Segunda-feira, 22 de abril de 2024 - 16h05
Os jornais
têm destacado, diariamente, notícias sobre a economia do Brasil, expressando
especial preocupação com o aumento do dólar, o que vai implicar possivelmente
uma nova intervenção do Banco Central, com o fracasso do arcabouço fiscal e com
a não realização das previsões feitas pelo Ministro Haddad no início no
governo.
É evidente que o Ministro foi, de certa forma,
prejudicado pelo Presidente Lula no momento em que este não valorizou o
arcabouço. Isso faz com que os empresários que investem para que as empresas
cresçam no mercado, que gera empregos, pois afinal é o mercado que mede, com
sua sensibilidade, se a economia vai bem ou vai mal, fiquem inseguros diante
desse cenário.
No momento em que o presidente não deu muita
importância à luta do ministro Fernando Haddad, este foi obrigado a reduzir o
seu plano, mostrando que o arcabouço fiscal, que já era fraco, ficou muito pior
do que o teto de gastos, do Presidente Temer.
Isso tem implicado desconfiança cada vez maior, de
que nem mesmo esse novo arcabouço, com novos dados, será respeitado. Fato é que
teremos déficit esse ano, assim como tivemos ano passado e, possivelmente, teremos nos próximos anos, pois a
economia está fragilizada. O dólar começa a aumentar não só porque a economia
americana é mais forte, obrigando o Banco Central americano a não reduzir os
juros para evitar a inflação, mas também
porque a economia do Brasil, sendo mais fraca, não possui um plano econômico,
já que o arcabouço está vazado pelo próprio governo e o setor mais produtivo,
que é o agropecuário, está precisando lidar, no mês de abril, com a invasão de
terras pelo MST em nove Estados e com o presidente Lula, segundo os jornais,
fazendo a seguinte declaração: “eles têm o direito de brigar”.
Vale dizer, invasão de terras, insegurança jurídica
para o setor brasileiro que mais progride (agropecuário) e um arcabouço fiscal
insustentável formam uma soma de más notícias que dá saudades do teto de gastos
que Michel Temer fixou para segurar a inflação provocada por um governo
absolutamente fragilizado, por uma política incorreta no campo econômico da
presidente Dilma, a qual acarretou o seu impeachment, levando à justa
declaração do presidente do Banco Central brasileiro do risco de medidas mais
drásticas do BC para combater eventual surto inflacionário.
Então, a falta de programa econômico, as declarações
levianas do presidente Lula, como essa das invasões do MST, a fragilização do
arcabouço, a falta de um plano econômico, uma política em que o dólar avança, a
Bolsa cai, geram uma sensação de que, com um ano e quatro meses, o governo Lula
ainda não fez um programa econômico para o desenvolvimento do país.
Ives
Gandra da Silva Martins é professor emérito das universidades Mackenzie,
Unip, Unifieo, UniFMU, do Ciee/O Estado de São Paulo, das Escolas de Comando e
Estado-Maior do Exército (Eceme), Superior de Guerra (ESG) e da Magistratura do
Tribunal Regional Federal – 1ª Região, professor honorário das Universidades
Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia),
doutor honoris causa das Universidades de Craiova (Romênia) e das
PUCs PR e RS, catedrático da Universidade do Minho ( Portugal), presidente do
Conselho Superior de Direito da Fecomercio -SP, ex-presidente da Academia
Paulista de Letras (APL) e do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp).
Crescimento econômico, equilíbrio nas contas públicas e ações favoráveis a um ambiente de desenvolvimento são algumas marcas significativas dos oito a
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