Segunda-feira, 3 de dezembro de 2018 - 08h47
Quando o poeta brasileiro Olavo Bilac ( 1865-1918 ) escreveu seu
soneto “Lingua Portuguesa”, no primeiro verso , ele diz “
Ultima flor do Lácio
inculta e bela” referindo-se ao idioma português como a última
língua
derivada do
Latim Vulgar
falado no Lácio, uma região italiana. Dessa língua
mãe, previamente, vários outros idiomas como o francês, o italiano, o
Espanhol se originaram e se firmaram, coexistindo até os dias
de hoje. Não sabia entretanto o poeta, que uma epidemia avassaladora
poderia acometer essa flor do Lácio, estrangulando e sufocando toda sua
beleza e pureza.
Revelada
e decantada na pureza de Bilac, Camões, Castro Alves
Machado de Assis, Eça de Queiroz e tantos outros expoentes da
nossa
literatura, viu-se o nosso idioma no auge de sua plenitude e
forma. Mas,
seus guardiões não foram suficientes para salvá-la de uma epidemia
fatal e
sorrateira, que semelhante a um câncer silencioso, vai corroendo sua
vítima
de dentro pra fora. Trata-se do Neologismo estudado na literatura e na
história dos idiomas. Pois bem, essa praga, vem sorrateiramente
chegando,
invadindo o idioma pátrio até instalar-se de forma definitiva,
enfraquecendo
e descaracterizando a língua. Antigamente, vinha da invasão dos povos
bárbaros que, vencendo batalhas dominavam seus inimigos e lhes impunha
seus idiomas, suas religiões, suas moedas e seus costumes.
Atualmente, esse neologismo vem nas asas do capitalismo e da
tecnologia. Assim é que vemos hoje uma invasão epidêmica e sistêmica de
vocábulos, principalmente copiados do inglês.
Desde nomes próprios, passando por comidas, roupas, perfumes, nomes de
estabelecimentos comerciais, de boutiques, sem contar o maior
destaque
nas maquinas eletrônicas, computadores e insumos de tecnologias da
informática e da robótica, bem como em todas as áreas
profissionais, sejam
elas liberais ou não. Assim é que temos os nomes próprios desde Jhon
Lenon
da Silva, Elton Jhon Pereira, etc. Nas comidas temos os “fast foods”
vendidos
nos Mc Donalds repletos de “Burgers e Chesses”. Nas roupas
temos os
“Shorts” suéter tommy, os “bores”, as “Fashions”etc. Nos perfumes, os
nomes mais extravagantes, como “Exuberrant Paris” “Cacto Green”.
“Animale” etc. As máquinas eletrônicas contribuem com os “ Computer “
Toner” “Back
Up”,”” disc “, “pen-drives””Tean Viewer’ etc.
O que está
acontecendo então? Não fomos a nenhuma guerra, não
fomos dominados por nenhum outro povo. Será? Porque então esse
“macaquismo”sem precedentes? As pessoas deliberadamente ou levadas
pelo modismo vazio e fútil,
de uma hora pra outra começaram achar que “macaquear” vocábulos do
inglês ou de outro idioma está na moda, dá um charme especial. Até no “Facebook” tem gente que só se comunica em inglês, francês ou italiano, mesmo que seja com seus amiguinhos do interior do sertão!...Pura ignorância, deslavada idiotice!
Não sei, mas a verdade é que a última flor do Lácio sente-se estrangulada e sufocada dentro de sua própria casa, dentro de sua própria pátria-mãe. Invadida e enfraquecida. Impotente.
Que soneto o
poeta Bilac escreveria hoje?
Depois de uma quarentena cruel e monótona, o idoso já se encontra no seu limite físico e mental
A pescaria "Nunca se deve cutucar onça ( ou cobra ) com vara curta."
As águas frias e límpidas, como um espelho, refletiam as nuvens do céu e as frondosas arvores da mata verde. O barco rasgava essa supe
Ele era médico da imagem, mas também misófobo. Aliás, fez especialização em radiologia, depois fez ultra-sonografia e ressonância magnética, pois assi
Acho que muitos medrosos deveriam deitar-se no divã de um psicanalista