Quinta-feira, 11 de abril de 2024 - 14h08
O aumento de 1% em fevereiro apontado pela Pesquisa
Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira (11 de abril) pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fez com que a
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisasse
para cima sua previsão de crescimento das vendas em 2024. A expectativa, que
era de 1,6%, subiu para 2% de elevação na movimentação do varejo neste ano.
Segundo estimativa da CNC, as vendas totais em
fevereiro alcançaram R$ 209,9 bilhões, o maior patamar da série histórica,
iniciada em 2000. Conforme o presidente da Confederação, José Roberto Tadros, o
avanço superou as expectativas do mercado. “Os dados revelam que a
macroeconomia está trilhando um bom caminho e, com a trajetória de declive das
taxas de juros, os varejistas podem esperar um ano relativamente positivo para
os negócios”, afirma o presidente. Compõem o cenário melhor do que o esperado
as evoluções do mercado de trabalho, cuja taxa de desocupação se encontra no
menor patamar em dez anos, e a desaceleração da inflação, que acumula alta de
1,4% no primeiro trimestre – a menor para o período em quatro anos.
De acordo com Tadros, a continuidade da recuperação
do varejo depende da confirmação das expectativas de que os juros cheguem a 9%
ao ano em dezembro, e que a inflação fique dentro da meta estabelecida em
3,75%. “Confirmada essa tendência, certamente, consumidores e varejistas se
depararão com juros mais baixos também na ponta”, acredita.
Farmácias impulsionam o setor
O principal segmento responsável pelo avanço de
fevereiro foi o de farmácias, perfumarias e cosméticos, que aumentou em 9,9% as
vendas em fevereiro (janeiro havia sido um mês de queda, com redução de 1,1%).
“Parte dessa elevação pode estar associada à antecipação do aumento de até 4,5%
nos preços dos medicamentos, que foi autorizado pela Anvisa para valer a partir
de abril, ou de descontos aplicados na compra de mais produtos para escapar do
reajuste”, explica o economista da CNC responsável pelas projeções, Fabio
Bentes.
Bentes aponta que esse segmento tem se destacado no
varejo brasileiro nos últimos anos. Ele lembra que, em relação a fevereiro de
2020 (mês que antecedeu o início da crise sanitária), o volume de vendas do
varejo cresceu 7,1%, ao passo que as vendas de artigos farmacêuticos chegaram a
um avanço real de 39,9%.
Crédito melhor alavanca vendas
Outro destaque foi o desempenho das lojas de
artigos de usos pessoal e doméstico (que tiveram aumento de 4,8%) e do setor
automotivo (com alta de 3,9%). “Isso reforça a percepção de que os efeitos
positivos sobre o consumo decorrentes da melhoria das condições crédito vêm
influenciando favoravelmente o nível de atividade do varejo”, analisa Bentes.
Ele reforça que até mesmo os segmentos dependentes do crédito, que registraram
crescimentos menos expressivos como os de vestuário e calçados (com elevação de
0,3%) e móveis e eletrodomésticos (com alta de 1,2%), tiveram fortes avanços em
janeiro, de 8,5% e 4,1%, respectivamente, o que já é produto do maior acesso ao
crédito.
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