Sexta-feira, 28 de outubro de 2022 - 16h45
1-Chegou a hora da onça beber água
“Alea jacta est” ou se preferem a língua dos
croupiers, “Senhores, no mas”. Agora vamos ver quem tem garrafa pra vender.
Convenhamos, foi uma campanha eleitoral de baixo nível, sem propostas – e não
venham com as manjadas cartas ao povo, ao mercado ou ao raio que o parta – e
sem decência de ambos os lados. Passada a refrega sobrará um candidato não
confiável sob o ponto de vista da honradez, da ética, e da moral ou um outro aturdido
que não soube se defender quando lhe pespegaram a fama de fascista, miliciano e
genocida. Mito para seu eleitor, o presidente viu o seu adversário sendo mais
eficiente com as narrativas emparedando e a ponto de abrir espaço para que o
líder petista o arrastasse para um humilhante segundo lugar no primeiro turno.
Mais perdido que cego em tiroteio e tendo que administrar a pandemia jamais
vista ou enfrentada por qualquer nação, o presidente sem os recursos de
oratória e dando a cara a tapa perdeu a eficácia que a máquina pública em suas
mãos poderia lhe eferecer. E pior que isso, ao distribuir benesses aos aliados
deixou do Congresso deixou um rabo que podia ser visto do espaço e de novo
abriu espaço para narrativas que fez com que o lulopetismo colocasse em pé de
igualdade orçamento secreto, mensalão e petrolão. Some-se a isso a chicana
jurídica orquestrada pelo ministro Fachin que desceu mais fácil que mingau de
aveia e aí foi ao chão a tese de que para falar mal de Lula e do PT bastava
contar a verdade. O STF inverteu o rumo da prosa, Lula se travestiu do herói
que venceu a Lavajato e o STF pairou sobre o Brasil. Quem vai ganhar eu não
sei, mas...
2-...quem
bate muito e não consegue o nocaute também cansa
Para colocar o seu adversário
na lona imaginava-se que o presidente em exercício iria mostrar suas
realizações e aplicar “jabs políticos” mostrando a verdade das patifarias de
Lula e do PT ao povo. Bater de forma explícita nas falcatruas do opositor seria
o caminho mais previsível, mas durante a pandemia Bolsonaro e o seu séquito de
marqueteiros familiares se enroscaram. Ao optar pela comunicação via redes
sociais dispensando a mídia tradicional principalmente o rádio e a televisão, o
marketing carluxista cometeu seu primeiro pecado mortal, pois ao priorizar a
web como estratégia abriram o flanco para que Lula e PT que apanhavam mais que
tapete em dia de faxina, entrassem no mesmo espaço virtual dando estocadas. A
guerra suja se instalou, as mentiras ou fake news dominaram a cena e Bolsonaro
que massacrava o adversário sentiu o cansaço de bater sem que atingisse o
nocaute e foi às cordas. Ao invés de atacar o adversário Bolsonaro e o seu
governo passaram a se defender das narrativas sobre a gestão da pandemina, a falta
de vacinas, de insumos e o genocídio. Mas como tudo que é ruim pode piorar, o
governo fez uma série de troca de ministros de saúde dando lenha para o fogo da
narrativa que já o consumia. A saída era buscar apoio e apesar do poder de fogo
que tinha no Congresso e com o qual poderia influenciar ou até mesmo barrar a
CPI da Covid, caiu na arapuca e aguentou um massacre diário que nascia no
Congresso e se espalhava como fogo de ladeira acima pelos canais de TV que
haviam sido esquecidos. A CPI não deu objetivamente em nada mas o palanque foi
bem utilizado e o governo gerencia até hoje o estrago político a que foi
submetido. O presidente que tem um trecho bíblico seu mantra, esqueceu Salomão
que em Provérbios cap. 16 vers. 18 ensinou: “A soberba precede a ruína, o
espírito arrogante vem antes da queda”. Mas, crenças à parte, o problema
basilar foi a péssima - quando houve - comunicação pública além da escolha de
um tema fora da pauta atual: a guerra ao esquerdismo, socialismo ou comunismo.
É que aí a antítese de 64 voltou à cena e uma improvável ditadura militar
surgiu como algo a ser combatido. Junte-se a ideia arrogante da impossibilidade
de convívio político com a esquerda e isso fez com que o não menos arrogante
Judiciário que já estava do outro lado do balcão pulasse de mala e cucuia para uma
frente fake anti-ditadura. Para Zé de Nana, o amigo do meu amigo e o inimigo de
meu inimigo são meus amigos. O rascunho é tosco mas explica sem que seja
preciso desenhar as dores do presidente que se avolumaram até hoje.
3-2023: Amanhã será um novo dia
Não
importa quem vença a eleição o ano de 2023 não será fácil para nós pobres nacionais.
O mundo está em crise e nós não somos uma ilha de prosperidade ou de tragédia.
Quem vencer a eleição assistirá um Brasil que é ainda desconhecido. As velhas
raposas políticas estão sendo substituídas por seus filhotes, ávidos como seus
pais das divinas tetas brazucas. A nossa plebe rude continuará recebendo uma
porcaria de serviço público, “muito do meia boca” e pagando o preço de serviço
de primeira linha dos países de primeiro mundo. Os novos que chegarem aos
cargos ou os velhos que se mantiveram nos feudos estarão famintos e cheios de
ideias para se perpetuarem e conseguirem mais verbas, cargos e regalias. Quem
pensa em reformas estruturantes é bom ir tirando o cavalinho da chuva pois isso
não interessa ao “centrão” que no frigir dos ovos é que dará as cartas.
Independente do resultado eleitoral, 2023 nos aguarda com a carga tributária
pornográfica, com as reformas estruturantes paralisadas, com o tripé saúde,
segurança e educação em nível trágico e a depender de quem vença o pleito sem
qualquer orientação de crescimento econômico já que a bússola da esquerda está
travada e só aponta para um passado anacrônico. Para quem sonha com a picanha e
a cervejinha será preciso muita paciência pois a desigualdade histórica,
propícia à manutenção dos currais dos analfabetos políticos seguirá incensada
por programas de distribuição de dinheiro, oferta de proteína em níveis abaixo
dos recomendados e principalmente mantendo o ensino na base do “faz de conta
que eu ensino e você faça de conta que aprende. Como todo brasileiro já fiz a
escolha pelo nome que representa um Brasil produtivo e moderno e, mesmo não
sendo obrigado a votar face à minha idade estarei cumprindo minha obrigação
cidadã, fiel à minha história
conservadora, aos valores de probidade, honestidade e honradez, de obediência
à nossa constituição hoje tão ultrajada até por quem deveria guardá-la, de
crença nos princípios basilares como a igualdade, a liberdade de expressão e de
pensamento como direitos absolutos e por acreditar que só a educação pode
redimir a nação. Vou votar e não anular, deixar em branco ou me abster. Deus abençoe
nossa escolha. É assim que penso!
Contato - leoladeia@hotmail.com
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