Sexta-feira, 12 de agosto de 2022 - 15h25
1-Porteira
aberta
Há algo no Brasil que afeta pelo menos 30 milhões de
pessoas: há 4 anos o salário mínimo não tem um ganho real. Um pouco mais: o
reajuste cobre o índice da inflação num período, porém a perda do valor ocorre
todos os dias. E mais: quem vive com o salário mínimo - ou menos - paga sobre o
que consome o mesmo que pagam o banqueiro, industrial, produtor rural ou o
servidor público de alto escalão. O salário mínimo é determinado pelo patrão -
o governo - com base em estudos e cálculos feitos pelo governo. Ora, é normal
que o patrão determine quanto quer pagar pelo serviço que contrata. No governo
também é assim, ou pelo menos deveria. Ontem o STF foi - vou chamar de parcimonioso
- ao votar contra um aumento pedido pela Associação dos Magistrados do Brasil e
PGR que queriam 40% de reposição em seus ganhos. O STF bateu o pé e reduziu
para 18%, o que vai alterar o salário mensal - R$39.000,00 - dos onze ministros
do STF para R$ 46.000,00. Nem farei a conta, seria pois o salário mínimo - que
nem todos ganham - é R$ 1.212,00. Ocorre que o aumento no salário de ministros
do STF, NORMALMENTE APROVADO
pelo Congresso PELAS CAUSAS E EFEITOS CONHECIDOS, dispara o efeito cascata ou
se preferem, arromba a cerca. Aí, a pátria amada idolatrada, salve, salve, não
se salva. Paulo Guedes não gostou e está pulando mais que Saci Pererê em chapa quente.
Mas acho que a jogada dos “capa preta” é aquela do tipo “vai que cola”. É inacreditável.
Só me pergunto por que um ministro que nem fez concurso público, tem que ganhar
R$ 1.533,33/ dia fora os penduricalhos legais, apesar de imorais?
2-Briga
de foice no escuro
Há quem conte com o ovo na galinha e está rasgando
roupa e goela num “já ganhou” insano do seu candidato de estimação que pode
render sua sinecura em 2023. Tarefa difícil para os cabos eleitorais que pululam
como cachorros sem dono em Porto Velho. Tubaína, café, pão com mortadela,
cadeiras de plástico e está pronto o cenário para a visita do “homi” que mudará
os destinos do cabo eleitoral se for eleito. Aí o candidato chega sorrindo,
apertando mãos e de repente mete a boca no trombone mostrando que tudo está
errado e que só ele pode consertar. A cena se repete às vezes no mesmo dia e local,
mudando apenas o candidato e o cabo eleitoral. As promessas e o vitupério
acusatório vão na mesma toada. Palmas, mais tubaína, mortadela e não está fácil
para ninguém. Vejam as nominatas para deputado federal. Nove nomes
obrigatoriamente para cada partido. É gente demais. Tem gente apeada da
nominata como Carlos Magno que encara o paradoxo de perder a vaga pelo seu bom
desempenho eleitoral ou Expedito Jr que entrou, saiu, voltou, negou e agora
pode dizer que sim. E tem gente como Cassol de olho na justiça, só no campo dos
governadoráveis. Há quem torça contra, a favor e tem Zé de Nana que diz: “o cercado do STF só tem um aramezinho de
nada colado no chão. A boiada toda vai passar”. No planalto a guerra continua
com esquerda e direita e nada de terceira via. É briga de cego armados com
gilete, faca, navalha, caco de vidro e ódio. O bicho tá mais que feio e vai
pegar. É a treva!
3-Enquanto isso
a justiça míope está de olho
Pilotando um monumental desgaste perante opinião pública, fruto do ativismo judicial, o STF e seu puxadinho TSE estão comemorando um movimento que tem como ponto máximo a carta assinada por entidades diversas e figuras públicas com quase um milhão de assinaturas em defesa da democracia e contra a desarmonia entre os poderes. O STF entra na parada – para utilizar o juridiquês – como “amicus curiae” como se ele mesmo não fosse parte integrante da tal desarmonia. Basta lembrar os casos de processos patrocinados pelo STF em que atua atropelando a lei como Delegacia de Polícia, Ministério Público, Procuradoria Geral, Juizado de Primeiro Grau e, claro, como Suprema Corte. É sui generis e supimpa. Como posso depreender, o STF e seu TSE são ao mesmo tempo, tudo ao mesmo tempo agora. O problema é que isso é claro como a luz do dia e as pessoas se acostumaram a fazer seus julgamentos pessoais ainda que não dominando os caminhos e/ou descaminhos do direito. A velha frase repetida pela ministra Carmem “cala boca já morreu”, realmente morreu e o povo se acha no direito – ainda que contestado por alguns ministros do STF – de emitir sua opinião e brigar por ela. “Ipso facto”, a Suprema Corte está enredada no cipoal que ela mesma criou e criar a explicação racional para manter ou fulminar a candidatura Bolsonaro que está no olho do furacão e com denúncias já aceitas. Para Zé de Nana “sabedoria quando é muita, vira bicho e come o dono”. Tradução: “o mar não está pra peixe nesta eleição nem para o TSE e os puxadinhos estaduais. Aliás por que um órgão tão caro só para cuidar de eleições? Poucos países têm órgãos similares ao TSE e nenhum com tantas atribuições e tantos poderes. É como penso!
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