Quinta-feira, 14 de abril de 2022 - 13h56
O saudoso jornalista e pândego Silvio Santos, a cada
final de período eleitoral fazia blague com os candidatos perdedores cm a sua “balsa
dos desesperados” que descia o Madeirão em direção ao barranco do choro com os
rechaçados pelo eleitor. Além deles a carga era de sonhos desfeitos e dívidas
acumuladas na campanha. A legislação mudou, a “balsa dos desesperados” com
certeza continuará existindo mas outra balsa levará ao fundo do rio uma serie
de nomes abatidos antecipadamente pela nova legislação eleitoral que proibiu as
coligações partidárias e fim de papo. A
questão não é mais o financiamento, pois o povo, o burro de carga, o
contribuinte que paga tudo compulsoriamente enfiou milhões de reais em partidos
e nos bolsos dos donos de partidos para a “festa da cleptocracia”. É simples: tungam
antes, fazem lambanças depois e são eleitos para continuar com a safadeza
brazuca institucionalizada. Vamos por partes como faria Jack, o Estripador.
Sobre a eleição para a presidente, parece que
faremos a escolha entre o mal menor ou o menos pior: de um lado o atual
presidente de falas truncadas, inteligíveis e pitadas autoritárias. Do outro
lado a face da mesma moeda. Abstraindo-me da apaixonada discussão sobre a roubalheira,
bebedeiras e a corrupção, ambos são exatamente iguais, apenas com sinais
trocados. Um se diz de esquerda, mas é centrão e o outro é centrão, mas usa o
botom de direita, o que leva o eleitor a opção pelo voto nulo ou abstenção,
pagando a multa para não participar da festa. Aliás, fez certo o “piramidal
MDB” rifando a candidatura da Simone Tebet para ficar nos dois lados. Não
importa quem ganhe, o MDB como sempre será destaque no próximo governo.
Sobre a eleição estadual dava-se como certa a
eleição de um dos três ou quatro postulantes que derrotariam o atual
governador. O velho truque da galinha morta deu certo e o atual mandatário está
vivo enquanto os postulantes batem cabeça se é que ainda as tem. E isso tem a
ver com dois fatores novos. Dos velhos caciques poucos podem dizer que são
donos de algum partido o que os impede de ordenar suas nominatas. De outra
forma há a questão do impedimento de coligações partidárias. Cada partido se
obriga a indicar um total de nove candidatos às vagas para oito deputados
federais, inclusas as candidaturas femininas. Com tal corte, a indicação para
Senado fica pendente da solução procurada para a nominata a deputados federais.
E não é só. As vagas para estaduais ficam também represadas pois os partidos
terão que equacionar o financiamento público em bases igualitárias e profícuas.
As candidaturas fakes como aquelas de servidores públicos que passam um período
de descanso sem se importar com o resultado caíram em desuso. Aos partidos
importa apenas as que ajudarem um nome de grande cacife eleitoral a não entrar
na “balsa dos desesperados”.
Convenhamos, porém, que está sendo hilário ver os
campeões de votações em Rondônia pulando miudinho para entrar num espaço
apertado passando pelo desconforto de serem rechaçados por quem não tem voto. É
a vingança do sem voto. E como dizem os italianos, “la nave va” ou o Zekatraca,
“la vai a balsa de bubuia”.
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