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Leo Ladeia

Politica & Murupi - Heuro 12 anos: um sonho em 2011, um pesadelo em 2023


Politica & Murupi - Heuro 12 anos: um sonho em 2011, um pesadelo em 2023    - Gente de Opinião
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Quem sabe tivessem trocado o nome HEURO por outro, quando da troca do governo e o carma de obra atrasada estaria distante do malfadado hospital, uma encrenca que começou com outra lá em 2011. Pensado para no futuro resolver o caos do atendimento do João Paulo II, o Heuro se originou de uma constatação do CFM em 2011, que o João Paulo II era e talvez ainda seja, o pior hospital do Brasil. Ciente do que disse o CFM, o médico Confúcio Moura que era governador à época, falou sobre o possível hospital já em 2012. No ano seguinte o projeto ganhou fôlego e ele falou de um financiamento de 100 milhões pelo BNDES. Um pouco mais e em 2014 começaram as obras em PPP com previsão para entrega em 15 anos. Tudo ia bem até que a Polícia Federal em 2015 deflagrou a Operação Murídeos e lá estava o Heuro na alça de mira. O resultado foi a paralisação e o abandono total do projeto. No local onde as obras estavam sendo tocadas ficou o esqueleto e um prejuízo físico, moral e financeiro dos executores que literalmente pagaram o pato. O sonho chegava ao fim, mas a carência do hospital falou alto e ditou outro caminho.

Em 2019 a lesma voltou a andar colando a barriga noutro local pelas mãos do novo governador Marcos Rocha e pelo que li, vi, ouvi e entendi, estavam naquele momento todos irmanados no modo “TODOS JUNTOS VAMOS PRA FRENTE BRASIL!” e foi tudo muito rápido. Em maio o TCE doou 50 milhões para a obra, em junho o governador anunciou que a obra ficaria pronta em no máximo 4 anos ou talvez até em 2.

De repente uma nova ideia e o projeto original rumou para a modernidade com um viés de pouco aporte financeiro inicial. Era o projeto BTS – Build To Suit que em bom português significa um imóvel construído especificamente para atender à necessidade de alguém que irá alugá-lo com um contrato de longo prazo. Ocorre, no entanto, que algum descompasso atravessou o caminho do projeto e sete meses depois, em dezembro de 2020 um petardo disparado pela Assembleia Legislativa mudou o rumo da prosa. Avaliando hoje, eu tenho a impressão que ou o petardo foi um traque ou a graxa que azeitou a solução, se é que me fiz entender, foi grande e cara. Certo é que um mês depois, em 2020, o governo anuncia outro estudo para o sistema BTS e a seguir, em maio o governo de Rondônia apresenta o projeto aos investidores na B3. De novo a banda passou a tocar o “PRA FRENTE BRASIL” e todos juntos festejaram Rondônia ensinando ao mundo como é que se faz um trabalho bem feito e entramos no mundo espetacular dos negócios modernos, apesar de amuos da “tchurma de São Tomé” que só acredita vendo.

Como no comercial do Bamerindus, “o tempo passa o tempo voa” e em abril de 2021, um ano depois, o edital para o leilão foi lançado. De novo o bater do bumbo, foguetório, banda de música, risos, aperto de mão e a música símbolo do Heuro: “TODOS JUNTOS VAMOS PRA FRENTE BRASIL”. Era só esperar mais alguns dias e já teríamos o Heuro, porém o modelo BTS por ser pouco conhecido trouxe um ruído na comunicação dos especialistas de quase tudo que falavam do contrato por um tempo enorme e da grana pretíssima. Passado tal momento e dirimidas as questões financeiras e contratuais a banda volta a tocar o “PRA FRENTE BRASIL” e todos juntos aplaudiram em julho a concretização da “operação leilão bem sucedido” com o Grupo Vigor Turé sagrando-se vencedor. Era só festa não fosse um pequeno detalhe: o TCE doador de bufunfa$$$ (a cavalo dado não se olham os dentes) com autoridade de doador, fiscal e do alto da sela do cavalo que havia dado (ops! desculpem o cacófato, mas não resisti) avisa que tem gato na tuba. A música não sai, o músico enfia a tuba no tubo ou saco, o baile para, o salão é fechado e fica em recesso, até que em novembro o baile recomeça e o tango volta a se fazer ouvir na zona.

A partir dessa reviravolta em janeiro de 2022 o governo assina o contrato. A estrada está livre e os papéis mais ou menos arrumados. Aliás algumas licenças foram dadas, mas havia algumas providencias que deveriam ser tomadas com todo vigor, o que não ocorreu. A prefeitura solícita deu um tempo para aprontar o que faltava e mais outro tempo e como a promessa não se cumpriu e por força de um dispositivo legal que poderia penalizar ou o prefeito, ou o governador ou a ambos, a prefeitura botou a boca na tuba e soltou a nota que você vai ver ai, acompanhada de outra nota do governo reafirmando o descumprimento da obrigação de fazer da empresa.

Para não esquecer: o HEURO é uma obra estadual que recebeu apoio da prefeitura da capital por uma razão simples, o tal do hospital sonhado por Confúcio desde 2011 e que por alguns cálculos otimistas, pessimistas e eleitorais até poderia estar pronto, ficará sediado em Porto Velho que é a capital do Estado de Rondônia, copiou? Para uma obra destas o governador do estado e o prefeito da capital estavam, estão ou deveriam estar mais unidos que uva em cacho, mas a vida tem dessas coisas e aí o tinhoso atenta, a política esquenta, o esfíncter tenta, mas o churrio não aguenta e pelas pernas despenca inundando as calças, os sapatos e os coturnos e sujando as calças. Coisa feia...

Devo por amor ao que pintou à guisa de explicação verdadeira, dizer que a priori tanto a Prefeitura de Porto Velho como o Governo do Estado de Rondônia estão certos apontando o imbróglio da empresa contratada para execução da obra do hospital pela falta de providências. As notas oficiais da Prefeitura e do Governo provam isto e devo, com base no que li, vi, ouvi e entendi, dizer que sinto muito em meu nome e creio que reflito o pensamento do povo e fico nisso apenas.

Como o tema é Heuro, não falarei de outras obras e muito menos daquelas ligadas à saúde como as dos hospitais de Guajará Mirim, quase pronta há vários ano ou as do Hospital de Ariquemes onde houve até inauguração da pedra fundamental (ou seria filosofal?). São outros rolos e não vou misturar toucinho de porco com velocidade.


2-O ÚLTIMO PINGO

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Em 1850 a.C. na Mesopotâmia, Deus ordenou que Abraão fosse com os seus para o oeste viver na Terra Prometida. No caminho, Sara sua esposa e Agar sua serva lhe deram dois filhos e aí começa o conflito que ainda existe. A Torá, livro dos judeus, e o Alcorão registram a mesma história. Na Terra Santa, em 2000 a.C. os amoritas, canaanitas, jebulitas e hebreus todos descendentes de Abraão lutavam entre si por água e pastagens e a luta seguia. Em 1030 a.C., a região foi unificada, com os reinos de Judá e Israel mas o conflito não acabou. Após o nascimento de Cristo, um judeu, o império romano invadiu a Judéia deportando judeus em massa no fenômeno conhecido com Diáspora. Sem pátria, os judeus se espalharam, mas não perderam sua identidade. Enquanto isso os árabes do profeta Moisés, retomaram a Judeia, o império romano entra em decadência e o mundo toma outros caminhos. Em 1948, depois das atrocidades de Hitler e com a criação da ONU os judeus viram a possibilidade de criação de um estado para se instalarem e claro, na Terra Santa onde já estavam os árabes. Aí voltou o conflito ainda mais acirrado e aqui registro a desinformação dos “especialistas mundiais de tudo” que escrevem para uma imprensa que se enrola e enrola tentando contar a história do Hamas e do ataque a Israel. Claro que meu último pingo é raso, mas o link abre espaço para quem pensa por si e rejeita a visão de um só lado. Há muito mais que um Hamas libertário ou um Israel repressor. Como diz Zé de Nana que foi ajudante de pedreiro numa mesquita, “o buraco é muito mais embaixo”.

 

leoladeia@hotmail.com

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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