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Projeto de artes visuais de RO é vencedor do Prêmio Nacional Expressões Culturais



Projeto de artes visuais de Rondônia é um dos vencedores do
1° Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afrobrasileiras


O projeto rondoniense Essas Mulheres, apresentado por Esmeraldina Coelho, é um dos ganhadores do 1° Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afrobrasileiras e receberá R$ 20 mil no próximo dia 27 de abril, às 19 horas, durante solenidade de premiação no Museu Nacional do Conjunto Cultural da República, que fica no Setor Cultural Sul/ Lote 2 da Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O projeto concorreu na categoria artes visuais, com 181 inscritos, que disputavam os prêmios de R$ 20 mil a R$ 40 mil reais. Ao todo serão distribuídos R$1.100.000,00 para 20 projetos de três categorias artísticas com estética negra contempladas nesta edição: teatro, dança e artes visuais. O prêmio é uma iniciativa do Centro de Apoio ao Desenvolvimento (Cadon) e da Fundação Palmares, com patrocínio da Petrobras, por meio da Lei Rouanet do Ministério da Cultura.

Essas Mulheres realizará uma exposição com fotos de mulheres dos quilombos do Vale do Guaporé em situações cotidianas que expressem a força e a pureza que elas tem. Esmeraldina Coelho, artista e coordenadora do grupo de Mulheres Quilombolas Negravale, explica que o projeto surgiu em 2008, quando saiu uma publicação na internet sobre as mulheres do Vale Guaporé e falava dos casos de AIDS nas comunidades quilombolas,difamando-as. Apesar de ter entrado com uma ação judicial, a proponente quis fazer mais: “Essas mulheres são guerreiras que vivem, amam, sofrem, lutam e se divertem como qualquer outra. Não é porque estão em comunidades isoladas que deixam de ser mulheres e precisam ser respeitadas. O objetivo maior da exposição é tornar visível a existência delas como verdadeiramente são, por isso, elas mesmas se fotografarão”, completou Esmeraldina. Para a proponente, o prêmio vem ao encontro desse desejo de difundir a imagem da mulher quilombola.

Concorreram 412 projetos, 181 de artes visuais, 120 de dança e 111 de teatro. Os estados que tiveram maior número de inscritos foram São Paulo (143), Rio de Janeiro (133) e Bahia (84). Ruth Pinheiro, presidente do Cadon, destaca que o prêmio teve uma efetiva presença dos grandes estados, mas conseguiu atrair também unidades menores: “o que para os organizadores é bastante satisfatório, pois garante a diversidade”.

Os projetos – Os projetos aprovados em todo o país são os seguintes: categoria dança: Acorda Raça – Resgate e Preservação da Cultura Negra como Instrumento de Conscientização e de auto-estima (Paraná ); Bata-Kotô (Distrito Federal); Dança Afro-Brasileira nas Escolas (Alagoas); Elegbará – O Guardião da Vida (Pará) e 40 + 20 – Rubens Barbot (Rio de Janeiro). Na categoria teatro: Emi – A Concepção Yorubana do Universo (Pará); Mãe Coragem (Rio Grande do Sul); No Muro – Ópera Hip Hop (Distrito Federal); Oficina Comuns (Rio de Janeiro) e Ogum – O deus e o Homem (Bahia). Em artes visuais foram: Arte Resgatando o Quilombo (Santa Catarina); Essas Mulheres (Rondônia); Memórias de Sombras (São Paulo); Mestre do Coco Pernambucano (Pernambuco); Negro por Inteiro (Mato Grosso); Animais de Concreto (São Paulo); E o Silêncio Nagô Calou em Mim (Distrito Federal); Invernada dos Negros (Rio Grande do Sul); Lagoa da Pedra e a Roda de São Gonçalo (Tocantins) e Zeladores de Voduns de Benim ao Maranhão (Maranhão).

Origem - Ruth Pinheiro, presidente do Cadon, explicou que a ideia do prêmio surgiu após o II Fórum Nacional de Performance Negra, realizado em Salvador, em 2006, quando os próprios artistas pediram ao Ministério da Cultura um edital público ou linha de financiamento específicos, já que não havia alternativas que contemplassem expressões culturais afro-brasileiras. A partir daí a Fundação Palmares convidou o Cadon e junto com o patrocínio da Petrobras viabilizaram o atendimento à demanda. Segundo Ruth o prêmio é um “incentivo a artistas já existentes e permite o surgimento de novos. Funciona, ainda para aumentar a autoestima, na medida em que os grupos passam a ser seus próprios gestores e ganham autonomia”.

Fonte: Mariana Benjamin - mariana@iaacomunicacao.com.br  
 

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