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Leo Ladeia

POLÍTICA & MURUPI - Presentes para o futuro


POLÍTICA & MURUPI - Presentes para o futuro - Gente de Opinião

                                               

1-Desplanejando o futuro      

                                                                              

Não é fruto de esquerda ou direita, até muito pelo contrário. O Brasil de Paulo Freire e seus apóstolos chegou à bifurcação e distante da ciência só temos duas vias para andar com nossas muletas: o bacharelismo fruto de anos do desprezo pelas ciências e o achismo tão em voga, reforçado nas e pelas mídias sociais, onde cada um se tornou da noite para o dia com o apoio luxuoso do Google um “multiespecialista em tudo”. Mas estaria eu sendo reducionista se visse tal tragédia como fenômeno apenas brazuka. Entre os Brics, a Russia, China e Índia navegam na tecnologia com desenvoltura apesar de conviverem com suas outras mazelas culturais, políticas e religiosas. Mas nossa quizília é brazuka. Fizemos opções erráticas ao nos aproximarmos de países pobres e subdesenvolvidos e acreditem, com uma panca imperialista – que o diga nossos vizinhos andinos e o Paraguai – mas desenvolvendo uma relação de subserviência com as grandes potências entregando minério de ferro e recebendo dobradiças, pregos e parafusos. Mas como tudo que é ruim pode piorar e até sem muito esforço, resolvemos deitar falação sobre o melhor tratamento para as doenças, o melhor modelo econômico, as raízes da inflação, os gêneros e até produção cultural com algo tipicamente brasileiro, o “funk carioca”, apesar do nome. E dá-lhe Anita! De propostas mesmo só as dos candidatos que nem falam mais em educação e sim em ajuda social, picanha e cerveja olhadas com rigor pelos paladinos da democracia ensinada pelo judiciário nas suas pregações e ativismos diários. Importa mesmo que tenhamos a urna eletrônica tão genial e segura que nem precisa de aperfeiçoamento ou teste de falibilidade. Tristeza! No celeiro do mundo milhões passam fome e tomam água contaminada pelo esgoto jogado a céu aberto. A novidade de agora é o crime de opinião, cópia brazuka do George Orwell que cria uma reserva de mercado para quem erra e não paga. Ora, se a proposta é cerveja, bolsa governo, picanha se é isso que importa por que o esmero para escrever ou saber aritmética? O mundo corre para solucionar demandas, mas nós podemos esperar. Afinal somos o país do futuro. Né não?

 

  2-Cassol planejando o futuro  

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Cassol é um animal político com memória de elefante, disfarce do urutau, esperteza do macaco e a sutileza da sucuri. Passou 12 anos quieto e de repente surgiu como se esse tempo tivesse parado. Cassol tem outra característica que vi quando o desconhecido prefeito do interior chegou no dia da convenção do PSDB e com apenas 2% de intenção de votos deu um nó em todo mundo, aceitou uma vice decorativa que mal conhecia e ganhou o governo contra todas as forças políticas do estado. O estilo de fazer campanha é insano e a história de que dorme tarde e acorda cedo é pura verdade. Os marqueteiros ficam loucos, mas seu fiel escudeiro Jari Luiz já se acostumou e aceita o ritmo sabendo que Ivo é o marqueteiro dele mesmo. Esta semana Ivo desistiu da candidatura que havia lançado há poucos dias. Contudo, o que para muitos pode parecer derrota para mim é só mais um golpe do estrategista. Afastado da política e com uma condenação na justiça sabia ser impossível participar da eleição como de fato se deu. Ocorre que num curtíssimo espaço de tempo Ivo dominou a cena político, mostrou que o comando do estado passa por ele, mostrou-se ao eleitor fiel que acreditava e acredita nele e veio a revelação de que ele detém 30% dos votos de Rondônia. É mais que suficiente para manter-se na crista da onda. Cassol com a jogada apropria-se do discurso do injustiçado, um argumento fortíssimo se bem explorado politicamente e prepara-se para a ousada cartada de reaparecer daqui a 4 anos vitaminado , “soldado” e em condições de reassumir a candidatura ao posto de governador com boas chances de vitória.    

 

3-E para onde vão os votos do Cassol? 

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Em Rondônia o fenômeno de transferência de votos não existe e não será com Ivo Cassol que isso irá ocorrer, mas os 30% de votos que ele tem – ele garante que é muito mais – estão por aí soltos e serão predados pelos seus adversários já que ele se ausentou da peleja. É de se imaginar que os maiores beneficiários serão o Léo do Podemos, Marcos Rogério e Marcos Rocha, não necessariamente nesta ordem já que todos possuem perfil bolsonarista. Por conta do fenômeno de não transferência de votos, creio que a candidata Jaqueline Cassol pode sofrer maior impacto pela associação do sobrenome na cabeça do eleitor. Assim como entrou na eleição bagunçando o coreto, Cassol sai dela desorganizando os planos traçados pelos concorrentes. Imaginem se isso ocorre em nível nacional se de repente um dos dois líderes das pesquisas – Bolsonaro e Lula – desistissem da refrega e para onde os votos iriam. Se estava difícil prever o resultado da eleição com o Narciso, o espelho mudou de posição, mas a dúvida permanece e nem os adivinhos podem supor o que virá. É como penso.

 

Contato - leoladeia@hotmail.com

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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