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Leo Ladeia

Política & Murupi - O sanatório geral antecipa o carnaval no Palácio do Planalto


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1-Bolicho Brazuka sob nova direção

 

O “bolicho” que está com suas contas redondinhas vai trocar de gerente. Sai Jair com a preocupação de pagar as contas e entra Luzinácio, o irresponsável que quebrou o “bolicho” no passado de forma direta como se viu nas sentenças confirmadas em várias instâncias ou deixando que o grupo metesse a mão ou emprestando a quem não paga, enquanto o estoque de cachaça sumia das prateleiras. Hoje Luzinácio juntou um bando de gente pra dizer como será a sua gestão e como se estivesse com o diabo no couro velho, esperneou, babou, ficou vermelho e bem ao seu estilo, como se apoplético ou enfiado uns gorós a mais deitou falação sobre economia e aí o mercado pirou derrubando índices da bolsa e fazendo o dólar voar. O bagúio foi tão feio que Henrique Meireles, ex-presidente do Banco Central, que estava cotado pra tomar conta do caixa pegou seu boné e foi pulando fora não sem antes falar aos investidores num evento do BCG Pactual: “Hoje começou a falar e sinalizar uma direção à Dilma. Estou pessimista não tenha dúvida. Só posso desejar a vocês boa sorte.”  Mas não ficou só nisso. Luzinácio abriu a caixa de ferramentas dizendo que Guido Mantega braço direito de Dilma – Deus é mais Deus é mais! – está de volta na equipe de transição. Foi depois disso aí que surgiram os trovões anunciando a tempestade perfeita: o ministro Gilmar Mendes mandou devolver ao descondenado aquela grana que havia sido bloqueada em suas contas e a toada foi alé, posto que nada é tão ruim que não possa ser piorado. Lá no Rio de Janeiro o Tribunal de Justiça revogou os mandados de prisão preventiva contra Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, que fez uma delação premiada botando o nome da Globo e de gente inatacável tipo assim “da melhor qualidade” na boca do sapo e da qual até hoje pouco se sabe. Certo é que o destino do Cabral está nas mãos (Adivinhou? ) do STF o que o torna um provável possível candidato a sair pela porta da frente da cadeia e ganhando o meio fio já que a única coisa que ainda o mantém é a sentença do carrasco dos malfeitores Sergio Moro e que está sob análise da 2ª Turma daquela Casa. Só para lembrar Cabral tem 23 penas pela Lavajato e ganhou 436 anos e 9 meses para ver o sol nascer quadrado todos as manhãs. Às vezes fico pensando se o ideal não seria facilitar as coisas e entregar o Brasil aos bandidos (TODOS ELES) de qualquer corrente, facção, partido, igreja ou foro. Prender bandido por que ou para que? A cadeia é segura, não existe assalto, tem comida, visita íntima, apoio religioso, televisão, ninguém trabalha, tem ajuda financeira e com sorte e apoio do próprio estado é possível morder uma indenização. Difícil? É nada! Nos bons tempos em que o juiz Sérgio Moro ainda não tinha caído em desgraça, o próprio ministro Gilmar Mendes disse alto e bom som: "na verdade o que se instalou no País nesses últimos anos e está sendo revelado na Operação Lava Jato é um modelo de governança corrupta, algo que merece o nome claro de cleptocracia". Pois é... O tempo relativiza verdades, cancela sentenças e altera jurisprudências ou até cláusulas pétreas da constituição.       

 

2-Apertem os cintos, o piloto sumiu  

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Desde aquele domingo quando o servidor público coordenador das eleições revelou a apuração dos votos que pouco se sabe do homem encarregado de gerenciar o Poder Executivo. O sempre inconformado e irascível Bolsonaro parece ter perdido de vez a vontade de comandar, falar, brigar e bater boca, a sua marca cotidiana. Abandonou o avião como um paraquedista e deixou o país num momento insólito. O escolhido para substituí-lo está arrumando a casa, mexendo-se com toda desenvoltura, visitando o Congresso, Tribunais e fazendo o que mais gosta: política. Ocorre que ainda faltam 50 dias para que ele receber a faixa, (será que vai ter isso?) sentar na cadeira e realmente começar a governar e enquanto isso cabe ao Jair continuar trabalhando – está sendo bem pago para isso – e claro, “já ir se acostumando” como gostam de espicaçar os seus adversários. Mas não é só no Palácio que se sente sua ausência, inclusive entre ministros mais próximos. Depois de formar uma bancada conservadora no Congresso, ele abandonou as negociações para eleições das mesas da Câmara e do Senado, quando poderia firmar-se como a grande opção de oposição liderando ainda que sem mandato o importante espaço da direita. E seu governo termina de forma melancólica também em relação ao resto do mundo em crise e transformação. Ignorado por autoridades internacionais, sem o contato ansiado todos estes dias pelos fiéis eleitores e apoiadores espalhados em verde e amarelo pelas cidades brasileiras, Bolsonaro lembra aquele homem que disse chorar sozinho no banheiro. E não faltam eventos para marcar sua passagem como a Copa do Mundo, ou a Cúpula do Clima no Egito, para onde irá o Luzinácio. Como não há vácuo de poder, não só o substituto, mas os nomes mais influentes na política vão ocupando os espaços e abrindo caminhos para a sobrevivência na política. Já se vão onze dias desde que sua derrota foi anunciada e esse tempo é demais na política. Para os conservadores ficará a tarefa de reafirmar a existência de uma direita vigorosa que terá de andar com as próprias pernas. Não será fácil como não foi fácil abrir espaços, lutando contra a esquerda com um líder combatido e combalido, mas que deixou o legado exaltando os valores de liberdade, patriotismo e família. Para Zé de Nana, “Isso nunca aconteceu antes, mas o imbrochável brochou”.

 

                  3-O que dá para rir dá pra chorar. 

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Quando vi hoje cedo a nota pública das Forças Armadas – que para tristeza do bispo de Aparecida – continuam amadas segundo pesquisas não eleitorais, juntei outros recados como o de ontem do Luzinácio, que apavorou o mercado, as falas em contradita de três economistas, Henrique Meireles, Mailson Nóbrega e Armínio Fraga, a matéria do jornal nacional da Globo sobre o relatório das Forças Armadas  (com jeito de boleto pelos serviços prestados) e até a jura de Waldemar da Costa Neto sobre se tornar oposição ao governo (quem acredita?). Os  recados tem o mesmo destinatário: Luzinácio. Porém, o recado em forma de Nota à Imprensa do Ministério da Defesa teve como destinatário o servidor público graduado, Alexandre Moraes. É que ao ser indagado sobre quais providências ele adotaria para atender o pedido das Forças Armadas para investigação urgente do relato de possíveis fraudes nas urnas, ele fulminou: “esse assunto já se encerrou faz tempo”. A nota de forma clara e definitiva reafirma o posicionamento das Forças Armadas sobre as manifestações, a defesa do povo e suas funções constitucionais previstas no artigo 142 e que lhes cabe. Volto à fala de ontem quando Luzinácio como se ainda estivesse no palanque eleitoral disse que Bolsonaro humilhou as Forças Armadas e volto à nota do Ministério da Defesa que como se vê tem Luzinácio novamente como destinatário. Carteiros me deixam de orelha em pé como qualquer jumento leiteiro e o clima de notas e recados mal humorados é propício para surgirem as narrativas, fake News e processos engendrados pela esquerda que só alimentam a treta que se instalou no país. No tópico anterior falei que Bolsonaro está “mais quieto que guri cagado”, mas conhecendo seu estilo e ferocidade é melhor que fique assim como está, pelo menos até janeiro quando a partir de então começaremos uma nova vida abundante, usufruindo o mar de cervejinhas e papando picanha e linguiça a rodo. Mais que isso - promessa de campanha - , desejo o estado focado na atenção às necessidades básicas de segurança, saúde e educação para os vulneráveis, previsibilidade para quem produz, paga imposto, gera emprego e sem querer abusar, quero liberdade de opinião, transparência, honestidade e austeridade com o erário. Simples: não roubar e não deixar roubar. É difícil eu sei, mas é meu recado.  É assim que penso!

Contato - leoladeia@hotmail.com

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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