Terça-feira, 5 de julho de 2022 - 13h59
LIMITES
O Tribunal Regional
Eleitoral (TRE), ao proibir o pré-candidato a deputado federal Breno Mendes de
usar indevidamente material de propaganda eleitoral antecipada em veículo,
sinaliza que não vai permitir os abusos mesmo de forma dissimulada. Breno é um
dos pré-candidatos que tem feito campanha ostensiva ao utilizar material
gráfico fora do padrão, slogan que lembram a última candidatura e remetendo ao
pleito que se aproxima, antes do período eleitoral permitido pela legislação.
Nas mídias sociais há também extrapolação dos limites vedados.
ABUSO
O programa “Tchau
Poeira” do governo do estado, que promete asfalto para os municípios, também
está sendo utilizado em tese como propaganda eleitoral. Quem participa dos
eventos das obras percebe nas falas alusão a uma continuidade das ações com o
alinhamento político. Marcos Rocha até tenta disfarçar no discurso, mas
vereadores e prefeitos foram escalados para afagar o ego governamental e
sugerir a continuidade da parceria por mais tempo, ou seja, alusão a mais quatro
anos.
PROIBIÇÃO
Desde sábado passado,
fica proibido a participação dos candidatos em inaugurações e contratações de
shows artísticos pagos com recursos públicos, bem como o comparecimento de
qualquer candidato ou candidata a inauguração de obras. Daqui pra gente, por
exemplo, a presença de Marcos Rocha no “Tchau Poeira”, fica vedada. A proibição
se estende ao alcaide vassalo que tentar fazer proselitismo entre a obra e a
eleição para privilegiar o governador, uma vez que alguns desses agentes públicos
acham que podem tudo. E não podem.
TRANSFERÊNCIA
Até a posse dos
eleitos as vedações valem para gestão de pessoal na esfera pública,
transferência de recursos entre entes da federação e publicidade governamental.
Esta última o Congresso Nacional chegou a flexibilizar driblando a legislação
eleitoral, contudo o STF concedeu liminar suspendendo a manobra.
DECISÃO
Um dirigente do
Diretório regional do MDB informou `a coluna que o partido define nos próximos
dias o caminho a tomar sobre as eleições estaduais. Dividido entre as mais
diversas candidaturas a governador lançadas, os emedebistas não deverão lançar
um candidato próprio a governador, embora queiram participar efetivamente na
composição da chapa majoritária que optar em apoiar. É uma legenda importante
uma vez que é estruturada em todos os municípios e que mais governou Rondônia.
Além da titularidade de uma vaga senatorial até os próximos quatro anos,
exercida por Confúcio Moura.
CRÍTICAS
Há uma pressão
externa para que o MDB reforce a coligação chapa branca de Marcos Rocha,
capitaneada pelo deputado federal Lúcio Mosquini. Existe também um grupo
expressivo que rejeita a adesão ao governador por diversas razões,
especialmente depois que Marcos Rocha andou criticando duramente o governo
emedebista que o antecedeu.
PRESSÃO
Dividido, caberá aos
próceres históricos da legenda escolher a melhor alternativa para a agremiação
partidária mais vitoriosa nas eleições de Rondônia. A pressão pela qual vem
sendo alvo é uma força exercida em todas as direções que o MDB sabe tirar de
letra sem que seja suficiente para acuar seus dirigentes. Aliás, em todas as
crises, aos velhos militantes é que se busca socorro.
NOMEAÇÕES
Nos bastidores os
governistas estão espalhando que emedebistas graúdos teriam condicionado adesão
ao governo por nomeações de parentes e apaniguados. A coluna deu uma espiada no
Diário Oficial do final de semana e não constatou a informação, mas o boato em
si mexeu com os ânimos e o humor de alguns dirigentes. Cooptações nestas
condições e neste momento são devastadoras para qualquer legenda que preza o
verniz da seriedade.
CONTRADITANDO
O senador Marcos
Rogério, pré-candidato a governador, tem contraditado ações governamentais nas
áreas em que o governo é fragorosamente ruim. A última bordoada revela os dados
estarrecedores da violência que aumentou consideravelmente. O cardápio de
críticas deve acentuar na medida que as convenções ocorram.
CONTRAPONTO
Léo Moraes, candidato
independente que tem apresentado propostas de ‘Rondônia pode Mais’, tem
apontado os graves problemas da saúde e a falta de empenho para a entrega das
unidades de Guajará-Mirim e Ariquemes. O deputado é um entusiasta da duplicação
da BR 364, obra de responsabilidade federal, mas que exige das autoridades
liderança para que seja priorizada. Outra proposta do pré-candidato que afeta
os rondonienses é a solução definitiva da regularização das terras para que o
produtor tenha acesso mais rápido a crédito. Algo que o atual governo foi
inepto.
CUTUCADAS
Já o provável candidato
dos partidos de esquerda, Vinicius Miguel, tem pontuado as críticas em temas
mais gerais; embora se prepare para questionar as ações governamentais de forma
incisiva após a definição das legendas que compõem o espectro dos partidos
neolulistas sobre todas as candidaturas majoritárias uma vez que existem
algumas desconfianças entre elas. Nas mídias sociais o professor cutuca as
políticas afirmativas que o atual governo tanto despreza. Portanto, Marcos
Rocha não vai ter vida facilitada por nenhum deles, o que é absolutamente
normal visto que todos querem a mesma cadeira.
ESPÓLIO
Ao que parece ninguém
reconhecido nos meios políticos com representatividade aceita a inglória função
para dirigir o PSDB que a deputada federal Mariana Carvalho, o vice-prefeito da
capital Maurício Carvalho, o deputado estadual Laerte Gomes e o ex-senador
Expedito Junior abandonaram. Por último, o prefeito da capital Hildon Chaves
chegou a anunciar que assumiria o espólio, mas foi avisado de que era uma massa
falida a ser administrado com credores exigindo quitação de débitos
pretéritos.
BOTINADA
Acrescente-se,
também, que o Tribunal Regional Eleitoral reprovou, por unanimidade, a
prestação de contas do partido e condenou o PSDB a devolver mais de 280 mil ao
Fundo Partidário, referente as ilegalidades constatadas nas contas das eleições
passadas. Razão pela qual Hildon Chaves desistiu de presidir a legenda e avisou
que também vai bater a poeira das botas e dar tchau ao ninho.
ESTEPE
O PSDB, que outrora
governa a capital e outros municípios, está reduzido a uma espécie de estepe
das legendas mais robustas e vem sendo comandada por assesores dos políticos
que mudaram de partido. Embora José Guedes resista para que o partido não vire
uma espécie de suporte ao projeto de reeleição do governador, conforme querem
os novos dirigentes, há um esvaziamento proposital para que o tucanato agonize
até ceder as tentações governamentais. A direção nacional tem conhecimento dos
problemas de Rondônia e pode ser a salvação do tucano raiz que sonha com uma
candidatura própria para que o partido não se torne um mero estepe do
bolsonarista Marcos Rocha.
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