Segunda-feira, 9 de novembro de 2009 - 18h53
A Sociedade Brasileira de Otologia promove, de 10 a 20 deste mês, a Campanha Nacional de Saúde Auditiva com o objetivo de conscientizar a população, esclarecendo sobre a perda auditiva, seu impacto social, suas diversas causas e as possibilidades atuais de tratamento. Em Rondônia, a Campanha Nacional de Saúde Auditiva é coordenada pelo Curso de Fonoaudiologia da Faculdade São Lucas. A campanha alerta que o hábito de ouvir música alta em tocadores de MP3 tem causado sérios problemas para os ouvidos, que possuem estruturas muito especializadas e delicadas. Os tocadores de MP3 atuais são tão potentes que podem atingir uma intensidade sonora de até 120 decibéis, em seu volume máximo. Para se ter uma idéia, isto equivale à intensidade de uma turbina de avião durante a decolagem. Quando exposto a sons acima de 85 decibéis por tempo prolongado, que seria o barulho do trânsito numa avenida movimentada, o ouvido já pode apresentar perdas auditivas. O grande problema é que este tipo de perda auditiva costuma ser irreversível. Em alguns casos, uma única exposição a sons intensos pode prejudicar a audição para sempre.
Estudos comprovam o risco que os pequenos aparelhos podem trazer. O Comitê Científico Europeu de Riscos à Saúde divulgou no inicio de outubro deste ano um estudo que comprova que o uso de MP3 player com fone intra-auricular (dentro do ouvido) favorece a perda de audição, e que adolescentes e jovens na casa dos 20 anos não perceberiam a diminuição da acuidade auditiva imediatamente. Os efeitos nocivos da música alta só serão percebidos em uma década ou quando entrarem na casa dos 30 anos, conforme avalia a pesquisa. De acordo com o estudo, os grupos mais expostos a riscos são aqueles que ouvem MP3 player ao menos cinco horas por semana. Porém, os malefícios podem ser notados mesmo para quem ouve apenas 28 segundos por dia de música alta e que boa parte dos jovens ouve música no iPod com sons entre 100 e 115 decibéis, quando o nível recomendado é sempre inferior a 60 decibéis.
De 15% a 20% da população em geral tem zumbido, sintoma que indica perda auditiva. No Brasil, significa algo em torno de 25 a 30 milhões de brasileiros. Destes, 15% sentem o incômodo provocado pelo barulho e procuram ajuda médica. De 30% a 35% das perdas de audição são creditadas à exposição a sons intensos, sejam eles em ambientes profissional ou em lazer (como shows ou aparelhos eletrônicos). A surdez relacionada à exposição a sons intensos é “cumulativa”. Uma vez cessado o fator causador (exposição a ruído), a perda de audição estaciona, mas não regride. Além da perda de audição, o som muito alto de tocadores de MP3, discotecas e shows, pode agredir o ouvido de outras formas, causando zumbido, fortes dores de cabeça, insônia e dificuldade de entendimento.
Fonte: Chagas Pereira 165 DRT/RO
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