Segunda-feira, 6 de novembro de 2023 - 14h05
Não se pode dizer que Donald
Trump tenha sido um presidente da república nos moldes americanos. Sua figura,
sua fortuna pessoal, suas aparições e o estilo de viver às turras com parte da
imprensa que lhe era amplamente desfavorável davam pistas de que ele antes
mesmo da eleição enfrentaria problemas com a justiça. Denunciado por se
apropriar e reter ilegalmente documentos “top secrets” do governo, Trump está
em um ponto sui generis: acossado, gastando fábulas com advogados com punições que
podem leva-lo até à prisão, mas paradoxalmente vive a glória de ver o seu nome
como o mais aceito pelo eleitor para presidir novamente seu país e se joga com
a corda toda nesse projeto. Para um observador brasileiro, fosse aqui e seriam
favas contadas para Trump. Nossa cabeça brazuka se acostumou com a anulação dos
votos dados pelo eleitor alterando completamente a escolha do povo,
independente da quantidade de votos obtidos, como no caso de Deltan Dalagnol.
Infelizmente o Brasil tem o seu “tribunal eleitoral” onde não há escapatória. “É
caixão e vela preta”, como diz o Zé de Nana.
Bolsonaro que tem muito do estilo
Trump, tem um alvo nas costas posto antes mesmo das eleições em que foi
escolhido presidente e segue sendo caçado para segundo ele “ser alijado por
Alexandre Moraes da vida política”. Vencer aquela eleição foi um golpe para o
establishment e governar o país com seu estilo de esticar a corda o tempo todo
foi outra façanha. Suas brigas, desaforos, rixas, só ampliaram a possibilidade
de uma derrota para a reeleição e o saldo foi exatamente esse. Bolsonaro perdeu
para o establishment e não ficou nisso, o “animus furibundis” continua e chegou
até ao patético julgamento em que o ex-presidente se tornou inelegível por oito
anos de novo, ainda que isso não implique em duplicação da pena. Foi talvez pelo
que vejo, só a confirmação.
Volto ao Trump, cotado para
vencer as próximas eleições e releio a história americana. Em 1920 Eugene Debs
concorreu à presidência do país cumprindo pena na penitenciaria de Atlanta e o
mesmo pode em tese ocorrer com o Trump caso venha a ser preso. O fato de estar
preso não o torna inelegível. Nos EUA justiça e política são separados, a justiça
age nos tribunais com aquela coisa antiga de se “pronunciar nos autos” e a
questão política fica com os eleitores. Repito, nada, nem mesmo a cadeia, anula
os direitos políticos, que emanam da cidadania. Lá a vontade do eleitor é
soberana. Aqui, um juiz subverte a lógica pelo “inusual tribunal eleitoral”.
Um comentarista político escreveu: “No Brasil,
cidadania é coisa secundária, incerta, precária. Daí que um tribunal especial,
o TSE, tem a prerrogativa de decidir quem pode e quem não pode se candidatar a
cargos eletivos. No fundo, os juízes operam com o poder de cassar a soberania
popular e os eleitores perdem o direito de votar nos candidatos de sua
preferência. A tutela judicial dos eleitores ocorre sistematicamente nas
disputas a cargos parlamentares desde 2018, transformou-se em fator decisivo
nas eleições presidenciais. Quem ocupará o Planalto? Perguntem, antes, aos
Grandes Eleitores (os juízes), que dirão em quem os pequenos eleitores (o povo)
podem votar. Bolsonaro chegou à Presidência numa eleição marcada pelo veto
judicial à participação de Lula. Depois, como os juízes mudaram de ideia, Lula
retornou ao Planalto. A Lei nº 135 (Lei da Ficha Limpa) trouxe 10 situações
capazes de barrar a candidatos condenados por um tribunal colegiado, mesmo em
processos que admitem recurso. Voluntariamente, os políticos concederam aos
juízes a tutela sobre os eleitores e a partir daí a vaca foi-se aproximando
rapidamente do brejo e o resto você já sabe. Há uma troca. Os políticos liberam
a tutela sobre o eleitor esperando serem poupados de processos com punições
criminais.
Para encerrar, as denúncias contra Bolsonaro são graves passíveis de prisão, mas convenhamos que por mais que se busque e por mais que se arregimente, dificilmente ele encerrará sua vida política numa cela. Pagarão na verdade os quase 60 milhões de eleitores que o escolheram. Lastimável.
CPI
das ONGs no Senado pretende ouvir neste mês a dona Marina Silva para falar
sobre favores eventuais a ONGS mui amigas. Uma delas, o IPAM teria recebido R$
35 milhões do Fundo Amazônia. Desse montante, R$ 24 milhões foram utilizados em
consultorias e viagens. Se a dona Marina pular fora, o presidente da comissão,
senador Plínio Valério do PSDB-AM ira propor sua convocação. Hoje, a CPI da
ONGs é a única operando no Congresso e tem maioria oposicionista. O bispo Dom
Moacir Grechi conheceu bem a Marina e na última vez em que conversamos me falou
de alguns fatos sobre a tal moça que fariam corar o próprio Lule da Silva. Na
foto, o criador e a criatura. Dia desses vou falar de Don Moacir e um rolo publicitário
aqui de Porto Velho.
Como cortar a própria carne sem anestesia
A “tchurma do primário mal feito” disse: corte só depois da eleição. Dona Simone jurou: "Chegou a hora de levar a sério a revisão de gastos. Não é p
Deu o que o americano escolheu
Assisti parte do “esforço jornalístico na reta final” das eleições nos EUA durante a madrugada e vi duas desmobilizações que não estavam previstas.
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