Segunda-feira, 10 de janeiro de 2011 - 17h30
Retorno
Depois de vinte dias de férias e longe do noticiário rondoniense, eis-nos aqui de volta ao batente. Fiquei surpreso com as manchetes envolvendo o novo governo e seus titulares. Com o devido respeito, cada um tem o direito de emitir as opiniões que lhes convêm, mas ainda é muito cedo para que possamos avaliar as ações e as eventuais mudanças do novo governo. Não se muda a máquina pública num passe de mágica. A decisão em mudar, por si, já merece elogios.
Monólogo
Não podemos deixar de reconhecer que algumas críticas ao governante são devidas pela falta interlocução direta com a mídia, em especial quanto àantecipação de informação. Sua excelência optou pela relação distante e fria com a imprensa. Informação, só pelo BLOG. Aliás, até intimidades banais são relatadas (a exemplo de limpeza de 'cravo' na careca). Já escrevi aqui que pautar os jornalistas somente pelas redes sociais não é o melhor caminho. O que preocupa é que Moura promete repaginar o BLOG e inserir um espaço para “fofocas”, segundo revelou no final do ano.
Perigo
Antes de dar início a sessão de boatos, sugiro ao nosso governante uma leitura ao trabalho da lavra de Luiz Weis e Maria Inês Zanchetta sobre boatos. Nele os autores mostram o perigo que é este campo fértil em derrubar reputações, principalmente na seara política.
Boato
“É sempre tudo muito parecido: uma história que ninguém sabe exatamente de onde saiu passa de boca em boca e, em questão de horas, se tanto, com os devidos acréscimos e bordados, vira verdade verdadeira. É o boato, um dos mais assíduos frequentadores de conversas, em toda parte e de todo tipo de gente. Costuma crescer feito bola de neve em situações de tensão e ansiedade. E pode murchar como um balão furado assim que alguém se dá ao trabalho de conferir o rumor antes de passá-lo adiante, o que porém raramente acontece. Às vezes, sobrevive a todas as checagens - e aí vira lenda...
Veneno
Mas o boateiro não é uma pessoa diferente das demais ou coisa que o valha. Não há quem, com maior ou menor convicção, não tenha sido cúmplice da difusão de uma história, geralmente envolvendo gente famosa, sem ter a menor ideia se era verdadeira ou não. Ou, o que ainda é mais comum, sem se perguntar se o boato não teria sido plantado de propósito por alguém interessado em beneficiar-se da circulação da notícia falsa. Passar adiante um boato, em suma, parece parte da condição humana. Muitos boatos nascem de um mal-entendido. Alguém tira uma conclusão errada do que vê, lê ou escuta, confunde um gesto ou uma frase, e pronto - faz brotar uma inverdade que, levada às últimas consequências, pode envenenar a reputação de pessoas inocen tes antes mesmo que fiquem sabendo dos rumores em que caíram.
Digitais
Mas, do mesmo modo que uma nota falsa só é aceita se a falsificação for de boa qualidade (a menos que a pessoa seja muito desatenta ou desinformada), o boato, para circular com rapidez e desenvoltura, precisa ser verossímil, seja quanto ao conteúdo seja quanto à fonte. Quem conta a história deve estar em condições de responder de boca cheia à pergunta “Como você soube?” ou “Quem foi que contou?” Boato ideal, portanto, é aquele que tem cara, cor e cheiro de verdade -- e ainda por cima tem o aval de alguém tido como uma pessoa que sabe das coisas. Esses são ingredientes indispensáveis para quem pretenda cozinhar uma história com a intenção de ganhar algo ao servi-la a determinado público.
Pecado
Não muito diferente são os boatos criados para fazer mal a candidatos a cargos públicos. Esse tipo de rumor apela frequentemente para questões de ordem moral: propaga-se contra o candidato histórias de corrupção ou de escândalos na vida familiar, das quais ou ele não conseguirá se livrar ou só se livrará tarde demais -- quando tiver já perdido a eleição. Como não há quem não goste de falar mal de políticos, essas histórias percorrem o eleitorado a jato. No entanto, para serem realmente eficazes, devem machucar a vítima ali onde dói mais: o boato deve acusá-lo de algo que seja um grave pecado naquela sociedade, naquele momento.
Infortúnio
Dias antes da promulgação da Constituição, correu no Brasil o boato de que o deputado Ulysses Guimarães, 72 anos, presidente da Assembleia Nacional Constituinte, havia morrido. A notícia foi transmitida de Brasília ainda de madrugada pelo repórter de uma rádio paulista, que aparentemente se confundiu com uma nebulosa informação obtida na redação de um jornal local. A família do doutor Ulysses, que dormia placidamente, teve o dissabor de ser despertada por um colar de telefonemas -- alguns, mais afoitos, até de pêsames. Esse foi o maior dano causado pelo boato ao vivíssimo (na época) político, virtual candidato presidencial.
Tancredo
Em volta de uma das maiores tragédias de sua história recente brasileira -- a agonia e morte de presidente eleito Tancredo Neves em 1985. Dia 14 de março, véspera da posse, quando ele foi internado às pressas no Hospital de Base de Brasília, até sua morte, a 21 de abril, o país mergulhou numa boataria nunca antes vista. De início, os meios de comunicação apresentaram ao público uma versão suavizada dos problemas de saúde de Tancredo, e depois veicularam o fogo cruzado entre as equipes médicas que o assistiram, enquanto ele era submetido a cirurgia após cirurgia. Só restou então ao povo desinformado acreditar no boato de que a verdade sobre o caso era toda outra e estava sendo escondida de propósito: Tancredo tinha sido vítima de um atentado a tiros. Nunca houve atentado a bala nenhum contra a raposa mineira.
Nascituro
Boato vem do latim boatus, significando “mugido, grito agudo”. Na Antiga Roma, os imperadores, cientes de que a plebe gostava tanto de um rumor quanto de uma luta de gladiadores, nomearam os delatores (do latim delatio, que significa contar, referir), cujo trabalho era circular pelas ruas e levar ao imperador a vox populi. Caso os boatos fossem prejudiciais à imagem do imperador, os delatores, como agentes desse verdadeiro serviço nacional de informações, versados nas artes da guerra psicológica adversa, lançavam boatos em sentido contrário.
Ensinamento
Um exemplo é o incêndio de Roma. Não há quem não tenha aprendido que o responsável foi o insano imperador Nero. Mas é possível que essa versão tenha nascido do fato de ser Nero um imperador impopular. No episódio, de nada adiantou o desmentido oficial; para se defender, Nero recorreu então à contrainformação: os responsáveis pelo incêndio foram os cristãos, na época uma minoria hostilizada -- e mais que depressa a fúria da plebe voltou-se contra eles. Nem todo boato pode ter um fundo de verdade, ao contrário do que quer o ditado. Mas seguramente todo boato tem alguma verdade a ensinar sobre o comportamento das pessoas e o funcionamento das sociedades em que elas vivem”. Portanto, não é recomendável nosso 'soberano' estimula r em seu BLOG boatos, pois poderá ser vítima do próprio veneno.
Vítima
Aliás, entre o primeiro e o segundo turno, Confúcio Moura se queixava aos próximos dos boatos que pipocavam na mídia em relação às supostas nomeações que faria quando eleito. O melhor seria gastar mais tempo como governador do que escritor. Após a passagem pelo palácio, tempo é que não vai faltar para o escriba relatar os 'causos' em suas missivas eletrônicas.
Jogo duro
A continuar a inércia política palaciana em relação à eleição da Mesa da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Valter Araújo (PTB) tem tudo para levar a peleja. As conversas nos bastidores entabuladas por ele têm surtido resultados. A cada lance aumenta o cacife.
Opção
É possível que os governistas optem em apoiar o deputado Neodi Carlos, mas há muitas resistências entre os membros do grupo situacionista. Outra opção seria apostar as fichas no peemedebista Edson Martins. O problema é que para esta opção vingar o Palácio teria que entrar no jogo com todas as fichas disponíveis. Algo que o governador acha temerário. Por enquanto estuda as jogadas e os jogadores.
Registro
Um amigo de trabalho em Brasília, Dr. Gelson Albuquerque, com quem já tomei alguns generosos goles da 'marvada', assumiu o gabinete do Ministro da Integração Regional. Trata-se de um profissional da melhor qualificação que prometeu ouvir algumas das reivindicações dos nossos alcaides. Registro a subida do amigo e desejo-lhe sorte na empreitada. Apesar das novas tarefas exigirem sua presença tempo integral, espero que ele arranje tempo para pagar mais uns goles do bom escocês no Armazém do Ferreira (nosso boteco predileto na capital federal). Ano passado esteve em Solânea (minha cidade natal na Paraíba) para comemorar meu aniversário. Foi quem mais degustou bode assado.
Fonte: Robson Oliveira - robsonoliveirapvh@hotmail.com
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