Sábado, 16 de abril de 2016 - 20h02
* Yêdda Pinheiro Borzacov
Há tempos, lendo Jean François Revel, impressionei-me com as suas observações sobre o dilema que todo jornalista enfrenta ao ter de decidir entre o dever de opinar e o de informar. Enquanto a opinião implica na liberdade que pode eventualmente conduzir a uma atitude tendenciosa, a informação tem que ser rigorosamente exata. Todavia como alcançar a exatidão numa época em que as próprias ciências naturais se conformam com a relatividade de seus resultados? Nessas condições quando as ciências chamadas exatas se satisfazem com aproximações, as ciências humanas como a História – da qual o jornalismo faz parte como partilha de reconhecimento – não podem ter a pretensão de atingir a verdade. Mesmo assim, porém, torna-se inegável que o jornalista, na sua benéfica colheita dos fatos, assume um compromisso de lealdade com os seus leitores, mediante o qual a imprensa se constitui na primeira frente de defesa dos seus direitos. Ao meditar sobre essas considerações, acrescentei para mim mesma que não basta ao homem de imprensa se colocar à frente da comunidade a que serve. Impõe-se ficar ao seu lado, compartilhando de seus anseios e de suas realizações. Essa tem sido a posição tradicional do ALTO MADEIRA, que juntamente com as notícias e comentários de suas edições, sempre se caracterizou por iniciativas em benefício da comunidade, como a defesa do patrimônio histórico material da E.F. Madeira-Mamoré, enfatizando sempre que preservar a memória histórica é sintoma de maturidade e consciência. Afinal, um povo que não conhece os erros do seu passado está condenado a repeti-los; as realizações das companhas para a abertura da BR-29 (hoje 364); a criação do Território Federal do Guaporé e a criação do Estado de Rondônia, dentre outras.
Desde a sua fundação em 1917, o ALTO MADEIRA leva voz da comunidade contando a verdade das coisas: respira a sensibilidade coletiva vista, ouvida, conversada, protestada, educativa, crítica cotidiana e inevitável, no diálogo do repórter com o inesperado, que forja a consciência da sociedade.
No dia em que o ALTO MADEIRA completa 99 anos, conservando o misticismo redacional por meio dos escritos de um Carlos Mendonça, de João Malato, de Oderlo Bezerra Serpa, de Ossian Britto, de João Alfredo de Mendonça (jornalista da Folha do Norte, de Belém-PA, e que enviava crônicas para o ALTO MADEIRA), João Tavares, Ary Macedo, Esron Menezes, rendo homenagens à Euro Tourinho, pelas lutas que travou e trava, no sentido de preservar o seu jornal, estendendo essas homenagens a Ciro Pinheiro, Lúcio Albuquerque e Silvio Persivo, dentre outros, e para aqueles que assinalam emersões literárias e históricas, Aluízio Pimenta, Abnael Machado de Lima e Matias Mendes.
Um fato inédito pode ser citado referente à imprensa rondoniense: muitos jornais surgiram, desaparecendo tempos depois, alguns reaparecendo com a mesma filosofia, outros, de forma inteiramente diferente. Cabe ao ALTO MADEIRA a láurea de se manter firme, enfrentando graves questões econômicas e sociais, rumo ao centenário.
* Yêdda Pinheiro Borzacov, da Academia de Letras de Rondônia, do Instituto Histórico e Geográfico de Rondônia, vice-presidente do Memorial Jorge Teixeira e colunista do site Gente de Opinião.
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