Sexta-feira, 5 de agosto de 2022 - 19h15
1-Por que tantas desistências?
“Há
algo no ar além dos aviões de carreira” dizia o Barão de Itararé, mestre do
humor e sátira política brazuka quando surgia alguma coisa estranha que
desafiava a lógica em temas que despertam paixões como o futebol ou a política.
Outro mestre, o Nelson Rodrigues, usava o fantasmagórico “Sobrenatural de
Almeida”, culpado por tudo o que acontecesse ao seu Fluminense e que foi
incorporado ao cardápio político nacional. Fico com os dois personagens e deixo
a bola quicando. Por que tantas desistências? Salvo engano são nove nomes além
de um partido inteiro, o MDB, que pularam fora. E o que há por trás de tantos
retrocessos? O fundo partidário e a fragilidade nas prestações de contas talvez
sejam a razão fruto de muitas possibilidades de fraudes, ajojos, butins e
sacanagens. E o que mais? Vamos convir que o establishment já fez a opção pelo
espectro de esquerda e que as “forças progressistas” festejam num cenário em
que ditam regras a imprensa dome$ticada, o poder judiciário, sindicatos, banqueiros,
empreiteiras, ONGs e classe média alta de servidores públicos na espera de retornar
ao lucrativo sistema do “querumêu”. E aquilo que se chama de direita com o agronegócio
incluso, está com as costas na parede aceitando como definitiva as pesquisas,
todas com cara de missa encomendada.
2-Partido
político: um negócio rentável, legal e seguro
Eles
são 32 partidos, cada um tem um nome e um número que o identifica e fica por
aqui. Olhando os estatutos de cada um, vemos que eles são mais parecidos que
botão de baixo de sanfona, baile funk ou dupla sertaneja. A monumental grana do
fabuloso fundo eleitoral já está no cofrinho dos partidos e ninguém tasca. Os
partidos são aqueles ajuntamentos com cara de clube todos com uma diretoria e o
DONO. O DONO indica a diretoria, faz a nominata, diz quanto cada candidato vai
receber de verba que pode ser grana, combustível, produtora, marqueteiro e
define como será a prestação de contas com valores em notas fiscais, recibos e contratos.
Além do DONO, os partidos têm advogados e contadores que são os importantes finalizadores
das prestações. Ele sabe da importância de como gastar – ou não gastar – o
dinheiro que recebeu do fundo partidário e não brinca com isso. É um negócio
como outro qualquer e por isso às vezes a realidade impõe gastar apenas uma parte
com candidatos que disputam um pleito no sacrifício, abdicando de uma eleição
majoritária arriscada, mas que vai lhe permitir forrar seu próprio bolso. A
operação é relativamente simples e segura. Como a fiscalização dos gastos e a
auditoria das prestações de contas são bastante precárias, as notas fiscais,
recibos e contratos dão a cobertura legal para “branquear o capital”. Simples
assim e sem riscos. A justiça visa e muito a prestação de contas dos ganhadores.
Um negócio legal e que leva o DONO do partido a novas mamatas com os eleitos.
3-A hora da onça beber água
Vão ocorrendo
as convenções e quem era candidato – Expedito Junior – diz que já não é. Dois
nomes que não eram e nem poderiam ser – Acir Gurcasz e Ivo Cassol – surgem
brandindo suas liminares e colocando água no chope de quem já estava na zona de
conforto. Acir que era considerado carta fora do baralho tenta a reeleição e
tem nomes de peso ao seu lado: Benedito do TCE, Daniel Pereira como candidato a
governador e Anselmo de Jesus do PT como vice. Cassol transforma em geleia o
que já era “prego batido e ponta virada”. Leo Moraes que tinha Jaqueline Cassol
como candidata ao senado terá que arranjar outro nome – será o Expedito? – e na
dança de vices balança o Sergio Gonçalves, procura-se um vice para Cassol e
trancado no cofre – caso exista – o vice do Marcos Rogério. Na canoa dos
desvalidos descem o rio Amir Lando, José Guedes e boa parte do MDB do Mosquini sem
candidato a governo, senado mas falando grosso sobre fazer 4 deputados
federais. Difícil. Para quem acredita na força do Cassol que é grande e existe,
vale lembrar que ele está fora do governo há 12 anos e qterá conquistar o voto
do jovem de 20 anos ou menos. Mas Cassol é um nome de peso que deixa a briga
para governador mais interessante. A luta pela única vaga a senado ficou mais
competitiva com Acir Gurcasz atual titular da cadeira e que vai tentar buscar
mais oito anos de mandato. Mas ainda podem surgir novidades. Afinal, o jogo só
acaba quando termina e o juiz ainda não apitou. Dá tempo ? Não sei. É como
penso.
Contato - leoladeia@hotmail.com
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