Sexta-feira, 2 de outubro de 2015 - 05h23
Fruto da decisão da construtora da Madeira-Mamoré de buscar um local onde navios de grande porte, com cargas pesadas, pudessem aportar sem riscos de bater em pedras e irem para o fundo, a escolha recaiu numa área 6 KM Madeira abaixo onde se formou uma comunidade chamada que passou a ser denominada Porto Velho.
A história pode também ter outra versão caso se imagine que o local escolhido o foi por interesse do governo do Amazonas em não permitir que a estação inicial da ferrovia ficasse no Estado de Mato Grosso, na vila de Santo Antonio que, com a decisão de transferência acabou minguando até que em 1945 foi agregada, como bairro, a Porto Velho.
Comumente historiadores se prendem à primeira versão, e não compete a este Jornal discutir qual das duas é a correta, até porque da decisão acertada, ou da visão além do horizonte do governador Jonathas Pedroza, do Amazonas, surgiu o município, em 1914, cuja sede logo se tornaria a urbe líder da calha do Rio Madeira, ultrapassando, logo e muito, a cidade-mãe, Humaitá.
Mas o município que surgiu com o ato de Pedroza era muito menor, em importância econômica, população e área física, do que aquele gerado pela caneta do presidente Getúlio Vargas quando juntou terras do Amazonas e Mato Grosso, importância que vem se agigantando em razão do trabalho, da coragem e da vontade de fazer de brasileiros e não brasileiros que se instalaram na região.
Importância que ficou maior quando o presidente JK mandou abrir uma estrada ligando Brasília a Porto Velho e, assim, permitiu que a vila que surgiu dividida entre duas nações, perto do rio era americana, e da Avenida Divisória (Presidente Dutra) brasileira, se tornasse a partir de então numa espécie de centro de uma malha rodoviária que só teria dimensão duas décadas depois quando o asfalto chegou aqui.
É bom lembrar que daquele ato – nem tanto de Jonathas Pedroza, mas da empresa em transferir sua estrutura para outro local, estamos completando 101 anos como município, desde 1943 Capital do Território Federal e, a partir de 1981, do Estado.
Há muito o que escrever sobre Porto Velho e sua caminhada nestes 101 anos, até porque cremos haver uma caminhada melhor e mais apurada para os próximos 101 anos. Para contar, cada um, sua versão sobre a cidade “Orgulho da Amazônia Ocidental”como diz seu hino de autoria do poeta e acadêmico Cláudio Feitosa, convidamos um grupo de historiadores.
Nesta edição está o município de Porto Velho, contado pelos historiadores Abnael Machado de Lima, Aleks Palitot, Sandra Castiel, Yêda Borzacov e Dante Ribeiro da Fonseca, além do poema épico “Porto Velho”, de Bolívar Marcelino.
Feliz aniversário para todos nós, de Porto Velho, nativos ou não!
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