Terça-feira, 14 de julho de 2020 - 16h42
MEIO AMBIENTE
Embora
a pandemia seja a principal manchete nos veículos de comunicação, seja no
Brasil, seja nos demais países, visto que tem ceifado um número assustador de
vidas e sem uma vacina que imunize a população contra a Covid-19, os
problemas ambientais, em particular na Amazônia, começam a ganhar mais espaço
nos noticiários. E assume este papel de importância muito em razão das
irresponsabilidades do governo brasileiro no desmonte das estruturas do estado
que combatem a depredação da floresta amazônica.
BOQUIRROTO
A
fala do ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, naquela fatídica e
inesquecível reunião ministerial, apontada pelo ex-ministro Sérgio Moro como
motivo de sua demissão do cargo do Ministério da Justiça, revela o desprezo
governamental com as políticas ambientas. Pela ética de Salles, a pandemia
seria uma ótima oportunidade para o governo mudar toda a legislação ambiental
na Amazônia sem a mesma pressão exercida em tempos sem Covid, já que as manchetes
dos veículos de comunicação, aqui e alhures, estão voltadas para a pandemia.
VESGO
Com
uma visão distorcida da realidade mundial quanto as questões climáticas e
ambientais, o ministro do Meio Ambiente brasileiro tem se especializado em
puxar o caso da família bolsonarista ao enxergar a preservação da Amazônia como
um atraso econômico. Por ele, e a família presidencial, tudo seria desmatado
para que o agronegócio pudesse produzir mais alimentos. Esquece que não basta
apenas produzir em grande escala para garantir que abasteça o mercador
consumidor internacional. Hoje, basta verificar as barreiras comerciais postas,
o mercado internacional exige produtos com origem de produção que atente para
as compensações ambientais. Cada vez mais é um mercado exigente em relação a
forma da produção, quem não percebe esta realidade ou é cego ou vesgo. Ao que
parece nosso ministro é acometido por uma das duas deficiências.
FOGUEIRA
O
agronegócio, parte essencial em nossa economia, percebeu o problema de visão de
Ricardo Salles e tem emitido sinais de que prefere queimar o ministro do cargo
do que tocar fogo na floresta amazônica. Outro fator de desgaste do ministro é
o excesso de vaidade e, em razão disto, tem sido escanteado sobre os debates
internacionais da área. No Brasil, para coordenar um programa menos incendiário
destinado a preservação ambiental, o governo preferiu o vice-presidente General
Mourão. Salles foi preterido da missão, em razão da vaidade e do alinhamento
equivocado sobre a utilização da Amazônia na produção de
comodities. Com o período do verão, que coincide com o aumento das
queimadas na região, é possível que o ministro vire cinzas na própria fogueira
que tem ajudado a erguer. E as manchetes dos noticiosos já começam a relatar
este desfecho. A Amazônia agradece.
LOCKDOWN
Duas
semanas depois que decidiu incentivar setores empresariais a protestar contra o
lockdown decretado pelo prefeito da capital Hildon Chaves – que o fez como
forma eficaz de achatar a curva do avanço do coronavírus, o governador coronel
Marcos Rocha anunciou que sua esposa Luana e Fernando Máximo, o seu Secretário
de Saúde, testaram positivo no coronavírus.
DIFERENÇAS
Pelo
boletim médico divulgado, Fernando Máximo encontra-se na UTI em razão do
agravamento do quadro respiratório, e a primeira dama estaria se recuperando em
casa: deduzimos sob os efeitos dos mesmos medicamentos que o governo distribui
nas imediações do Palácio para a população em geral. Já o secretário - bem
diferente do prefeito de Vilhena que testado positivo usou a própria rede
pública municipal que administra - optou por ficar sob os cuidados de um
hospital privado, em Porto Velho.
EXEMPLO
Nada
contra a boa rede hospitalar privada da capital, mas seria uma oportunidade
para o secretário Máximo testar os leitos públicos do hospital Regina Pacis que
adquiriu recentemente, com uma inauguração pomposa que reuniu dezenas pessoas,
seguindo o bom exemplo do alcaide de Vilhena. Os profissionais de saúde da rede
estadual são tão bem preparados quanto os da rede privada. Já os equipamentos e
insumos para o combate à Covid...
REAÇÃO
O
prefeito da capital absorveu as críticas calado constatando que o isolamento
mais rigoroso é o único meio disponível no momento para conter a escalada do
vírus que atinge a todos, inclusive quem a despreza. A reação dos detratores
era previsível porque a crise sanitária agravou a econômica e cabe a quem
administra o caos optar pela melhor forma de enfrentá-las. O prefeito fez uma
opção responsável pela vida, embora parte das pessoas somente entendem esta
decisão quando um parente tomba com o vírus, mas a maioria compreende a
responsabilidade de um administrador. Pode até sobrar lockdown, desde que falte
irresponsabilidade. Infelizmente este substantivo feminino no comércio tem em
abundância. A reação ao ato da municipalidade pela vida comprova a
vulgarização com as mortes em favor do lucro.
SHOPPING
É
um escárnio à população a abertura do shopping neste momento em que se agrava o
número de infectados com o corona na capital. É um segmento que tem um
consumidor mais abastado e pode muito bem sobreviver à pandemia com vendas on
line, drive-thru, delivery etc.. Estamos em um momento atípico com a decretação
de calamidade sanitária, algo inimaginável meses atrás, e não adianta
justificativas econômicas quando vidas estão sendo expostas à contaminação. São
estabelecimentos que possuem capilaridade e seguros contra adversidades. Só a justiça
para impedir mais esta irresponsabilidade social.
RAPINAGEM
Mesmo
com o adiamento das eleições e com um calendário mais adiante, em respeito à
crise sanitária, os pré-candidatos estão com seus respectivos blocos nas ruas
anunciando suas candidaturas. Não respeitam nem o momento de dor de dezenas de
famílias que perderam seus entes. Cada coisa a seu tempo, e o momento não é
favorável à política. Quem não respeita as pessoas não tem condições de
administrar uma crise da atual proporção. São aves de rapina.
MEIA BOCA
Os estabelecimentos particulares
de ensino de Rondônia alardeiam que fizeram muitos investimentos para realiza
aulas remotas, não vêm cumprindo a legislação estadual sobre descontos durante
a pandemia e alegam inconstitucionalidade da lei. Os alunos afirmam que
não há investimentos, professores estão despreparados, dão aulas em suas
próprias casas, cheias de interrupções em seus celulares. Enquanto o aluno teve
gastos extras com internet e energia e recebe uma prestação de serviço “meia boca”
em um contrato que estabelece aula presencial, laboratórios etc.
TRANCAMENTO
As instituições tiveram redução de gastos com energia,
limpeza, segurança, demitiram terceirizados, entre outros cortes. Se não
negociarem vão perder muitos alunos nesse segundo semestre porque certamente a
pandemia vai perdurar até o ano que vem. Melhor negociar e oferecer descontos
se quiserem sobreviver. Nem precisaria do Poder Público movimentar tantos
profissionais e recursos com promulgação de leis, ações do MP, Defensoria,
Procon etc. Aguardem agosto para ver a chuva de promoções. Serão muitos trancamentos
ou transferências para aquelas que oferecerem as melhores vantagens.
DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS
A lei aprovada pelo legislativo estadual é tecnicamente
obscura na sua eficácia, mas caberia ao judiciário preencher esta lacuna quando
instado a se pronunciar. Todos sabemos que o espírito da norma que moveu os
deputados estaduais é descontar das anuidades pelos novos gastos dos
universitários com o ensino a distância e, igualmente, pela quebra do contrato
presencial. Compartilhar prejuízos, o que é justo. No entanto, pelas decisões
oriundas de quem deveria esclarecer as eventuais obscuridades dos
parlamentares, as universidades particulares estão ganhando todas, embora em
outros estados as próprias universidades se anteciparam a qualquer norma e
concederam descontos.
HUMOR PVH
Um site da capital denominado humor em pvh, muito gostoso de
ser acessado, tascou esta: “O governador Marcos Rocha informou que ficará 14
dias de quarentena com a esposa, com isso, já serão 572 dias no total de
quarentena’. Pensando bem, humor está absolutamente correto.
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