Segunda-feira, 2 de maio de 2011 - 19h52
Washington DC – 02/05/2011 - Os espartanos, de notória disciplina e eficiência militar na Antiguidade grega, não toleravam o que fosse inútil ou comprometedor da eficácia da atuação do Estado.
Adotando critérios que ainda hoje são postos em prática, de maneira independente, por várias tribos amazônidas, aquela cidade-estado tinha um Conselho de Anciãos que examinava os recém-nascidos — não era castrado como o CRBE, que só dá palpite e nada mais — e ordenava a eliminação dos portadores de deficiências, fossem físicas ou psíquicas, de sorte que o Estado, responsável pela educação de todos desde a infância, não teria de gastar recursos preciosos com alguém incapaz, improdutivo. Essa é a visão que tenho do CRBE.
Poda-se a árvore para eliminar os galhos que consomem seiva sem produzir. Nessa mesma linha de raciocínio, sintetizada no adágio, bem conhecido no Nordeste, “Não se deve gastar vela com defunto ruim”, o decreto presidencial que criou o CRBE deve ser revogado por outro da mesma categoria. Por quê? Explico: Além de criado por decreto para ser mera fonte de palpites perante o MRE, sem qualquer poder decisório, formou-se com pouco mais de 19 mil votos dados, via e-mail, a gente do círculo de influência dos consulados num universo de mais de três milhões de brasileiros, sem representação dos que trabalham em construção, ou como diaristas, domésticas, classificados como “os indocumentados” pelo servico exterior. Enfim, uma gama majoritária de emigrados sem representação nele.
No momento, seus conselheiros estão em Brasília no 4º encontro da entidade, sem que tenha havido até agora qualquer proposta ao Poder Legislativo ou ao Executivo em favor da classe pela qual deveria lutar.
Embora o cargo de Conselheiro não seja remunerado, as viagens e estada são custeados com dinheiro público, até agora gasto sem retorno, servindo apenas para turismo de alguns.
Há disputas internas ridículas entre seus membros titulares e suplentes, dissensões sobre privilégios, mesquinharias, como o direito a passagem em classe executiva, e favorecimentos oficiais, sem qualquer proveito para as comunidades, conforme matérias divulgadas amplamente na internet.
Por isso, Senhores, defendo o isolamento pelas comunidades de imigrantes, do CRBE por ser um orgão antiético, antidemocrático e inaceitável, pelos mesmos motivos que Espartanos, na Antiguidade, e índios amazônicos, ainda hoje, eliminavam o projeto de gente que não tinha aptidão para ser produtivo, útil.
Esses Diplomatas e Conselheiros, se quisessem prestar algum serviço, deveriam engajar-se na luta pela aprovação das PEC’s existentes no Congresso Nacional Brasileiro, ouvindo o Senador Cristovam Buarque e o Deputado Manoel Junior, para que nós, que residimos no exterior e mandamos alguns bilhões de US dólares anualmente para os que ficaram na Pátria distante, dinheiro que entra na receita do Tesouro, sem receber qualquer contrapartida em assistência social, tenhamos nossa REPRESENTAÇÃO NO CONGRESSO com poderes de reivindicar e propor com autoridade (não apenas o de dar palpite, como é o caso do CRBE), fiscalizar e cobrar aquilo que nos for devido.
Essas remessas de dólares cala a boca dos que alegam não haver dinheiro para o aumento de cadeiras na Câmara dos Deputados, a justificativa para nos manterem cassados, sem representação política. Não queremos apenas votar para Presidente: queremos também eleger representantes específicos que sejam nossa voz no Congresso, para que o Governo nos ouça.
Não lutamos por privilégios: lutamos por igualdade, por isonomia, um princípio constitucional respeitável. Se Estados com meio milhão de habitantes têm oito deputados e três senadores, porque negar representação de bancada semelhante aos três milhões e tantos que vivem no exterior e que, além do mais, enviam recursos bem superiores ao PIB desses Estados, sem nada receber em contra partida.
O MRE deveria apoiar e enganjar-se a nossa luta por representação política e estudar a ampliação dos serviços consulares previstos nas suas atuais diretrizes para adequá-los à nova realidade brasileira — a do Brasil, como país no concerto de nações, e a dos emigrados e suas necessidades, que variam de país para país.
Se qualquer emigrado ou funcionário público, seja ou não do MRE, tiver alguma sugestão a fazer, com vistas à nossa Representação Política no Congresso Nacional, ou quiser denunciar alguma irregularidade (mesmo de forma anônima para evitar perseguição) por favor me escreva, com a garantia do sigilo da fonte, protegido no jornalismo americano, no brasileiro e na maioria dos países civilizados, que trarei a luz da opinião pública. – us3000@gmail.com