Segunda-feira, 15 de outubro de 2012 - 12h04
Viviane Vieira de Assis Paes
Sou vítima de racismo desde que nasci. Isto mesmo. Vítima! Na minha certidão de nascimento na parte da cor está bem nítido: branca?! Pois é quem me conhece me chama de morena, pior que ser chamada pejorativamente de preta é ser negra e ser chamada de morena, se ainda fosse “Moreninha” na referência do livro de Joaquim Manuel de Macedo ainda estava legal... Mas sério sou negra, tenho olhos grandes, pele negra, lábios finos, no entanto, de tom escuro, nariz de batatinha, não achatado demais e olha só a ironia das ironias têm umas raízes expostas no céu da boca que segundo meu dentista Dr. Janilton Oliveira são característica da raça negra. E eu preocupada com alguma doença bucal! Menos mal...
Ou seja, sou negra descendente de holandeses – por parte de avô paterno goiano, com sangue indígena e negro. Para completar ainda mais a bagunça genética minha parte materna mineira vem com avós descendentes de portugueses e negros. Então já tá bem explicado o cabelo volumoso e ondulado, não crespo, mas em compensação minha filha tem cabelos crespos é "preta-clara" - como dizemos em minha família. Meu filho é um autêntico negro-branco de pele branca, cabelos castanhos claros e olhos que já foram azuis, agora castanhos às vezes esverdeados iguais ao do avô. Mais brasileiro impossível.
Enfim, sou negra e não concordo com a tal medida defendida pessoalmente pela presidente Dilma Rousseff que irá criar cotas nos concursos públicos para os cargos comissionados quanto os concursados. Quando começaram as cotas para universidades achei bacana e válido, porque não foi nada fácil ingressar na Unir vindo da rede pública, com ausência de professores de Português e tudo mais. Mesmo assim continuo não concordando com os exageros nas tais cotas para universidades e agora para ingressar no serviço público é para “acabar os piquis de Goiás” em todos os sentidos.
O delineamento do plano nacional de ações afirmativas ocorre dois meses depois de o governo ter mobilizado sua base no Congresso para aprovar lei que expandiu as cotas em universidades federais. Tudo bem o governo está fazendo sua parte, será?!
O plano das cotas de negros para serviço público deve ser anunciado no final de novembro, quando se comemora o Dia da Consciência Negra (dia 20) e estarão resolvidos dois assuntos que dominam o noticiário: as eleições municipais e o julgamento do Mensalão. Nesta parte não consigo deixa de mencionar o super ministro Joaquim Barbosa, negro, filho de pedreiro - igual a mim que nasceu em Paracatu(MG). Este terceiro, e não primeiro ministro negro do STF – os dois primeiros foram: Hermenegildo de Barros(de 1919 a 1937) e Pedro Lessa (de 1907 a 1921), não precisou de cotas para chegar aonde chegou. Aliás foi a falta de facilidades que o colocou onde ele está com certeza.
Tenho orgulho em dizer que minha filha no final do ano conclui o ensino médio, presta o Enen agora em novembro como parda. Parda, mesmo sendo negra, tendo consciência de sua negritude para não ir na aba das cotas. È uma questão de criação, caráter e amor próprio. E olha que ela vai prestar vestibular para o curso de Medicina em Goiânia, na UFG e na PUC.
Vejam a proposta
A cota no funcionalismo público federal está no primeiro capítulo: propõe piso de 30% para negros nas vagas criadas a partir da aprovação da legislação. Hoje, o Executivo tem cerca de 574 mil funcionários civis. No mesmo eixo está a ideia de criar incentivos fiscais para a iniciativa privada fixar metas de preenchimento de vagas de trabalho por negros.
Ou seja, o empresário não ficaria obrigado a contratar ninguém, mas seria financeiramente recompensado se optasse por seguir a política racial do governo federal. Outra medida prevê punição para as empresas que comprovadamente discriminem pessoas em razão da sua cor de pele. Essas firmas seriam vetadas em licitações.
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