Sexta-feira, 8 de julho de 2022 - 12h35
Pesquisas
eleitorais – a desordem oficial institucionalizada
1-Controlar ou abrir a
porteira?
Para quem segura o fôlego com os resultados das
pesquisas eleitorais é como se voássemos numa montanha russa e o que se deseja
é a interrupção antes de outra onda de frisson e mentiras. Impossível crer que vários
institutos tenham resultados tão díspares, apenas fruto da metodologia aplicada
ou do intervalo praticado. É mentira, desonestidade e fraude. Ontem, o
Instituto Paraná Pesquisas divulgou uma sondagem nacional, com Lula e Bolsonaro
separados por seis pontos percentuais, diferente do resultado de 15 dias atrás
quando o Instituto Datafolha registrou a diferença de 19 pontos percentuais. Não
bate. Ontem a Q/Genial também anotou 14 pontos percentuais de diferença entre
ambos. Não se trata de enquete ou achismo. São pesquisas registradas em e por órgãos
competentes – ou seria in? – que deveriam estar com as lupas apontadas para
avaliar a moralidade e verdade do feito – ou seria malfeito? Uma corrente
behaviorista fala dos excessos de controles, da utopia da liberdade e verdade absolutas
e de um comportamento padrão – ou seria consciência universal? Nos consultórios
de psicologia o tema ganha repercussão, mas do lado de fora a negação vence.
Quem dita as regras sobres pesquisas age como uma
mula com antolhos prestando um desserviço à amada, idolatrada, salve, salve,
pátria democrática que a mim parece existir apenas nos gabinetes, envolta em
togas e descrita em linguagem rebuscada ou às vezes ao estilo Figueiredo do “prendo
e arrebento”. Como soe, as mulas circulam na praça, solenes, ciosas de suas
desimportâncias, sem virar a cabeça, enquanto as abóboras – ou seriam as pesquisas?
– se arrumam sozinhas na carroça, numa democrática bad trip brazuca.
2-Descontrole
nas redes e fogo no cabaré
Não é exercício de futurologia. É só constatação. O
prometido discurso para impedir as fake news no período eleitoral avança célere
para a “Casa do Crica”, calendas, ou pros quintos dos infernos, a depender do
freguês, que escolhe num cardápio recheado de maldades o que mais lhe envena o
fígado e a mente. Ora, as mazelas existem, estão aí explicitadas no dia a dia, existem
pessoas com sérios problemas de caráter ou de falta dele, mas a régua baixou demais.
A velocidade e quantidade de informação e desinformação com o advento das redes
criou um ambiente tóxico propício para o patrulhamento de indivíduos com
exposição de verdades, mentiras, falsidades, invenciones, vilanias, vinganças e
desforras com status de matéria jornalística checada. Tudo é permitido e de
preferência sem provas. De roubalheiras a adultérios, achaques, orientação
sexual e comportamentos sociais de uma forma geral, tudo está sendo revisto,
requentado e publicado. Aos novos “ghost writers” juntam-se os “behavior analysts” que via podcasts e quadros em programas
de rádios e tv distribuem ódio no atacado e varejo na busca dos likes que
realimentam a zoeira e fazem chover a grana.
Não sei onde isso vai parar, mas é fundamental que
pare. Abstendo-me de externar minhas preferências – o voto é livre, – temo pelo
day after eleitoral. Ganhe quem ganhar, não será fácil tocar a boiada brazuca faminta
e desesperançada. E creiam nada é tão ruim que não possa ser piorado. O cabaré tá
pegando fogo.
3-Política econômica de cegos
O expoente nas
pesquisas eleitorais da esquerda, Lula tem sinalizado com algo que revela o
Brasil movendo-se com a rapidez e a inteligência de um dinossauro. Sem projeto
estruturado de nação não percebe que a economia precede as outras pautas. Como
destinar recursos para a pauta primordial da esquerda – injetar dinheiro na mão
do pobre? De onde sairão recursos para educação, saúde, segurança e infraestrutura?
Como pregar para financistas, queixa-se um irritado Lula? “Eles não falam em
política social, em distribuição de renda e distribuição de riqueza. Só falam
de teto de gasto e política fiscal”. Sabemos todos que o Brasil tem um encontro
consigo a partir de janeiro com quem quer que seja, para administrar uma saída
ordenada do nosso próprio rolo imbricado com o novo rolo mundial. Não tratar a
sustentabilidade fiscal na campanha não retirará o tema da pauta no próximo ano
para quem ganhar a eleição. Duro é que fora a queixa citada do Lula, não há
nada sobre um plano que premie a única possível visão míope, inconsequente,
limitada que é a louvável distribuição de renda – não é mesmo dinossauro Suplicy?
– que infelizmente não existe para os cidadãos brasileiros, famintos,
descamisados, paupérrimos e desesperançados.
E respeitando mais uma vez as escolhas – o voto é livre! – a economia do Brasil para variar se ajustou, deu um novo salto e já se ouve na coxia Paulo Guedes cantando hinos ufanistas. Nada demais. É como se o dinossauro, sentisse com atraso que o seu rabo queima e tentasse apagar com mais fogo. É como penso!
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