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Yêdda Pinheiro Borzacov

POSSE DO PROFESSOR E ACADÊMICO ARNO WEHLING NA ABL


* Yêdda Pinheiro Borzacov

Atendendo convite do Presidente da Academia Brasileira de Letras – ABL, Domício Proença Filho, participei dia 11 de agosto, no Rio de Janeiro, da belíssima solenidade ocorrida no Salão Nobre do Petit Trianon – posse do historiador e professor Arno Wehling, na cadeia nº 37, sucedendo o acadêmico e poeta Ferreira Gullar, falecido no dia 4 de dezembro de 2016.

A cadeira nº 37 teve como fundador Silva Ramos e Tomás Antônio Gonzaga como patrono; seus ocupantes anteriores foram João Cabral de Melo Neto, Ivan Junqueira e Ferreira Gullar (poetas); Alcântara Machado, Getúlio Vargas e Assis Chateaubriand.

Em nome da ABL, o acadêmico, embaixador e historiador Alberto da Costa e Silva, discursou na tribuna saudando o novo acadêmico, enfatizando que “desde cedo, Arno Wehling já tomara interesse pela historiografia, ou melhor, pela história da História e dos métodos de que ela se vale. Não fora assim e o seu primeiro livro, publicado aos 27 anos, não se chamaria “Os níveis da objetividade histórica”. Nos que seguiram – como “A invenção da história: estudos sobre o historicismo – e em incontáveis trabalhos impressos em revistas especializadas e obras coletivas, e em conferências, palestras e comunicações em simpósios, respirou a segurança e o entusiasmo do estudioso que se tornou íntimo das teorias que movimentam as ciências humanas e outros saberes”.

Autor de cerca de duzentos trabalhos – artigos em periódicos especializados, verbetes em obras de referência, capítulos de livros, comunicações em anais, ressaltam-se seus livros que abordam questões teóricas e historiografia. Dentre eles: “A invenção da História – estudos sobre historicismo” (1994 e 2001), “Estado-história e memória – Vamhagen e a construção do estado nacional” (1999), “De formigas, aranhas e abelhas – reflexões sobre o IHGB” (2010 e 2017), “Sobre estruturas de poder, em especial relacionadas ao direito e à justiça e as ideias políticas”, “Administração portuguesa no Brasil – 1777-1808” (1986), “Pensamento político e elaboração constitucional” (1994), “Direito e Justiça no Brasil Colonial – o Tribunal da Relação do Rio de Janeiro” (2004), este em coautoria com Maria José Wehling e dois livros em síntese, também com Maria José Wehling, “Formação do Brasil Colonial” (1994) e “Documentos Históricos Brasileiros” (2000).

O homem, o meio e o momento, convergência de três fatores é enfocada na obra de Arno Wehling, que faz-nos entender que, além da ciência, a História quando bem escrita, pode ser uma obra de arte literária.

O privilégio de tantos anos de amizade com o historiador Arno Wehling dá-me razões de todas as ordens de regozijar-me com a sua entrada na Academia Brasileira de Letras, ampliando, como assim expressou o Presidente da ABL, Domício Proença Filho: “O contingente dos notáveis da inteligência brasileira que, ao lado dos escritores, integram, como estabeleceu a sabedoria dos fundadores, a Casa de Machado de Assis”.

* Yêdda Pinheiro Borzacov, da Academia de Letras de Rondônia, do Instituto Histórico e Geográfico de Rondônia, vice-presidente do Memorial Jorge Teixeira, da Academia Histórica Militar Príncipe da Beira, colunista do site Gente de Opinião e do jornal Alto Madeira.

POSSE DO PROFESSOR E ACADÊMICO ARNO WEHLING NA ABL - Gente de Opinião

Posse do historiador Arno Wehling na ABL; na foto, Ana Maria Machado, Arno Wehling,
Domício Proença Filho e Alberto Venancio – Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo

 

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