Terça-feira, 11 de março de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Leo Ladeia

POLÍTICA & MURUPI - Que tal pôr o Brasil nos trilhos


POLÍTICA & MURUPI - Que tal pôr o Brasil nos trilhos - Gente de Opinião

1-Planejamento não depende de slogans


Concentração de estradas federais e federalizadas no Brasil

Durante a campanha para eleição a presidente da república em 1920, Washington Luiz cunhou a expressão “governar é abrir estradas”. Nem de longe pensou que após 102 anos o Brasil com seus 8.516 mil km2 teria a quarta maior rede de estradas e rodovias do mundo. São 1,8 milhões km de extensão, frota de 40 milhões de ônibus e caminhões rodando sobre 65 mil km de rodovias pavimentadas, 10 mil km de não pavimentadas, 700 mil km de estradas de terra, além das vicinais que ligam povoados, distritos, vilas e fazendas pelo país.

POLÍTICA & MURUPI - Que tal pôr o Brasil nos trilhos - Gente de Opinião

Malha ferroviária brasileira

Sobre ferrovias, que tristeza! So ridículos 30 mil km mal distribuídos e utilizadas. ~Quase nada em hidrovias. O petróleo está no fim, mas batemos no peito com o conto do vigário da autossuficiência. “O petróleo é nosso” é só um slogan como tantos. Temos pouco a fazer a menos que o mercado que precisa de alimentos e commodities injete recursos para virarmos a chave e iniciarmos a revolução multimodal que não dependa apenas do caminhão, mas de trilhos, aerovias e hidrovias. Ocorre que nossa imprevidência e ufanismo nos impedem de ver que estatais como Petrobrás ou salvadores da pátria não resolverão as demandas nacionais e a tendência então é se perpetuar a cupidez irresponsável de recursos com o agravamento perene de crises.          

2-Mas por que não privatizar?

POLÍTICA & MURUPI - Que tal pôr o Brasil nos trilhos - Gente de Opinião

Abstenho-me de falar sobre corrupção este câncer enraizado no serviço público em todos os níveis, inclusive ou principalmente nas empresas estatais ou paraestatais. Olhando a carta constitucional, foco nos deveres do estado para com o povo. Educação, saúde e segurança são o tripé de demandas elementares que agregam ainda as questões ambientais, justiça, trabalho, emprego, cidadania, etc. A contrapartida vem do povo pelo trabalho que gera o imposto que em tese atenderia as nossas demandas. A carga tributária alta e a pirâmide social invertida são as duas principais condições para o esgarçamento do tecido social e aprofundamento das desigualdades criando duas classes de cidadãos. Junte-se a isto a desestrutura política, feudos político-partidários, alta concentração de renda, dívidas sociais históricas e fica a pergunta? A quem interessa manter empresas como as Rongás, Petrobrás, Eletrobrás, etc., que em nada contribuem para solução das questões mais comezinhas e que só drenam recursos? Será que o exemplo das privatizações das teles foi insuficiente? Que tal pelo um debate racional mesmo sem o compromisso de fazer ou não algumas privatizações?

                                                                  

                  3-Custo de oportunidades ou como aproveitar o cavalo que passa selado na porta  

POLÍTICA & MURUPI - Que tal pôr o Brasil nos trilhos - Gente de Opinião

O mundo pirou com a guerra da Ucrânia, mas convenhamos que era uma tragédia anunciada. A invasão da Criméia, a ciberguerra nas eleições nos EUA, a mudança no eixo econômico para Pequim, a dependência do gás da Rússia, a desatenção da OTAN com avanços beligerantes, a ojeriza alemã pelas centrais nucleares, tudo estava bem claro. Putin foi para a guerra no estilo seis dias e hoje encara o dilema de ter que avançar por não poder mais recuar. O mundo começa a sentir o frio, a fome e a incerteza enquanto o Brasil tem área plantada para suprir a fome, commodities e um distanciamento do teatro de guerra. As oportunidades e a razoável credibilidade para receber recursos externos estão aí. Abrir-se mais ao mercado seria o caminho lógico, mas o Brasil não é para amadores. É de nossa natureza saltar no escuro, passear no abismo e agora a novidade entre nossos “estadistas de araque”: o hábito de falarmos mal do Brasil. Uma volta na Europa e alguma “insanidade” se dana a falar de nossas crises como se ninguém as tivesse, inventando números e se curvando como um mestre salas de carnaval. O mundo quer saber sim da amazônia, dos direitos humanos, mas o que quer mesmo do Brasil é comida, diversão e arte. Hora para negociar como fazem os grandes e de trazer dinheiro gringo para turbinar estatais, abrir vagas de empregos, modernizar processos, vender nossos aviões, concessões de aeroportos e dar de lambuja o rebolado da Anita, as festas de carnaval, as praias, etc. e sem o chororô esquerdista do “Não à privatização” que nem mesmo o Partidão usa mais. É como penso!


Contato - leoladeia@hotmail.com

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoTerça-feira, 11 de março de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

O buraco é mais embaixo

O buraco é mais embaixo

As relações entre EUA e Brasil lembram o início de um jogo de buraco. Ninguém baixa o jogo, cada um tenta a canastra real na mão e o descarte na mes

Uma excelente ação de governo

Uma excelente ação de governo

Nascido em 2008 com Roberto Sobrinho, o projeto vestibular municipal virou ação de governo para estudantes de baixa renda que não acessam cursinhos

Do palanque ao picadeiro

Do palanque ao picadeiro

Depois de se livrar da cadeia com a esquisita e providencial mudança de rumo nos processos e após a “ixpetacular” vitória sobre o Biroliro, coisa nu

Sem paraquedas

Sem paraquedas

A “primeira cumádi” pediu e o Grande Líder a mandou num rolê internacional, tudo pago no cartão com assessores e até um dos quase 40 ministros. É ca

Gente de Opinião Terça-feira, 11 de março de 2025 | Porto Velho (RO)