Terça-feira, 9 de junho de 2015 - 07h01
* Yêdda Pinheiro Borzacov
No século XX, mais precisamente no dia 10 de junho de 1986, graças ao idealismo de uma plêiade de homens e de uma mulher que um dia tiveram sonhos e que, sábia e tenazmente, os transformaram em realidade, criou-se uma instituição com a finalidade de estudar e difundir a literatura, a história, a geografia, a antropologia, a arqueologia e a etnografia amazônida, sobretudo de Rondônia, com o nome de Academia de Letras de Rondônia, que, ao longo dos anos, tem materializado muitas realizações culturais nesta terra de Rondon.
Seus acadêmicos fundadores e os demais membros admitidos através dos anos, representam os segmentos mais significativos da sociedade rondoniense: o magistério, a magistratura, o jornalismo, a medicina e o empresariado. Foram eles: Hélio Fonseca (eleito 1º Presidente), Ary Tupinambá Penna Pinheiro, Paulo Nunes Leal, Edson Jorge Badra, José Calixto de Medeiros, Esron Penha de Menezes, Matias Mendes, Eunice Bueno, Abnael Machado de Lima, José Valdir Pereira, Bolívar Marcelino, Raymundo Nonato Castro, Gesson Álvares Magalhães, Vitor Hugo e Emanuel Pontes Pinto (fundadores).
As reuniões eram realizadas na Biblioteca Estadual Dr. José Pontes Pinto, acontecendo muitas vezes de o grupo se reunir nos bancos da Praça Aluízio Ferreira em razão de a Biblioteca se encontrar com as portas cerradas; e em outras ocasiões, na sala do Departamento de Cultura da Secretaria de Estado da Cultura, Esportes e Turismo, setor na época dirigido por mim. Foi redigido o estatuto, isento de quaisquer paixões e exageros, sempre tendo como lema o pensamento do grande Câmara Cascudo ao se referir à Academia de Letras do Rio Grande do Norte: “Amanhã, permiti a imagem humanística, desaparecemos todos, mas nosso sangue e o de nossos descendentes permanecerão nesta instituição. Ouvirão a história de nossa geração, de nossos ideais, de nossas mágoas. Preciso pensar o que é contingente e o que é passageiro e quais as permanentes de nossa dignidade cultural”.
Novos membros efetivos foram admitidos e empossados no dia 27 de janeiro de 1989, em solenidade ocorrida no auditório do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia. Foram eles: Aparício Carvalho de Moraes, Joaquim Cercino da Silva, Viriato Moura, Antônio Cândido da Silva, João Teixeira de Souza e Yêdda Pinheiro Borzacov. Em 1998, dia 17 de agosto, novos imortais foram empossados: Paulo Saldanha Sobrinho, Átila Ibañes e Amizael Gomes da Silva. Em 2001, os historiadores Marco Antônio Domingues Teixeira e Dante Fonseca, e os poetas Pedro Albino e Dimas Fonseca foram empossados e, como membros correspondentes, os escritores Almino Afonso (São Paulo), Íris Célia Cabanellas Zannini (Acre) e Arnaldo Setti (Brasília). Em 2008, Lúcio Albuquerque, Luís Antônio de Araújo, Raimundo Neves, Antônio Serafim da Silva, Zelite Andrade Carneiro, Samuel Castiel, Heinz Roland Jakob e Cláudio Batista Feitosa assumiram suas respectivas cadeiras do silogeu.
No ano de 2009, tomaram posse Arlene Gorayeb, Paulo Cordeiro Saldanha, Adaídes Batista e Willian Haverly Martins; em 2010, Sandra Maria Castiel Fernandes e Gerino Alves da Silva Filho são empossados como membros efetivos sendo os jornalistas Euro Tourinho e Ciro Pinheiro como membros honorários. Em 2011, José Monteiro da Silva, George Alessandro Gonçalves Braga e João Gomes assumiram como membros efetivos. Em 2014 novos membros: José Detoni, Hugo Evangelista e João Correia.
Convém ressaltar que, nesses 25 anos, a instituição foi presidida pelos acadêmicos Hélio Fonseca (eleito provisoriamente), José Calixto de Medeiros, Viriato Moura, Eunice Bueno, Aparício Carvalho de Moraes, José Valdir Pereira, Dante Ribeiro da Fonseca, Lúcio Albuquerque e William Martins. Ao longo dos anos, com destemor e lutas, a Academia de Letras de Rondônia, instituição de respeito, inexpugnável cidadela intelectual, realiza admiráveis cerimônias e eventos, imunes e a salvo das convulsões e dos temporais político-partidários, apesar de ter tido sua sede, móveis e acervo bibliográfico e documental depredado e destruído em 2004, pelo órgão oficial cultural estadual, administrado à época, por um indivíduo inimigo da cultura, portanto, inimigo da cidadania. A instituição prossegue o seu trabalho, independente de qualquer apoio oficial, cultivando a certeza de que apesar de imortais, os acadêmicos são efêmeros e transitórios. Só a instituição é duradoura e permanente, constituída, sobretudo, pelos livros dos seus escritores e historiadores.
* Yêdda Pinheiro Borzacov, da Academia de Letras de Rondônia, do Instituto Histórico e Geográfico de Rondônia e vice-presidente do Memorial Jorge Teixeira.
Yêdda Pinheiro Borzacov autografando o livro “Estrada de Ferro Madeira-Mamoré:
Uma História em Fotografias”, para o acadêmico Gerino Alves da Silva Filho.
Outro lançamento da acadêmica Yêdda Pinheiro Borzacov, “Porto Velho: Imagens Culturais”. Ao lado direito vê-se o acadêmico Raimundo Neves e sentado à esquerda, apreciando a obra, o acadêmico Matias Mendes.
Cláudio Feitosa, cuja produção literária é fundamental à literatura rondoniense.
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