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Yêdda Pinheiro Borzacov

BAIRRO TRIÂNGULO - Por Yêdda Pinheiro Borzacov


* Yêdda Pinheiro Borzacov

Recebi e agradeço o convite assinado pelo vereador Alex Palitot para no dia 6 de maio participar do evento “O Triângulo Renasce”, visando o resgate histórico e cultural do centenário bairro. Não pude comparecer em razão de compromisso assumido anteriormente com os netos, entretanto, registro meus cumprimentos e parabenizo aos organizadores, divulgando a História do bairro, contido em meu novo livro “Os Bairros na História de Porto Velho”, que será lançado no início de junho, contendo 291 páginas.

Caracterizado pelas presenças do trecho férreo da Madeira-Mamoré (em ruínas) e o caudaloso Madeira, o bairro Triângulo, um dos mais antigos, localizado na Zona Sul, tendo como limites os bairros Baixa do União e Militar, teve o início da sua formação em 1914, quando operários da ferrovia construíram suas casas de taipa com cobertura de folhas de palmeira ou de cavaco. Com o passar dos anos surgiram casas tipo palafita, edificadas em madeira e, mais tarde, casas de alvenaria. As construções eram erguidas obedecendo a metragem estipulada dentro da norma de segurança da REFESA. Só após a erradicação da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (1972) é que foram construídas casas com menos de dois metros de distância da linha férrea.

O nome Triângulo dado ao bairro deveu-se a existência de um triângulo de reversão que propiciava às locomotivas realizar manobras.

Triângulo, bairro entrecortado pelos igarapés Bate Estacas, Lavadeiras e Grande, com vizinhança amiga e unida, escutava o resfolegar e os apitos das locomotivas e os ruídos dos vagões, sentindo o cheiro característico de madeira advindo da serraria Tiradentes, inspirou o compositor e intérprete João Henrique (Manga Rosa) em 1972, a revelar uma parte da sua história:

“Triângulo/ teu passado tua glória,/ tuas cabrochas, tua história/ tudo isso há de ficar.

Teu nome não se apaga da memória,/ do malandro que implora/ para o passado voltar.

Teu morro,/ Placa Um, Doca Marinho,/ teus casebres, teus caminhos/ Nêgo Velho e Gravatá.

O Black, Abgail, Chico Moreira,/ Nêgo Mário e Manga Rosa/ Aldenor e Waldemar.

Passou, passou, passou,/ o tempo da boemia passou.

Depois que ela partiu,/ o Triângulo nunca mais sorriu,/ e o malandro ficou de joelhos a chorar,/ implorando para um dia ela voltar”.

A História da musicalidade registra que esse samba foi o primeiro a ser composto em Porto Velho e cantado pela primeira vez em uma reunião costumeira composta de amigos boêmios, realizada na residência de Abgail Meirelles, esposa do famoso sertanista Francisco Meirelles, moradora do Triângulo.

Irmanado pela mesma herança cultural-histórico, o poeta popular Ernesto Melo, com saudades dos tempos antigos, lembra o bairro em “Exaltação ao Triângulo”:

“Já me falou o poeta/ que o teu passado foi glória/ vou recordar tua história/ daqueles tempos p’ra cá/ depois que o tempo da boemia passou/ o 5º BEC chegou trazendo os seus generais/ a força do poder da ditadura/ não respeitou minha cultura/ destruiu meus ideais/ Morro do Querosene veio abaixo/ o Alto do Bode hoje é baixo/ e nem tem Baixa do União/ Madeira-Mamoré só por pirraça/ calou a Maria Fumaça ferindo o meu coração/ se o tempo da boemia passou/ quero que passe o tempo dos generais/ Triângulo, Triângulo/ quem te viu naquele tempo não reconhece jamais/ hoje tem até desmoronamento/ tem enchentes que tiram o teu povo de lá/ quem me dera resgatar minha bandeira/ pela Vila Cachoeira/ e tirar o progresso de lá”.

Comprovando que cultura e comunidade são palavras que têm o caminhar e crescimento unidos, conferindo assinatura na História da cidade, a serraria Tiradentes (desaparecida) é enaltecida na musicalidade de Adaídes Santos (Dadá).

Um componente do bairro há muito desaparecido era a fábrica de guaraná Marau, a primeira fábrica de refrigerantes da cidade, de produção limitada, instalada pelo comerciante manauara Célio. O último proprietário foi Júlio Pantoja.

Os moradores mantêm as tradições culturais populares ali surgidas, como o folguedo da quadrilha. Em 1980, quando ocupava o cargo de Diretora do Departamento de Cultura da Secretaria de Estado da Cultura, Esportes e Turismo – SECET, nossa diminuta equipe realizou pesquisas referentes ao folguedo da quadrilha, constatando que o ferroviário Joventino havia criado um grupo de folguedo. Os ensaios eram realizados em um terreiro onde existiam muitos pés de maracujás, cujas flores desabrochavam em abundância na época junina, embelezando o ambiente e os cabelos das damas. O nome “Flor do Maracujá” foi escolhido pela equipe constituída pelos técnicos Isaias Vieira, José Gutemberg, Flávio Carneiro, José Monteiro e por mim, para denominar o Arraial – o maior da região norte, ocasião em que ocorre a Mostra de Quadrilhas e Bois-Bumbás, projeto que acumula mais de 30 anos de sucesso.

Atualmente duas quadrilhas alegram o bairro, tendo como princípios a informalidade e a espontaneidade: “Matutos do Triângulo Lascando o Cano” e “Matutos do Triângulo”.

Uma manifestação cultural surgida em 1950 e aplaudida no desfile carnavalesco, na avenida, era a Escola de Samba “O Triângulo não Morreu”, desaparecida anos depois, entretanto, o denotativo da Escola de Samba foi preservado pelo carnavalesco Armando Holanda, popularmente conhecido como Periquito, morador do bairro e criador do bloco infanto-juvenil, formado apenas por meninas e jovenzinhas. O bloco desfilava, tendo à frente o seu fundador – o Periquito, fantasiado de bailarina e muito bem maquilado. Acompanhava o bloco, cujas cores eram vermelha e branca, a esposa de Armando Holanda e as mães das foliãs.

Adotando o samba “Triângulo”, de João Henrique (Manga Rosa), o bloco introduziu um refrão cantado ao desfilar em frente do palanque oficial: “O Triângulo não morreu e nem morrerá”. Entretanto, apesar da expressão enaltecida e cantada tantas vezes, o bloco desapareceu quando Periquito transferiu sua residência para Fortaleza-CE, e o bairro histórico está fadado ao desaparecimento em razão dos constantes desbarrancamentos.

Significativo referencial do bairro é o Educandário “Belisário Pena”, inaugurado em 1952, integrante da Sociedade Eunice Weawer, tendo a finalidade de abrigar e educar os filhos de hansenianos. Anos depois foi aberto para crianças órfãs ou abandonadas.

Na parte interna do Educandário “Belisário Pena” aparece uma bela gruta que exibe duas imagens: Nossa Senhora de Lourdes e Santa Bernadete. A gruta foi construída pelas irmãs do Colégio Maria Auxiliadora e com a participação financeira da devota Iaiá Barros. O prédio desse educandário ocupa a área denominada Candelária, onde em 1907 foram edificados os pavilhões do Hospital da Candelária, centro hospitalar que possuía um corpo clínico competente, dedicado e graças a “assistência médica prestada no hospital e ao longo da via férrea, nos pontos de embarque e transporte dos recrutados, aliando aspectos curativos e preventivos que permitiram o sucesso da construção da estrada de ferro”.[1]

O hospital era cercado de jardins e de um pomar que o separava do cemitério (só eram sepultados os estrangeiros), os nacionais eram enterrados em outro campo santo. Restam pouquíssimos túmulos, destruídos pela ação do homem que desconhece a importância da nossa História e a expressão do Conde de Galveias, governador geral do Brasil, no século XVIII, ao referir-se às construções antigas como sendo “livros que falam, sem que seja necessário lê-los”.

A assistência hospitalar descrita por Oswaldo Cruz, no relatório em 1910, representada pelo Hospital da Candelária, esclarece que, “como testemunha de vista, posso afirmar que a assistência médica aos doentes é a mais perfeita que se possa desejar”. Possuía 288 leitos destinados a atender uma população que em 1910 era em média, 3.046 empregados, correspondendo a 94,55 leitos / 1.000 empregados. Pelo informe de Oswaldo Cruz, conclui-se que não havia superlotação, pois essa seria incompatível com a qualidade assistencial a que se referiu.

Muitas famílias descendentes dos imigrantes do Caribe residiram no Triângulo, dentre elas: os Schokness, Julien e Dennis, dentre outras, cujos filhos estudaram na Escola Rural do Triângulo, construída no governo de Joaquim de Araújo Lima (1948/1950), correspondendo hoje, a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Franklin Roosevelt”.

A esposa do ferroviário Alexandre Karl Von Otto Dennis, Filomena Suzana Tavares Dennis, natural de Guajará-Mirim e conhecida como dona Filó, adquiriu fama como excelente parteira. Contava dona Filó que, desde os 14 anos de idade, “ajeitava as barrigas das gestantes em Guajará-Mirim e a partir de 1930, ano em que cheguei a Porto Velho acompanhando meu marido que havia sido transferido, iniciei a trabalhar como parteira, em face dos constantes sonhos que tinha com minha mãe falecida que me aconselhava a ajudar colocar crianças no mundo. No princípio não obedeci, porém com a repetição do mesmo sonho e incentivada pelo meu marido, realizei o primeiro parto e daí por diante mais de 500 crianças ajudei a nascer”.[2]

Pelo seu trabalho, dona Filó não cobrava nada, recebendo o reconhecimento do governo municipal que a condecorou com o título de cidadã de Porto Velho.

Dona Filó ao chegar a Porto Velho ainda encontrou em funcionamento o hospital da Candelária e relatava: “... os doentes de malária naquele centro hospitalar eram tratados com quinino e com o ‘tônico’ da Candelária”[3]. Não soube esclarecer que tipo de tônico era esse.

Histórias de bicho visagento corriam de boca em boca, nos anos 1950, uma delas era referente a um lobisomem que aterrorizava os moradores, roubando aves e porcos dos belos quintais repletos de árvores. Acreditavam na existência do bicho, porém nunca ninguém o viu e, quando alguns espertalhões saíram do bairro, o visagento desapareceu.

Em 1950 foi construída uma vila de casas, semelhante às demais vilas situadas ao longo do trecho férreo, destinada aos ferroviários, recebendo o nome de Vila Candelária. O local, hoje, dinamiza o turismo, já que representa um estímulo adicionado à indústria sem chaminé, oferecendo, além da paisagem privilegiada, restaurantes rústicos que servem o tambaqui, peixe nobre da Amazônia em folha de bananeira, assado na própria gordura do peixe e caldeirada de dourado. Atualmente só encontramos tambaquis de criadouro.

O igarapé Bate Estacas atravessa a área geográfica do Triângulo, atraindo nos finais de semana famílias em busca de lazer. O local preferido do igarapé fica situado nas imediações da Estação de Tratamento de Água da Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia – CAERD, na estrada de Santo Antônio, distante cerca de 7 km do centro. A água é captada do “rio Madeira e através de conjuntos moto-bombas, denominada Estação Elevatória de Água Bruta (EEAB). A água bruta é bombeada por adutoras até as duas Estações de Tratamento de Água (ETA I e II), onde recebe o tratamento necessário e posteriormente, distribuída para consumo humano”.[4]

O nome Bate Estacas foi o termo dado a esse braço de rio na época da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré em razão “aos trabalhos de enfincagem de estacas à margem do rio Madeira, na foz daquele igarapé, para o desembarque das pesadas cargas”[5]. Apesar do igarapé ficar dentro de uma área de preservação permanente – Lei Municipal nº 138, o desmatamento da mata ciliar, fundamental para evitar o desbarrancamento, o lixo e o fogo estão destruindo esse braço de rio.

Na década de 1940, um terreiro de Umbanda foi fundado por Augusto Jerônimo da Silva, soldado da borracha e autor de várias toadas para o folguedo do boi-bumbá. O umbandista e amo de boi-bumbá, Augusto Jerônimo da Silva contava que fazia “curas” e morou no Triângulo no período de 1943 até 1949.

No dia 10 de julho de 1972, o Triângulo chorou copiosamente com a erradicação da ferrovia, as poéticas locomotivas a vapor, os trens, as litorinas e as cegonhas que conferiam charme ao bairro, paralisaram, deixando tristeza, lembrança e saudade. As imagens das marias-fumaças e composições são ainda muito fortes na memória dos seus moradores mais antigos que lamentam a erradicação da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.

A partir de 1979, o bairro se alegrou e festejou quando apareceram ferroviários retirando dormentes apodrecidos e fixando novos, assentando barras de trilhos em substituição aos danificados. As crianças, empolgadas, rodeavam os operários e curiosas faziam questionamentos, aprendendo a História comovente da ferrovia. Era o retorno do trem para passeios culturais-turísticos, no trecho compreendido entre Porto Velho e Santo Antônio, colocado à disposição do público, no dia 5 de maio de 1981. Adquiriu o Triângulo com a volta do trem, vida nova, sofrendo outro abalo quando o governador Jorge Teixeira foi exonerado e os governadores que o sucederam, com exceção de Osvaldo Piana Filho e Ângelo Angelim, ignorando a História da épica ferrovia, negaram apoio financeiro ao projeto de manutenção e prosseguimento da memória ferroviária, paralisando o belo trabalho de resgate histórico.

Em 1981, foi criada a Associação dos Moradores do bairro, tendo sido eleito presidente, o professor Silvério Gomes do Carmo, promovendo como primeiro evento, um torneio de futebol, denominado Chiquilito.

Um feito memorável na História das Comunicações no Brasil ocorreu no Triângulo, em 1983, quando nas presenças do governador Jorge Teixeira e do presidente da Teleron, Sílvio Santiago, o décimo milionésimo telefone do País foi instalado e inaugurado na residência do ferroviário Silas Schockness. Outro feito significativo realizado é o projeto “Leitura no Sítio”, idealizado e coordenado pela bibliotecária Glória Valadares Granjeiro. O projeto de ação comunitária, inteligente e gratuito, de grande envergadura sociocultural, estimula a leitura e a criatividade, em processo de educação aberta, com participação infanto-juvenil, tendo como preceitos a responsabilidade, o respeito e a valorização do ser humano. Inicialmente, sozinha, Glória Valadares Granjeiro, tendo os livros como ferramentas, atraiu auxiliares voluntários que organizam fichas de controle dos usuários, narram histórias para as crianças que ainda não sabem ler, propiciando, assim, um mundo novo e fascinante que a boa leitura fornece.

Testemunhou o Triângulo, o nascimento do Grupo Escolar General Euclides Zenóbio da Costa, situado no morro do Querosene, e da Faculdade de Ciências Administrativas e Tecnológicas – FATEC, criada pelo juiz aposentado Marco Antônio Farias. Do Triângulo, a FATEC mudou-se para o bairro Nova Porto Velho e, atualmente, se encontra no bairro Industrial, mantendo excelente biblioteca.

Pesquisas realizadas pelo arqueólogo Eurico Th. Miller, no período de 1978 a 1982, revelaram a existência de sítios arqueológicos no Triângulo. Na descrição desses testemunhos culturais em termos de localização, medição de espaço físico e classificação de fases, Miller esclarece: “Candelária – sítio habitação da fase cerâmica Jatuarana, a 250 metros da margem direita do rio Madeira, no extremo sul da cidade de Porto Velho, em área ocupada por um conjunto de residências da extinta ferrovia Madeira-Mamoré. Estendendo-se por uma terra firme com 160x60 metros, 15 metros acima da vazante máxima, o Cojubim – sítio habitação da fase cerâmica Jatuarana, a 400 metros da margem direita do rio Madeira e 110 metros da margem esquerda do igarapé Grande, quase no centro-sul de Porto Velho. Está ocupado pelo conjunto governamental “Cojubim” e outros. Estende-se em terra firme de 450x90 metros, com 23 metros acima da vazante máxima”.[6]

O cenário do Triângulo se transformou em razão dos desdobramentos provocados pela violenta correnteza do Madeira, decorrente segundo a imprensa local, da abertura das primeiras turbinas da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio. Cerca de uma centena de casas foram comprometidas pela erosão e seus moradores alojados em pequenos hotéis e pousadas pela Santo Antônio Energia, concessionária responsável pelo empreendimento, enquanto aguardavam as indenizações exigidas pelo Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB e determinadas pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual. As casas afetadas foram demolidas pela concessionária, supervisionada pelas Defesas Civil Municipal e Estadual e o Corpo de Bombeiros.

Com a finalidade de conter os deslizamentos do barranco, protegendo a encosta, a Santo Antônio Energia realizou obras de “enrocamento, ou seja, a colocação de rochas para evitar os desmoronamentos... conta com duas balsas que fazem o transporte das rochas. Também houve a instalação de boias, bem como alguns flutuantes, nos locais onde casas foram afetadas”.[7] Casas situadas em área de risco foram demolidas pela municipalidade e os moradores receberam apartamentos no residencial Orgulho do Madeira.

A fase “progressista” de Porto Velho transformou o seu recurso natural – o rio Madeira e a vida de muitas famílias moradoras do Triângulo, perderam seus lares que propiciavam um panorama dos mais belos – o pôr-do-sol no Madeira. A presença de jacarés em um igarapé que atravessa o bairro alterou o dia-a-dia dos moradores que deixaram de pescar com receio de ataques dos animais.

Dois escritores escolheram o Triângulo (Vila Candelária) para construírem suas residências: o acadêmico William Martins Haverly e Nilza Menezes; a Associação dos Magistrados edificou sua bela sede social no tradicional bairro que tem Santa Terezinha como padroeira, cultuada em sua igreja. O conjunto Cojubim construído por uma empresa mineradora de cassiterita no auge da exploração do minério do estanho, e foi sede da Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

A área do entorno da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, caracterizada por subáreas – Portaria nº 231, de 13 de julho de 2007, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, define critérios visando preservar “em suas características originais de material e técnicas construtivas os oito quilômetros da via férrea, os remanescentes túmulos encontrados no Cemitério da Candelária, devendo-se, inclusive, manter a cobertura vegetal existente e propiciar a regeneração da vegetação nativa”, assim como estabelecendo regras para preservação da natureza.

Em 2014, a inundação provocada pelo Madeira afogou o bairro, um dos mais atingidos, constituindo um flagelo para muitos moradores que perderam casas, móveis, roupas e aves domésticas, provocando a criação da “Associação dos Remanescentes das Famílias Tradicionais do Triângulo”, sendo eleita presidente, Araci Silva de Souza, que faz um apelo: “o Triângulo não quer ser riscado do mapa no centenário de Porto Velho”.

O rio Madeira está totalmente assoreado, seu entorno comprometido, havendo constantemente desmoronamento do barranco, fragilizando o solo, colocando as casas em risco de desabar. O bairro está se tornando deserto, e já não é o mesmo, e se houver nova alagação poderá desaparecer.



REFERÊNCIAS

[1]Yêdda Pinheiro Borzacov. Porto Velho: 100 Anos de História – 1907/2007, p. 79.

[2]Entrevista. Suzana Tavares Dennis. 1986.

[3]Idem.

[4]Floriza Santos. Pedaços da História de Porto Velho, p. 25.

[5]Relatório Anual. CAERD – 2012.

[6]Mário F. Simões. Pesquisa e Cadastro de Sítios Arqueológicos na Amazônia Legal Brasileira – 1978/1982, pp. 62-68. Pesquisa Eurico Miller.

[7]Jornal Diário da Amazônia, 14/2/2012.

* Yêdda Pinheiro Borzacov, da Academia de Letras de Rondônia, do Instituto Histórico e Geográfico de Rondônia, vice-presidente do Memorial Jorge Teixeira, da Academia Histórica Militar Príncipe da Beira, colunista do site Gente de Opinião e do jornal Alto Madeira.

BAIRRO TRIÂNGULO  - Por Yêdda Pinheiro Borzacov - Gente de Opinião

Capa do livro que será lançado em breve no Memorial Jorge Teixeira

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