Sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013 - 12h33
Por Sérgio Ramos
Enquanto os políticos de países de primeiro mundo – caracterizado pelo desenvolvimento humano, resultante de uma qualidade de vida invejável -; só para registro: creio eu, que no dia 01/02, no Jornal Nacional, um garoto – de uns dez a doze anos de idade - brasileiro estava em Nova Iorque, na maior estação de trens do mundo, cujo centenário foi comemorado neste dia; ele revelou maravilhado com a magnitude e a conservação do local – é realmente impressionante na TV, imagine ao vivo – “Como eles cuidaram muito bem disso aqui!”, tenta persuadir seus eleitores com argumentos de melhorar o que ainda é objeto de desejo para nós, sobreviventes de um país terceiro mundo. Na verdade, o inferno para eles – os habitantes de países de primeiro mundo – é a possibilidade das coisas pararem de funcionar.
Lembro-me – mais ou menos, de uma matéria, pois já faz algum tempo – onde um jogador de vôlei da seleção brasileira questionado sobre a rotina da competição, confessou estar entediado com a precisão de como as coisas funcionavam na cidade – da Europa - sede da seleção. Algo como: ‘Cara, aqui tudo funciona; se estiver escrito em uma placa de orientação de trens que o mesmo passará às 08h25min, pode-se até fazer contagem regressiva. Isto é muito chato!’.
É claro que há problemas nesses países; mas nada que se compare com os nossos. Os problemas de países desenvolvidos são de outro nível. Porque não dizer: são problemas de alto nível. Só para ilustrar: ainda estamos lidando com buracos nas estradas, responsáveis pelo encarecimento de produtos básicos – para sobrevivência humana - matam pessoas, aos milhares, por ano.
Os argumentos de persuasão dos políticos brasileiros – dos países subdesenvolvidos em geral – são de construir obras de infraestrutura básica como hospitais, escolas, estradas, portos, somente para citar alguns problemas crônicos; mas que criam outros problemas de semelhante gravidade, como a ideia do ‘hábitos angulares’ ou de ‘externalidade’, pois são tão ruins que reformar fica mais caro.
Enquanto a preocupação de políticos de países desenvolvidos – apesar de o Obama estar na contramão disso – é, no mínimo, manter a estrutura e o desenvolvimento humano, em níveis dignos de países desenvolvidos, os brasileiros garantem que continuaremos como países subdesenvolvidos para manterem o único argumento de persuasão de eleitores famintos – de alimentos, de educação, de infraestrutura, etc. – que onde dia nos tornaremos um país desenvolvido.
Na verdade, esses ‘caras’ acreditam piamente, que ser o país do futebol, do carnaval, é coisa de primeiro mundo. É comum ouvirmos expressões como: ‘O nosso carnaval é coisa de primeiro mundo, só tem aqui’, temos o melhor futebol do mundo'.
Nós sabemos – ou pelo menos deveríamos saber – que grandes eventos, como Jogos Panamericanos – que foi orçado em 1 bilhão e gastaram 3 -, Copa do Mundo – fenômeno que obriga um país como o nosso em suspender a Constituição Federal e Leis Federais por longo período – e Olimpíadas pioram as condições gerais do povo. Se há algum beneficiado são é pouco, diante do número de necessitados de tudo existentes por aqui.
Quais argumentos justificam para o eleitor se manter inerte diante de despesas bilionárias para realizar tais eventos, enquanto todos os dias passam por experiências terríveis oferecidas – pelos governos, logo, pelos políticos - pelas condições de hospitais, escolas e até presídios – há juízes que não estão condenando bandidos por entender que não há mais vagas nos presídios de seus respectivos Estados; o próprio Ministro da Justiça declarou que prefere a morte a ser preso; imagine se não fosse ele o responsável pelos... presídios -. Imagine se a moda pega e ministro da saúde tivesse a cara de pau – acho que têm – de falar sobre sua preferência suicida a ser tratado em um hospital que atende a população; o ministro da educação revelar que preferiria a morte que estudar em uma escola pública, esse tem mais cara de pau ainda.
Em uma matéria jornalística, foi mostrado que em Guajará Mirim será construído um hospital. Claro, custará milhões. O governador garantiu que será ‘coisa rápida’, afinal, obras públicas não podem ser demoradas. A mesma matéria mostrou também uma construção de um hospital inacabado -, ao lado do que funciona atualmente. Entendeu. né?
Soube que até o hoje o hospital de Cacoal não funciona direito, pós anos de construção, abandono e reformas, antes de funcionar. Nem vou falar dos viadutos de Porto Velho, conhecidos em outros lugares como 'poucas ruas mais altas de que outras, que permitem carros, motos, caminhões, bicicletas, pedestres, cachorros, gatos, ratos entre outros semoventes passarem – com perigo'. O último registro é que as empresas que desistiram de concluir a grande passarela para carros ainda quer uma indenização de 16 milhões. Aqui para nós, que isso não saia daqui: creio que elas vão conseguir.
Fico imaginando – ainda escreverei sobre isto – o tão sonhado teatro estadual. Em construção – longa construção, para não variar – sob o principal argumento de que Porto Velho ser a única capital que não tem teatro, o que é uma mentira, aliás, mais uma. Passei por lá no último domingo e vi, na verdade, um grande estádio de futebol construído para a Copa do Mundo em Manaus, por exemplo. Fico imaginando... como é que o povo vê tanto dinheiro sendo gasto – pois não vejo como investimento – em um estádio de futebol, onde será utilizado pouquíssimas vezes, enquanto que não tem o resto. Não tem times para isso; a não ser que seja para realizar shows, comícios, eventos religiosos. Calma aí! Sei que há outras obras sendo realizadas na cidade. Passei por lá no ano passado e vi algumas obras – viadutos, principalmente, e aeroporto... isto é curioso: No aeroporto de Manaus tem – creio, ainda esteja lá – umas televisões mostrando a execução das obras que estão sendo feitas no próprio aeroporto. Pensei... quanto estará custando esse serviço? Bom, foi só para ilustrar, como o dinheiro público está sendo utilizado.,
Concluindo. Este texto tem o objetivo de mostrar – superficialmente, claro, mas com intuito de que você pesquise sobre isso - o que move as pessoas em países desenvolvidos e em países como o nosso. Quais os argumentos dos políticos – exceto o Obama – de primeiro mundo utilizam para merecer ser votado, e como os nossos nos enganam e mesmo assim, continuamos passivos.
Estamos num desespero ao contrário - na verdade estamos paralisados mesmo – tão grande que não nos importamos mais com a ética; estamos implorando que eles façam qualquer coisa - no modo 'os fins justificam os meios' - para melhorar nossas vidas, no básico. Como você pode constatar isso não tem dado resultado, muito pelo contrário. Está na hora de você postar algum comentário no ‘face’ do seu político, enviar um e-mail para ele. Fazer uma visita para ele. Enfim, cobrar dele. Senão poderá acontecer o que o ocorreu em Santa Maria: existem as leis... não foram cumpridas... não aconteceu nada... por isso ninguém deu importância... e a coisa foi indo... o povo se divertindo... as autoridades tranquilas, pois não acontece nada que possa chamar a atenção... os políticos achando tudo muito bom... as pessoas se divertindo... os empresários subornando as autoridades – ou o contrário - para não encherem o saco... e festas... e mais festas... e o povo se divertindo... as autoridades se divertindo... os políticos então, nem se fala... até que... 236 mortos – todos jovens, alguns com menos de 18 que não deveriam estar ali. O resto você sabe.
Todos somos culpados. Afinal, somos o país do futebol, do carnaval e do jeitinho – nosso maior orgulho – brasileiro. Nós por que, ‘cara-pálida’? Porque não cumprimos as leis e por isso não cobramos o cumprimento dos outros. Principalmente dos políticos. Reflita sobre a situação do Presidente do Senado Federal. Imagine isso ocorrendo na Inglaterra, por exemplo.
Para encerrar, vou citar um trecho do livro O poder do hábito, de Charles Duihigg. A frase é atribuída a Paul O’Nell, na época em que era presidente da Alcoa, maior empresa de alumínio do mundo. Era um presidente que acreditava que o cumprimento de procedimentos – de leis - tornava as pessoas e os ambientes mais seguros. Com essa ideia disseminada em todos 300 mil empregados reverteu à situação da empresa. Foi a forma que ele adotou para eliminar os acidentes no trabalho. O fantástico de disso é que esse hábito – hábito angular – além de eliminar os acidentes no trabalho, também reduziu o desperdício – o Brasil desperdiça 50% dos alimentos produzidos, imagine o porquê – entre outras coisas, que fizeram das ações da empresa o melhor negócio nos anos 80.
Mesmo assim houve uma acidente fatal e na reunião com a diretoria sobre a o assunto, Paul O’Nell declarou: ‘Nós matamos esse homem. É uma falha na minha liderança. Eu causei essa morte. E é falha de todos vocês na cadeia de comando.’
Estamos esperando ocorrer o nosso Santa Maria? Nada não se considera culpado. Nesse sentido, talvez os únicos culpados já pagaram com a vida.
Ah! O Bill Clinton quase perde o emprego de Presidente dos Estados Unidos – país de primeiro mundo -; motivo: pegou uma estagiária.
Por que ficamos contentes pela declaração do novo prefeito de Porto Velho? Ele prometeu o que nem precisaria prometer: só autorizará o aumento da tarifa da passagem de ônibus quando as empresas cumprirem no mínimo a legislação de trânsito. Continuamos esperando pelo mínimo, pelo básico, e ansiosos, porque não dizer, desesperados?
O que difere os nossos politicos dos deles é vício de prometerem para nós a resolução de necessidades básicas, aquelas da base da pirâmide de Abraham Maslow. E ficamos muitos felizes com os problemas solucionados? Não! ficamos felizes com as promessas, porque os problemas continuam, e aguardamos ansiosos pela próxima eleição, para ouvir as mesmas promessas empenhadas na eleição anterior, pelo mesmo candidato.
O que dizer de empresários que justificam o número insuficiente de ônibus coletivos pelo péssimo trânsito?
Assim, o próximo prefeito, em campanha, prometerá melhorar o transporte público de Porto Velho. E será eleito.
Pense nisso!
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