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Leo Ladeia

POLÍTICA & MURUPI - Viva la democracia por supuesto


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1-Samba do crioulo doido                    

                                      

15 de setembro dia da democracia! Ouvindo a juíza Rosa e procurador Aras fui catapultado para as exéquias da rainha Elizabeth e fiquei de cara com um rito de togados vivos e um ritual da morta. Lá um ritual esperado e planejado para homenagear uma lenda. Aqui o ritual de passagem para uma corte superior que bem poderia ter seu custo e tamanho compatíveis com a importância de guardar a Constituição. Não temos monarquia, mas sempre é possível improvisar. Para “especialistas” a pompa e a circunstância estão nas escolas de samba com rainhas e mestres salas num reino de três dias e no resto do ano os feudos públicos nos ministérios – 39 só com a Dilma – nas estatais a exemplo de Petrobrás, no congresso, assembleias e câmara de vereadores e nas cortes superiores – cinco no total – tudo pago religiosa e compulsoriamente pela plebe rude que assiste a tudo democraticamente calada. Mas, de volta às falas, a ministra disse que a democracia é inegociável e que “vivemos tempos particularmente difíceis da vida institucional do País, tempos verdadeiramente perturbadores, de maniqueísmos indesejáveis”. Achei que a ocasião seria propícia para um mea culpa da nova presidente pelo comportamento da casa, mas nada. Como Narciso o STF só vê seu reflexo e nesta linha de reclamar dos reclamos a suprema Rosa começou e encerrou. Do Aras eu não esperava muito, mas ele saiu-se pior que o soneto e possíveis emendas: “O quanto para nós, como brasileiros, é gratificante saber que tivemos um 7 de Setembro pacífico e ordeiro, sem violência”. Aí tive a certeza que Stanislaw Ponte Preta permanece vivo e escrachando Brasília e que seu fantasma assombra a Ilha da Fantasia com seu “samba do crioulo doido”.

 

 2-Devolução da grana confiscada

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Não tenho a intenção de adivinhar o que se passou por dentro do reluzente cocuruto de um certo ministro do STF quando ordenou o baculejo contra um grupo de oito empresários que na falta do que fazer jogou conversa fora e pecado dos pecados, falou sobre política e pior, contra a esquerda brazuka. Deu no que deu: do Oiapoque ao Chuí o STF desagradou gregos, troianos cariocas e baianos, além de membros da própria Corte. O processo sem pé e sem cabeça começou no STF sem a participação do Procurador Geral, do padre, do bispo ou sei lá mais quem e numa ação sem precedentes, houve o bloqueio das contas dos indigitados. Consta que a ideia era fechar o canal de abastecimento de grana para impedir possível golpe antidemocrático que poderia ou iria acontecer     ali pelo dia 7 de setembro. Não sei ao certo se o tal golpe não aconteceu por conta da ação preventiva ordenada pelo STF ou se, simplesmente como parece mais plausível, o golpe era só um achismo. Juro que não sei. Não vou tentar adivinhar também porque depois de passados alguns dias da data em poderia haver o frustrado golpe, a grana foi desbloqueada. Claro que nesse clima de exacerbação da vida democrática – e viva la democracia – me ocorreu que se havia antes uma intenção dos oito, pode ser que ela ainda exista e aquí mora o perigo. O Vei da Havan e os sete cavaleiros do apocalipse podem pegar a grana e pah – Deus nos livre e guarde – dar um golpe      na calada da noite. Certo é que a grana dos oito já pode ser usada e que o ministro deve estar careca de saber que o Brasil – aí inclusos velhinhos e novinhos do Whatsapp – querem mais é sossego como diria Tim Maia.  

 

3-07 de Setembro – Um 07 de Setembro do povão

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À primeira vista seriam aproximadamente 10 candidatos brigando pela cadeira de governador de Rondonia, mas a política não é cartesiana. Passeando entre coordenadas e abscissas estão infinitos pontos desenhando as curvas das improbabilidades e verossimilhanças. Acrescentando-se pontos fora das curvas, dados jogados aleatoriamente ou pior as sentenças condenatórias definitivas e o inferno está pronto, pintado e acabado. De início quem iria supor que PSDB, PT e PMDB ficariam fora? E quem iria supor que Cassol se lançaria candidato    com aquele bitrem de votos? Ao saírem da disputa o MDB e o PSDB abriram a avenida para o desfile da Escola de Samba Unidos pelo Cassol. Sobraram os arranjos esperados: Marcos Rogério, Leo Moraes e Daniel Pereira que viu a possibilidade de trocar uma candidatura ao Senado pela vaga do Marcos Rocha. Ficaram sete nomes com os agregados Pimenta e Valclei, ambos com poucas chances. De repente e é bom que se diga que era sim esperado, a justiça emparedou Cassol que esperto renunciou à candidatura preservando-se para o futuro e agora Valclei do AGIR foi também apeado da refrega. Dos sete ficaram cinco e a pesquisa aponta para três com o favoritismo de Marcos Rocha. Como já disse, a política não é ciência exata, cartesiana. Um ponto fora da curva com o ex-deputado federal Carlos Magno vai impactar no resultado e caso ele se bandeie de mala e cuia para um lado deve alavancar a campanha do atual governador na ponta da pesquisa, ainda que saibamos que votos não se transferem, mas nomes fortes influenciam. E os votos do Cassol para onde irão? Faltam 16 dias para o primeiro turno, mas falta muita tinta e o quadro não foi pintado. Simples assim. É como penso.


Contato - leoladeia@hotmail.com

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