Quarta-feira, 22 de março de 2017 - 16h06
* Yêdda Pinheiro Borzacov
O escritor espanhol, Ortega y Gasset, afirmava: “Negar o passado é absurdo e ilusório, porque o passado é o natural do homem que volta a galope”. E o tempo, buscando o antigamente, retornou no dia 17 de março quando o coronel de engenharia, João Chrisóstomo de Moura, militar da reserva, entregou a espada que pertenceu a Jorge Teixeira, padrinho, na cerimônia de sua formatura na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende – Rio de Janeiro, em 1984.
Ao ter conhecimento que o Cel. Chrisóstomo possuía o valioso objeto que Teixeirão carregara em sua vida militar, o General Costa Neves, solicitou para que ele entronizasse em ato solene a espada ao acervo do Memorial.
Não há dúvida, participamos de significativo encontro de beleza espiritual na casa histórica situada na rua José do Patrocínio - Centro, que expõe e conta a História do eterno governador Teixeirão. Com o ambiente lotado, cercado dos familiares que vieram de Costa Marques, dos oficiais da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, de membros da Academia de Letras de Rondônia e ex-assessores, professores de História e parceiros de ideal e luta que carregam o anseio justo de preservar a memória do homem que nos faz sentir a História – ligada a uma filosofia que nos conduz à compreensão de múltiplos acontecimentos que a edificam, a espada, com muita emoção foi entronizada ao acervo.
É-nos difícil descrever Jorge Teixeira de Oliveira. Sobre ele muitos autores escreveram textos, deixando-se mesmo assim, muito a se dizer a respeito de sua tenacidade, lealdade e dignidade moral.
Não havia e não há em Rondônia quem não tenha sentido o calor do seu nome. Era um homem raro, desses que o tempo não conseguia quebratar-lhe a ousadia e o destemor. Mesmo quando adoeceu, portava-se como forte: espírito lúcido, ereto no físico e altivo nas atitudes. Sabe-se, pelos que lhes eram íntimos, como o médico Viriato Moura, que sob nenhum pretexto quis sair de Rondônia para se submeter ao tratamento da doença cruel. Desprezava a fadiga que lhe minava o organismo. Não se deixava derrear lentamente como seria natural pela doença.
Quando ocorreu sua partida para o Mundo Maior, o povo de Rondônia e do Amazonas, estremeceu, surdamente gemeu, abafando os soluços, próprios às grandes dores.
Preservar e divulgar a obra de Jorge Teixeira de Oliveira é preservar nossas raízes culturais que sustentarão as épocas vindouras dentro de acontecimentos específicos e cronológicos que ilustram a existência de Rondônia.
Já dizia Cora Coralina: “É preciso rever, escrever e assinar os autos do passado, antes que o tempo passe tudo a raso”.
* Yêdda Pinheiro Borzacov, da Academia de Letras de Rondônia, do Instituto Histórico e Geográfico de Rondônia, vice-presidente do Memorial Jorge Teixeira, da Academia Histórica Militar Príncipe da Beira, colunista do site Gente de Opinião e do jornal Alto Madeira.
Cerimônia de Entronização da Espada do Cel. Jorge Teixeira de Oliveira. Foto: R. Machado
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