caso exista)
do seu governo e, o segundo Marcos, o mesmo lenga ideológico que o primeiro
defende desde as eleições passadas. Então qual motivo o eleitor terá para votar
num ou no outro? Votar nos dois é impossível porque não há como dividir o
sufrágio. Não me surpreenderia que nesta arrelia para quem seja a face mais
bolsonarista, ambos fiquem fora do segundo turno com a cara de bobos. Uma coisa
é certa: não há espaço hoje para dois candidatos do mesmo espectro no segundo
round. Não vê quem não quer.
SONSO
Confúcio Moura, tarimbado e astuto em ganhar eleição,
assiste de longe a briga entre os siameses bolsonaristas e sonha para que um
cavalo passe encilhado no seu terreiro para montá-lo e voltar ao governo. O
velhinho sempre se faz de morto e sabe como um pugilista com habilidade mortal
levar às cordas os adversários. De sonso não tem nada.
SUBESTIMAR
A bem da verdade, o MDB não possui mais a musculatura que
ostentava nas duas eleições em que o Confúcio venceu. É um partido velho, com
todos os defeitos dos demais e nenhum charme dos novos tempos. As raposas que
antes devoravam o galinheiro estão cansadas e nem conseguem subir ao poleiro
para devorar as presas. Nem por isto deve-se subestimar o velhinho de fala
mansa e gestos fidalgos. Confúcio é astuto, vivo e cruel quando mira no
adversário. Pronto está para voltar ao cargo que gosta e com a ajuda
material nada desprezível da ‘$uplente’ empossada temporariamente em sua vaga.
Embora seja mestre em procrastinar as decisões feito sonso. Nestas eleições,
não será diferente.
VONTADE
Já Hildon Chaves (PSDB), prefeito da capital, a exemplo
de Confúcio Moura, não esconde a vontade de sair candidato a governador. O
problema é que no grupo que faz parte Marcos Rogério é o preferido. Mas
conhecendo as entranhas dos membros do grupo a troca de um pelo outro,
dependendo das pesquisas antes das convenções, não é nada improvável. Hildon e
Marcos Rogério não são donatários de uma legenda para impor suas vontades o que
atrapalha os planos solo. Marcos não anunciou qual partido ingressará e Hildon,
a qualquer momento, anuncia ida ao PSD.
DEFINHANDO
O PSDB está na eminência de virar uma legenda familiar
uma vez que a maioria das lideranças da capital e interior está de malas
prontas para deixar o ninho tucano. O deputado estadual Laerte Gomes é esperado
no PSD, assim como Hildon Chaves. O deputado estadual Alan Queiroz deve seguir
o governador para o novo partido União Brasil. Vereadores do interior e
prefeitos também estão aguardando virar o ano para também deixar o PSDB. O
partido tem tudo para ser um ninho dos Carvalhos.
PEC CALOTE
É um escárnio legal o Projeto de Lei que institui o
calote nos precatórios. São anos de luta judicial para que um cidadão consiga o
reconhecimento de um direito contra o estado e, quando consegue uma sentença
transitado em julgado, vem o mesmo governo com um projeto de emenda
constitucional para dar o calote.
ELEIÇÃO
Num país sério um projeto absurdo dessa natureza não
passaria: o governo e o parlamento tiram com uma mão verbas alimentícias
reconhecidas pela justiça para dar com a outra mão a pessoas reconhecidamente
necessitadas como forma de ganhar eleição.
FALTA DE ZELO
Ninguém é contra programa de inclusão social, mas que
seja com verbas próprias, sem que outras pessoas sejam prejudicadas. Os
recursos dos precatórios não pertencem a governo, são débitos reconhecidos
judicialmente de pessoas que foram surrupiadas em seu direito líquido e certo.
Não é aceitável que agora, depois de anos de luta e gastos, mais uma vez o dono
do precatório seja passado para trás para que o governo utilize tais recursos
para fazer política. O pior em tudo isto é que o escárnio é feito sob o
beneplácito de quem deveria zelar pela aplicação da lei.
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