Quinta-feira, 8 de novembro de 2012 - 05h50
Quem não leu o livro: A vida imortal de Henrietta Lacks deveria correr a banca de revista mais próxima e adquirir a obra que já foi best-seller no New York Times e destaque do ano de revistas nacionais. Quem já leu, com certeza fez diversas releituras, pelo mesmo motivo que eu resolvi escrever sobre ele. É impossível não fazer associação da história verídica desta obra com muito de nossa realidade brasileira.
A vida imortal de Henrietta Lacks foi escrito pela jornalista Rebecca Skloot, uma especialista em matérias científicas. Ele resgata a história da HeLa, células desenvolvidas a partir do tecido cervical de Henrietta Lacks. A sigla HeLa é a fusão da iniciais do nome da negra que morreu em 1951, prática comum em pesquisas, mas cuja células são mantidas e cultivadas até hoje em todos os laboratórios do mundo, inclusive no Brasil.
Agora vem a parte interessante. As célular HeLa, cuja reprodução constante ainda é um mistério para ciência foi enviada a Lua, serviu de base para os primeiros trabalhos de clonagem – antes da ovelha Dolly e contribuiu para estudos do câncer, afinal Henrietta faleceu vítima desta doença. O curioso e revoltante é que este valioso material genético foi retirado sem o consentimento da família de Henrietta Lacks que nunca recebeu nenhum dinheiro e nem mesmo um agradecimento formal por ele. Pior ainda é saber que centenas de laboratórios dos EUA, França, Suíça e em muitos outros países ganharam milhões de dólares com a venda da cultura destas mesmas células...
Peguei o livro por acaso no último final de semana em uma livraria em Altamira (PA). Como negra consciente que ou é impossível não deixar de ler este tipo de material, até porque a capa é muito intrigante e uma aula de Marketing a parte. Numa imagem trabalhada em vermelho você vislumbra o rosto sorridente de uma mulher com os braços na cintura em uma pose provocativa. Ela parece ser e estar muito feliz!
Logo nas primeiras páginas comecei a fazer paralelos com o que acontece aqui conosco. Mas como não sou conhecedora do que é praticado em nossos centros de pesquisas – aliás, alguém sabe, parece que a divulgação é bem escassa não é mesmo?! Passei para algo que conheço de vivência, a Amazônia. Quantas espécies nativas de nossa região, riqueza natural, foi e é contrabandeada para outros países. A mais divulgada foi a da empresa japonesa Asahi Foods, que por meio de uma companhia americana patenteou a marca cupuaçu nos Estados Unidos e na União Européia.
Lógico que não tem comparação, ou melhor, dizendo tem sim com a história da Henrietta Lacks no que se trata de um roubo, de um crime que mesmo indenizado não apaga os males provocados. Sem contar que não são poucos os relatos de sangue indígena retirado por grupos internacionais para pesquisas cujos resultados nunca são apresentados. Então vamos combinar uma lida neste livro porque ele realmente consegue ampliar qualquer visão limitada que possamos ter de muitos assuntos.
Fonte: Viviane Paes
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