Segunda-feira, 31 de agosto de 2015 - 07h10
Professor Nazareno*
O indígena Evo Morales, presidente constitucional da Bolívia, disse recentemente em uma base militar de seu país que se derem um golpe e expulsarem a Dilma Rousseff da presidência Brasil, assim como o PT, o quase falido Partido dos Trabalhadores, os bolivianos poderiam invadir o nosso país para, dentre outras coisas, salvaguardar a democracia no continente. Muitos brasileiros ficaram furiosos com as declarações mal-educadas e utópicas do mandatário cocaleiro. Dentre as muitas tolices que os nossos compatriotas falaram foi que a Bolívia é fraca, quase não tem Forças Armadas, a sua população mal chega a 10 milhões de pessoas e que numa guerra de verdade nós, os “valentes e destemidos guerreiros verde-amarelos”, faríamos picadinho deles em poucas horas. Ouvi até uns pseudopatriotas e idiotas gritarem “SELVA”.
Claro que jamais entraríamos em guerra contra os nossos irmãos bolivianos, assim como fizemos contra os paraguaios no século dezenove. Motivos suficientes não há, pois a democracia brasileira não corre nenhum risco iminente. E depois, o Brasil só entra em guerra para agradar a outro país e nunca a si mesmo: contra o fraco Paraguai, covardemente nos juntamos à Argentina e ao Uruguai para defender os interesses da Inglaterra. Isso sem falar que os brasileiros de um modo geral amam de coração o povo que habita além do rio Guaporé. Se não é verdade, por que vamos todo mês comprar produtos “made in China” dos nossos “hermanos”? Por que muitos de nossos alunos, Rondônia e Acre inclusive, invadem as várias universidades de lá para cursar Medicina? Por que fazemos vistas grossas quando os bolivianos aos montes vêm trabalhar aqui?
A população boliviana é pequena, mas desconheço um povo que tenha tanto nacionalismo quanto eles. No campo de batalha creio que até venceríamos, só que teríamos alguma dificuldade. Com que patriotismo e amor enfrentaríamos uma guerra para defender o nosso país? Bravura mesmo dos brasileiros só para roubo e corrupção. O caso da Petrobras é emblemático. Destruímos sem mais nem menos uma das maiores empresas petrolíferas do mundo. Mas e se os bolivianos nos vencessem? Seria muito bom para o Brasil, pois devolveríamos o Acre o pediríamos de volta o cavalo que demos em troca daquele charmoso Estado. Sairíamos no lucro. E por causa da EFMM, já destruída e abandonada, eles poderiam querer Rondônia também. Seria uma dádiva.
Sem Rondônia e sem o Acre o nosso país ficaria bem melhor, claro. Se a terra Karipuna fosse entregue, sem nada em troca, o abacaxi ficaria só com os bolivianos e o lucro seria total para o Brasil. Sem fumaça, sem viadutos inacabados, sem ponte escura, sem Rua da Beira, sem Hospital João Paulo Segundo e sem Espaço Alternativo seria o máximo para qualquer país. Quem sabe se os bolivianos não gostariam também de ficar com Mauro Nazif e com o resto dos nossos políticos? Podem levar a ALE inteira e também a Câmara de Vereadores de Porto Velho que poucos brasileiros sentirão falta. Se isso acontecesse, juro que até torceria pelos inimigos. Mas não haverá guerra. Nem contra o povo amigo da Bolívia nem contra nenhum outro povo ou país. Problemas internos de nações soberanas devem ser resolvidos pela própria nação e pela sua gente sem precisar de declarações desastradas de aventureiros irresponsáveis. Que fase, hein?
*Es Maestro en Puerto Viejo.
Ex-metalúrgico, Luiz Inácio Lula da Silva caminha para fechar seu terceiro mandato como presidente do Brasil. É um político respeito nos fóruns inte
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