Terça-feira, 19 de outubro de 2021 - 17h42
RECOMENDAÇÃO
As autoridades políticas rondonienses insistem em mudar
toda uma legislação ambiental construída no decorrer dos anos para abrir espaço
ao agronegócio e ao extrativismo vegetal e mineral. Recentemente a Suprema
Corte rechaçou a mudança da lei estadual que liberava áreas de reservas
ambientais para a exploração econômica. Na semana passada, o Ministério Público
estadual baixou recomendações ao governo para que vete uma nova tentativa
legislativa que abre caminho à exploração predatória.
LOROTA
O discurso fácil que fazem por aí é de que a atual
legislação ambiental de Rondônia, originária do zoneamento, cria amarras ao
desenvolvimento. Muito pelo contrário, impõe limites ao uso desordenado e
ilegal de áreas de conservação contra a ação predatória de empresários
gananciosos. É um discurso que não passa de pura lorota. Os sinais governamentais
sobre o tema não são alvissareiros já que o próprio chefe do executivo tem uma
visão tosca sobre o assunto, assim como seus auxiliares. Em razão disso é uma
questão que os limites terminarão sendo estatuídos pela força judicial.
EVASIVAS
O MDB reuniu em Ji-Paraná, na última sexta-feira, os seus
principais dirigentes para avaliar as probabilidades eleitorais visando as
eleições de 2020. Compareceram ao evento os principais caciques que ainda
permanecem na legenda, a exemplo do senador Confúcio Moura, Lúcio Mosquini e
Valdir Raupp. Pelos discursos, o atual senador seria o candidato a governador
por aclamação, mas quem o ouviu falar, viu mais uma vez, o enigmático e
matreiro de sempre que nunca revela de fato quais seus planos.
TEMPO
Confúcio Moura ao mencionar as eleições estaduais de 2022
saiu pela tangente sem descartar nem assumir uma candidatura governamental.
Quem o conhece, ou acha que conhece, aposta que é candidato sim desde que o
vento sopre ao seu favor. O problema é contar com a previsibilidade do tempo em
épocas de tanta nuvem de poeira que cercam Rondônia. Mesmo tangenciando o
futuro, se o tempo estiver bom e as pesquisas favoráveis, Moura encara a
disputa. Precisará, no entanto, reforçar o MDB que desde as eleições passadas
perdeu capilaridade eleitoral e representação política.
NOMINATA
Hoje o MDB não possui uma nominata a deputado federal
atrativa que desperte nos prováveis candidatos ao cargo novas filiações. Desde
o final do governo de Jerônimo Santana o partido não sofria a carência de
lideranças com apelo eleitoral como agora. O evento em Jipa até que revelou
caras novas, mas nenhuma com uma dimensão estadual capaz de causar furor
eleitoral. A suplente de senadora, no exercício do cargo, empresária Maria
Eliza, sequer é conhecida entre os emedebistas. Virou suplente de senadora e,
portanto, senadora em exercício, em razão da atividade econômica e não por ser
uma liderança política. É um partido envelhecido em Rondônia, mesmo que
Confúcio Moura ainda demonstre alguma vitalidade pelas pesquisas que estão
sendo colhidas por aí.
REALIDADE
A legislação
eleitoral impede que os partidos formem coligações para que atinjam o quociente
e assim catapultar a vaga mais votada da coligação, como era antes. Agora é
cada um por si, embora pela nova regra seja possível a formação de federação
partidária. Mas estas (federações) somente serão formadas por vinculações
nacionais entre partidos e por quatro anos, diferente das coligações em que as
legendas se juntavam em nível estadual e municipal e se desfaziam imediatamente
após as eleições. Com a nova regra, muitos partidos ficarão sem eleger
representação legislativa.
HÁBIL
Mesmo optando por governar de forma remota e distante, nos
últimos dias o governador Marcos Rocha conseguiu a proeza de surpreender alguns
dos mais espertos dirigentes partidários tirando das legendas nomes importantes
e ampliando seu espectro eleitoral. Com habilidade incomum, o governador passou
uma rasteira nos concorrentes e colocou as unhas de fora arranhando egos
inflados. A indiferença do governador com o cargo é simplesmente aparente e
quem ousar subestimá-lo pode levar mais uma rasteira.
PESQUISA
As pesquisas que a coluna conseguiu acesso, feitas por duas
forças políticas da capital, revelam um quadro de indecisão enorme do eleitor
rondoniense. Apesar dos principais nomes especulados para a sucessão estadual
aparecerem em todos os cenários pesquisados, o percentual de eleitores
indecisos e que não sabem em quem votar é igualmente revelador e denota que o
eleitor anda cético em relação aos nomes pesquisados.
INVIABILIDADE
Na medida que o calendário eleitoral avança, o quadro
político estadual muda e outros nomes podem surgir em novos cenários
pesquisados, o que intriga no momento é a rejeição de dois dos nomes
pesquisados que podem estar a caminho da inviabilização eleitoral. São nomes de
candidatos conhecidos nas urnas pelo eleitor. Um doce para quem adivinhar quem
são...
TCHAU POEIRA
O título desta acima mostra que o slogan adotado pelo
Governo de Rondônia para marcar as obras asfálticas que estão sendo executadas
nos municípios pode ser bom de compreensão e pode também virar meme contra o
próprio chefe do executivo durante as eleições. Poeira, malária e lama em
Rondônia nunca vão acabar e a promessa do tchau ao pó do verão pode se
transformar no adeus marcando a administração estadual de forma negativa. É bom
ter cuidado, senão: tchau governador! Já testemunhamos slogan chique em
Rondônia ser derrotado por um simples, despretensiosamente.
TURISMO
O ex-governador Daniel Pereira, atual superintendente do
Sebrae, entregou a este cabeça chata uma cópia do plano de turismo para nossa
capital. É um diagnóstico longo que aponta para a adoção de algumas decisões
estruturais que criem condições objetivas para o incremento de uma das
atividades que mais cresce no país. Embora Porto Velho possua um vasto atrativo
natural e hídrico para o turismo de lazer, o projeto entregue à prefeitura
indica que o turismo de negócio é de longe o mais rentável e viável para o
município. As bases, portanto, para que Porto Velho explore o nicho estão no
diagnóstico produzido pelos técnicos sob a coordenação do Sebrae.
COVID
A cada operação policial que aprofunda as investigações
sobre eventuais malfeitos no uso dos recursos federais para a aquisição de
insumos no combate à pandemia da Covid em Rondônia, a Sesau emite nota
informando que colabora com as investigações e que ninguém do órgão está sendo
investigado. Pode ser mesmo que não haja nenhum agente público envolvido em
tramoia com uso indevido desses recursos. O que chama a atenção são os detalhes
que emergem de cada operação realizada. Diz o adágio: água mole em pedra dura,
tanto bate até que fura. Aguardemos os próximos capítulos.
RASPUTIM
O Secretário da Casa Civil, Junior Gonçalves, a bem da
verdade, saiu do anonimato político de neófito para um hábil negociador e tem
conseguido a proeza de passar rasteira política em caciques ao trazer para o
lado do governador nomes importantes da oposição. De bobo o principal
secretário do governador tem apenas o riso amarelo que compõe, nesta seara, uma
pantomima para atrair forças ao governo. Aprendeu rápido a mexer o angu, como
se diz no popular.
ESPECULAÇÃO
Pela exposição exagerada ao defender de forma cega e
estabanada as ações governamentais durante o período mais agudo da pandemia, ao
que parece o senador Marcos Rogério é candidato a ministro de Jair Bolsonaro.
Já há comentários nos meios políticos neste sentido, mas nada concreto. Instado
a falar sobre a especulação, o senador respondeu a coluna: “Especulação, apenas
isso. Nunca tratei disso com o presidente”.
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