Quarta-feira, 6 de outubro de 2010 - 13h51
Mito rompido
Foi uma eleição histórica em Rondônia, pois alguns mitos foram quebrados com os resultados das urnas. Um deles era a de que o atual grupo governista era imbatível. O eleitor rondoniense mostrou que não aceita garroteamento de nenhum grupo político e nem as ameaças de déspotas.
Desempenho
A vitória do senador Valdir Raupp (PMDB) foi retumbante. Ele bateu seu principal desafeto nos principais colégios eleitorais e, em especial, Rolim de Moura. Um desempenho memorável em sua biografia política.
Ira palaciana
O senador eleito Ivo K-Sol, na primeira entrevista radiofônica, não escondia sua ira com os servidores públicos que, segundo ele, são ingratos por votar contra o atual grupo governista. O erro de K-Sol foi subestimar os adversários e achar que bastava um grito ali, um esporro aqui e umas ameaças acolá que sua 'tulha' transbordava de votos. A tulha não encheu o suficiente para transbordar. Ele ficou uma arara e destila ira por todos os poros.
Baú
Pela entrevista concedida à Rádio Rondônia, a estratégia do seu pupilo K-Ola (sic) é tentar buscar fantasmas no baú para tentar impedir a curva ascendente do forte adversário peemedebista, Confúcio Moura. O próprio ex-governador já sinalizou quais: 'Berão, Cerão (sic), atraso de salários, entre outros gargalos na época que os peemedebistas administraram o Estado.
Longevidade
Os temas pretéritos que os governistas tentam trazer ao debate político dos dias de hoje dificilmente prosperarão, porque a realidade atual é incomensuravelmente distinta daquela de 15 anos atrás. Esse baú não dará a felicidade que os governistas almejam, pois o tempo se encarregou de esclarecer as circunstâncias da época. Outro problema para os governistas é imputar ao Confúcio Moura uma responsabilidade que ele não deu causa. Além do mais, a vida longeva política de Confúcio Moura atesta a capacidade de administrador competente, moderno, inteligente e independente.
Subestimar
Mesmo com um resultado vantajoso no primeiro turno, a equipe de apoio de campanha de Confúcio Moura informou à coluna que tem consciência de uma disputa dura nesse segundo turno. Seus integrantes revelaram também que não vão subestimar a capacidade dos adversários. Especialmente diante da máquina administrativa de que dispõem.
Bazófia
Pode parecer que não, mas o grande derrotado nas urnas foi exatamente K-Sol, visto que ele alardeava por onde passava que elegeria para governador K-Ola (sic) e toda a bancada federal. Além de imporia uma derrota humilhante a Valdir Raupp. Deu no que deu.
Equívoco
Os coordenadores da campanha da senadora Fátima Cleide (PT) cometeram um equívoco amador ao mirar suas artilharias para o concorrente Valdir Raupp, poupando o tradicional desafeto Ivo K-Sol. Tudo indica que avaliaram que o ex-governador seria imbatível e optaram em bombardear Raupp na esperança de levar a segunda vaga. E não dirigiram uma única crítica ao inventor de K-Ola.
Profissional
Munido de pesquisas (no plural), Raupp processou a informação de que dispunha de condições objetivas de se consagrar o senador mais votado. Montou a campanha de forma profissional visando ultrapassar o principal concorrente antes do mês de setembro, sem perder de vista a terceira colocada.
Pesquisas
De olho no monitoramento feito a cada três dias, as pesquisas internas indicaram a Raupp que ele havia ultrapassado K-Sol antes do previsto. Isso não fez com que se acomodasse. Ao contrário, intensificou a campanha. Chegou a discursar para meia dúzia de pessoas com o mesmo entusiasmo com que falou para milhares. Caminhava pelas principais ruas das cidades apertando a mão do eleitor sob um sol escaldante até o último dia da campanha. Isso fez o diferencial.
Fênix
Raupp também conseguiu uma votação fantástica em Porto Velho, colégio eleitoral que tradicionalmente votava contra ele pelas razões que todos conhecem. Hoje, em paz com o sindicalismo e com a maioria servidores públicos, o senador peemedebista renasceu perante um eleitor crítico e bem informado.
Desafio
Pelos números disponíveis no TRE, reside na capital o maior desafio dos governistas neste segundo turno. A tendência da capital é repetir a maior rejeição à candidatura 'chapa branca'.
Baixaria
Há quem aposte numa campanha com ataques da cintura para baixo, mas os exemplos nacionais mostram que o eleitor tem abominado este tipo de política suja e repelido os candidatos que utilizam dos expedientes sórdidos para conseguir seus intentos. No segundo turno pesa a capacidade do candidato em dialogar com competência e provar que é capaz de melhorar a qualidade de vida da população. Não há espaço para baixarias nem ameaças.
Retaliação
Surgem denúncias de que está havendo pressão a servidores públicos que ousaram se rebelar contra a postulação do atual governador. Nada ainda comprovado, mas quem conhece o modus operandi dos palacianos sabem do que são capazes. Em todo caso: é de bom alvitre os órgãos fiscalizadores das eleições intensificarem visitas aos órgãos públicos.
Abuso
Há indícios também de rádios no interior do Estado, abrindo espaços generosos a um grupo político em detrimento dos demais. O privilégio pode ser caracterizado como abuso de poder político.
Sangrando
Expedito Junior foi, sem dúvida, o candidato mais prejudicado nestas eleições pela insegurança jurídica causada pela inércia da Justiça em procrastinar uma decisão definitiva sobre a aplicação da 'Lei Ficha Limpa'. Concorrendo com uma liminar, foi compelido a justificar todos os dias que continuava na campanha. Além de ser obrigado a desmentir diariamente os boatos que eram espalhados e que ajudaram a minar sua candidatura. Esta coluna avisou antecipadamente a queda do candidato diante dos problemas enfrentados.
Resistência
Apesar das adversidades que foi obrigado a enfrentar, Junior demonstrou uma resistência política fenomenal. Perdeu as eleições, mas manteve um bom desempenho nas urnas dos colégios eleitorais da Zona da Mata onde disputa com K-Sol e Raupp a hegemonia política.
Ressentimento
Ao declinar apoio neste segundo turno ao candidato Confúcio Moura, Expedito Junior não escondeu os ressentimentos contra o grupo político de Ivo K-Sol, ex-aliado. Coube a K-Sol as críticas mais acerbas a Junior durante o primeiro turno. No debate entre os candidatos a governador na TV Candelária, por exemplo, K-Sol xingava Junior com adjetivos impublicáveis.
Nota
Uma nota conjunta divulgada pelo PT e PSB indica que as duas legendas podem optar por anunciar o apoio ao candidato do PMDB, Confúcio Moura, a qualquer momento. Pelo menos é o que se intui das entrelinhas. Mas a decisão caberá a uma reunião a ser realizada amanhã (quinta-feira), em Porto Velho. Como PMDB e PT estão coligados na chapa presidencial, o apoio local é o caminho natural.
Superação
Não podemos deixar de registrar a expressiva votação recebida pela deputada federal Marinha Raupp (PMDB), ultrapassando os 100 mil votos. Ela conseguiu ainda a proeza de ser a terceira mais votada proporcionalmente no país. E a segunda entre as mulheres. Fez sozinha a legenda. Algo que muitos duvidavam.
Reconhecimento
A vitória do deputado federal Mauro Nazif (PSB) é o reconhecimento de um trabalho exemplar no Congresso Nacional. O parlamentar é um daqueles políticos que dignifica qualquer representação. Mereceu o retorno. Já Nilton Capixaba, também bem votado, retorna ao parlamento nacional com uma pecha negativa e podendo levar Rondônia aos noticiários indesejáveis.
Consolidado
Moreira Mendes conseguiu se consolidar com um genuíno representante do setor produtivo de Rondônia. Expandiu a votação por todos os municípios com um discurso claro e objetivo na defesa do agronegócio e da pecuária. Deverá compor a bancada do 'alto clero' na Câmara Federal pela competência com que aborda as questões econômicas. Fez por merecer o retorno.
Mago
O historiador Francisco Matias, proprietário do Instituto de Pesquisa Seção Norte, foi responsável em municiar a campanha do senador Valdir Raupp com os dados sobre a tendência dos votos. Mesmo com recursos tecnológicos infinitamente menores que os grandes institutos, os números apurados e tabulados por Matias bateram com as urnas. Esta não é a primeira vez que acerta. Esta coluna foi a única que antecipou a curva ascendente do senador.
No campo
Matias já está em campo colhendo os dados do segundo turno e revelou a coluna a tendência dos eleitores da capital numa primeira apuração. Como não está registrada não podemos declinar os percentuais. Mas não é difícil intuir a tendência interpretando os votos apurados domingo passado.
Fonte: Robson Oliveira - robsonoliveirapvh@hotmail.com
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