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Leo Ladeia

POLÍTICA & MURUPI - Lembrando o Zekatraca


POLÍTICA & MURUPI - Lembrando o Zekatraca - Gente de Opinião

O saudoso jornalista e pândego Silvio Santos, a cada final de período eleitoral fazia blague com os candidatos perdedores cm a sua “balsa dos desesperados” que descia o Madeirão em direção ao barranco do choro com os rechaçados pelo eleitor. Além deles a carga era de sonhos desfeitos e dívidas acumuladas na campanha. A legislação mudou, a “balsa dos desesperados” com certeza continuará existindo mas outra balsa levará ao fundo do rio uma serie de nomes abatidos antecipadamente pela nova legislação eleitoral que proibiu as coligações partidárias e fim  de papo. A questão não é mais o financiamento, pois o povo, o burro de carga, o contribuinte que paga tudo compulsoriamente enfiou milhões de reais em partidos e nos bolsos dos donos de partidos para a “festa da cleptocracia”. É simples: tungam antes, fazem lambanças depois e são eleitos para continuar com a safadeza brazuca institucionalizada. Vamos por partes como faria Jack, o Estripador. 

Sobre a eleição para a presidente, parece que faremos a escolha entre o mal menor ou o menos pior: de um lado o atual presidente de falas truncadas, inteligíveis e pitadas autoritárias. Do outro lado a face da mesma moeda. Abstraindo-me da apaixonada discussão sobre a roubalheira, bebedeiras e a corrupção, ambos são exatamente iguais, apenas com sinais trocados. Um se diz de esquerda, mas é centrão e o outro é centrão, mas usa o botom de direita, o que leva o eleitor a opção pelo voto nulo ou abstenção, pagando a multa para não participar da festa. Aliás, fez certo o “piramidal MDB” rifando a candidatura da Simone Tebet para ficar nos dois lados. Não importa quem ganhe, o MDB como sempre será destaque no próximo governo.

Sobre a eleição estadual dava-se como certa a eleição de um dos três ou quatro postulantes que derrotariam o atual governador. O velho truque da galinha morta deu certo e o atual mandatário está vivo enquanto os postulantes batem cabeça se é que ainda as tem. E isso tem a ver com dois fatores novos. Dos velhos caciques poucos podem dizer que são donos de algum partido o que os impede de ordenar suas nominatas. De outra forma há a questão do impedimento de coligações partidárias. Cada partido se obriga a indicar um total de nove candidatos às vagas para oito deputados federais, inclusas as candidaturas femininas. Com tal corte, a indicação para Senado fica pendente da solução procurada para a nominata a deputados federais. E não é só. As vagas para estaduais ficam também represadas pois os partidos terão que equacionar o financiamento público em bases igualitárias e profícuas. As candidaturas fakes como aquelas de servidores públicos que passam um período de descanso sem se importar com o resultado caíram em desuso. Aos partidos importa apenas as que ajudarem um nome de grande cacife eleitoral a não entrar na “balsa dos desesperados”.

Convenhamos, porém, que está sendo hilário ver os campeões de votações em Rondônia pulando miudinho para entrar num espaço apertado passando pelo desconforto de serem rechaçados por quem não tem voto. É a vingança do sem voto. E como dizem os italianos, “la nave va” ou o Zekatraca, “la vai a balsa de bubuia”.    

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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