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Samuel Saraiva

OS BOLIVIANOS ENTRAM COM O PÉ E NÓS, BRASILEIROS, COM O TRASEIRO


 OS BOLIVIANOS ENTRAM COM O PÉ E NÓS, BRASILEIROS, COM O TRASEIRO  - Gente de Opinião


Washington DC – 06/05/2010 - Conforme noticiou recentemente a agência de notícias Ansa, no Dia Mundial do Trabalho, o presidente da Bolívia, Evo Morales, nacionalizou mais cinco companhias de geração e distribuição de energia elétrica do país, que foram ocupadas por efetivos militares.

De acordo com o presidente da estatal Empresa Nacional
de Eletrificação (Ende), Roberto Peredo, as empresas nacionalizadas foram a Corani, controlada pela Inversiones Econergy Bolívia S.A.; a Guaracachi, da britânica Ruelec PLC; a Valle Hermoso, administrada pelo grupo Bolivian Generating Group; a Empresa de Luz e Força Elétrica de Cochabamba S.A. (Elfec); e a Transportadora de Eletricidade (TDE).

"Tomamos o controle dos escritórios depois que o presidente emitiu o decreto pela nacionalização", disse o chefe da polícia, Oscar Nina, responsável pelo grupo que realizou a intervenção.

Desde o último ano, o governo do índio cocalero Morales negocia – leia-se chantageia – a nacionalização das companhias sob o pretexto de compensar os investidores estrangeiros, retomando o controle das fornecedoras.

Temos acompanhado pela mídia a maneira acintosa com que empresas brasileiras, entre elas a Petrobras, e cidadãos brasileiros são tratados por bolivianos. São comuns humilhações, ultrajes que tipificam dano moral, constrangimentos e espoliações, apenas porque escolheram a Bolívia para morar ou mesmo fazer turismo.

O empresário Eike Batista teve os bens espoliados, assim como a principal empresa sul-americana da área de petróleo, a nossa outrora altiva Petrobras. Mais recentemente, os brasileiros que vivem no Departamento do Pando estão a sofrer toda sorte de maltratos e agressões. Muitos são até mesmo expulsos do território boliviano, enquanto outros optam por abandonar seu patrimônio – com medo da repressão e da ameaça permanente que pairam sobre suas vidas – onde fixaram seus negócios e suas moradias, alguns há mais de 20 anos, quando ali se estabeleceram sob o patrocínio de antiga Constituição dos outrora “patrícios”. Naquela área da fronteira da Amazônia ocidental brasileira, constantemente brasileiros são agredidos em nome de uma revolta por parte de alguns castelhanos, que os consideram imperialistas e/ou aproveitadores.

Diferentemente, no município de Guajará-Mirim (RO), em nosso território brasileiríssimo, na fronteira com o Beni, os bolivianos que se domiciliaram no Brasil são tratados com hospitalidade e respeito, com grandeza espiritual, moral e cristã, sendo atendidos pelo nosso sistema de saúde (SUS); seus filhos estudam em paz nas escolas da rede pública brasileira e sentam-se à mesa com as crianças brasileiras para as refeições – para eles gratuitas – pagas com o dinheiro do contribuinte brasileiro. Naquele município, há até mesmo um shopping em que pequenas lojas funcionam de forma escancarada como feudos dos descendentes de índios e espanhóis, onde é contrabandeado todo tipo de muamba, em território brasileiro, sob a vista grossa, a indiferença e/ou a cumplicidade das próprias autoridades brasileiras. Em contrapartida, em Guayaramerín, território boliviano, brasileiro é impedido de fazer o mesmo, não podendo sequer estabelecer qualquer tipo de comércio, o que estaria de acordo com o princípio da chamada reciprocidade, que rege as relações entre os países. Apenas pode fazer compras!

Os bolivianos criaram até Associação (pasmem!) para defender seus “direitos” em território brasileiro, direitos que em “La Banda”, como é chamado o solo fronteiriço boliviano, nossos concidadãos não possuem. Na realidade, com a conivência do presidente Lula, estão, desde há muito, entrando com o pé e nós, brasileiros, com o traseiro. Verdadeiro absurdo, escárnio jamais visto por parte do cidadão que elegeu o presidente do Brasil, e não daquela selva, habitada por primatas que não conseguem conviver no mundo democrático e muito menos respeitar tratados internacionais.

Lula perdoou a dívida dos bolivianos com o Brasil, faz vista grossa à invasão militar contra as empresas brasileiras lá estabelecidas e até concedeu anistia a mais de 300 mil bolivianos que violaram nossa soberania ao invadir as fronteiras, estabelecendo-se em São Paulo, onde roubam postos de trabalho dos nossos irmãos. Lula não nos tem defendido contra as agressões covardes daqueles que não atingiram nível de civilidade que lhes permita entender o significado da convivência pacífica e da integração entre povos vizinhos.

Ouvi estarrecido o desabafo indignado de um cidadão brasileiro residente em Guajará-Mirim: “O pior é que aqui, na terrinha, ao conceder apoio aos castelhanos, na área da educação e da saúde, deixamos de oferecer a brasileiros, no quinhão dos impostos que pagamos, o adequado tratamento a que nossos cidadãos, que recolhem impostos, fariam jus. Isto porque somos sangrados no ventre dos nossos mais legítimos interesses, pois temos de dividir com estrangeiros o pouco que nos resta. Até o lazer nos é roubado, haja vista que em nossos espaços sempre os encontramos se distraindo de graça. Alguns, de forma marginal, acabam vendendo saltenhas, sucos, bebidas e gasolina contrabandeados”. E continuou: “E nós não dizemos nada! Em nome de uma política que nos agride, o Governo Federal doa (sim, doa, do verbo doar) aviões, inclusive jatos (reconheço, já usados, mas doados), e dispensa a Bolívia das obrigações que vinha descumprindo por conta de empréstimos dos reais gerados por tributos de nossos cidadãos, de forma ingênua, e não honrados, finalmente, em virtude de perdão financeiro, que jamais beneficiará os brasileiros, financiados pelos bancos nacionais.

Ladrões de motos, de barcos e de motores aqui, no Brasil, contam com a ação enérgica e legal de nossos agentes. Lá, quando o roubo é de bem de algum brasileiro, depara-se com a aquiescência e a leniência das autoridades bolivianas, que, no desgoverno Evo Morales, ficam subordinadas a diversos conselhos, inclusive o de Direitos Humanos, protetor de marginais, ladrões e vândalos, os verdadeiros manda-chuvas daquela nação, que se aproveitam da corrupção para criar entraves à devolução dos equipamentos. Esses conselhos substituem o poder legal e agem de forma paralela, mantendo marginais soltos e ladrões em liberdade, em nome dos direitos humanos, e não veem que ao seu lado empresas bolivianas desrespeitam os pseudodireitos que se arvoram em defender.”.

Temos de seguir o exemplo dos EUA e colocá-los no seu devido lugar: boliviano que pretender entrar no Brasil deverá ir ao consulado brasileiro na China solicitar seu visto. Não precisamos dessa gente para nada. Eles, sim, precisam do Brasil e morreriam atolados na miséria sem nossa solidariedade. Devem ser agradecidos e demonstrar isso com fraternidade, porque não podemos aceitar arrogância de povo algum.

O mais preocupante é que o sentimento antibrasileiro na fronteira é latente e crescente. Há poucos dias, na companhia de um ex-deputado federal rondoniense, fui forçado rudemente a desembarcar do barquinho de um silvícola boliviano que tem o seu negócio registrado no Brasil, depois de ter comprado passagem e enfrentado fila, para dar lugar a dois bolivianos que a furaram, sem terem pago nada. Não fossem o sentido de justiça e a bravura de uma funcionária brasileira que presenciou a cena e os obrigou a descerem para que retornássemos, não teríamos cruzado para o lado boliviano. A essa altura, para não fazer justiça com as próprias mãos, já havíamos desembarcado pacatamente. Isso dentro do território brasileiro. Imagine o que não acontece diariamente com os brasileiros humildes que habitam a região!

E para completar, como se não fosse suficiente a desgraça, agora a Bolívia acaba de adotar a seguinte medida na fronteira: barco brasileiro que ancorar no lado boliviano só poderá ser liberado se pagar para o Sindicato – deles – R$4,00, multiplicados pelo número de passageiros que estiverem a bordo.

E nós não podemos dizer nada… Nossas autoridades adormecem em berço esplêndido, à sombra da ineficiência e da estupidez, na subserviência aviltante, acobertadas pelo manto da impunidade e da ausência plena de civilidade. A justiça transformou-se em mera abstração de direito, e a saudade dos nossos heroicos e patriotas militares do passado aumenta a cada dia. Os homens morreram; suas calças hoje vestem travestidos de nacionais. Até quando o povo brasileiro aguentará essa corja vendida e comprometida com o socialismo fajuto ressuscitado pelo trio Hugo Chávez, Lula e o índio cocalero Morales?

É hora de ação efetiva com vistas a neutralizar essas invasões que atentam contra a nossa soberania e dignidade. Temos de aplicar o princípio da reciprocidade e devolver as agressões gratuitas e injustificadas desses índios malucos e fanfarrões. Subserviência e resignação não combinam com a história do ordeiro povo brasileiro, que sabe hospedar mas também sabe dizer basta aos canalhas que pretendem humilhar-nos e causar-nos vergonhoso constrangimento internacional. Não devemos permitir que se concretizem no nosso Brasil as letras do verso ameaçador de No Caminho, com Maiakovski, escrito em 1964 por Eduardo Alves da Costa, escritor e poeta brasileiro:

Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Paciência tem limites. No contexto dessa realidade incrivelmente absurda, inadmissível e, porque não dizer, ridícula, ela está se esgotando. Ou melhor, já se esgotou.

Fonte: Samuel Saraiva
 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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