Quinta-feira, 28 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

Açougueiros de Boi-Bumbá


Açougueiros de Boi-Bumbá - Gente de Opinião

Ariel Argobe

No dia 25 de julho de 2010, desembarcou no porto do Cai N’Água, em Porto Velho, vinda direto da ilha de Tupinambarana, a encantadora e novíssima alegoria que magistralmente representava o bumbá de Dona Georgina Costa. Tratava-se de uma verdadeira escultura articulada, confeccionada pelo genial artista parintinense Marcos Azevedo, o ‘Marquinho’, que oculta, sob segredo absoluto, sua formula para confecção do ‘Boi da Tradição’, o Caprichoso. Para o artista, contar detalhes e mostrar como se confecciona um bumbá, isto pode acabar com a magia do festival.

Naquela ocasião, Ariel Argobe teve a honra de recepcionar a nova alegoria e abrigá-la em sua residência, até sua partida para Guajará-Mirim, onde passou a morar no Bairro Tamandaré. O símbolo máximo da Nação Vermelha Branca ali residiu até a data de sua partida para Natal (RN), onde se apresentou pela última vez no dia 23 de maio, na Teia Nacional da Diversidade. Naquele dia aconteceu, literalmente, a matança e esquartejamento do boi de D. Georgina.

O Bumbá foi para Natal intacto e inteiro, mas voltou esquartejado. Isto mesmo! Segundo informações fidedignas, na hora do embarque, de Natal para Porto Velho, quando a dupla dublê de ‘Jack, o Estripador’, um renomado artista da agremiação e seu comparsa, que ocupa relevante posição no bumbá, souberam do valor a ser pago para transportar a alegoria - aproximadamente dois mil reais - então tiveram a infeliz ideia de fatiar, como se fosse bife, a mais relevante escultura da brincadeira de bumbá, objeto que na época custou cinco mil reais - inclusive preço de camaradagem, uma vez que o tripa do Caprichoso (Marquinhos), é muito amigo de Estelina Cunegundes e Ivete Manussakis, que encomendaram a peça para o Festival de Guajará de 2010, e que, nos dias de hoje, não sai por menos de quinze mil reais.

Um Festival que enfrenta problemas dos mais variados matizes, que não aconteceu em 2013 e que corre sério risco de não acontecer em 2014, tem em seu elenco de ‘artistas prata da casa’, gente desta ‘catigoria’, com ‘sensibilidade e perícia de um ‘Jack, o Estripador’.

Se por ventura o Festival Folclórico de Guajará-Mirim entrar realmente em declínio, vindo mesmo a desaparecer, deixando na orfandade e despregados diversos artistas, fica a certeza de que alguns deles serão absorvidos pelos açougues da cidade, onde poderão exercer a profissão de açougueiros.

Gente de OpiniãoQuinta-feira, 28 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

A concessão de abono natalino a servidores públicos

A concessão de abono natalino a servidores públicos

Pessoalmente, não vejo nenhum problema no pagamento de abono natalino a servidores públicos, desde que seja autorizado por uma lei, apesar de muita

25 de novembro - a pequena correção ao 25 de abril

25 de novembro - a pequena correção ao 25 de abril

A narrativa do 25 de Abril tem sido, intencionalmente, uma história não só mal contada, mas sobretudo falsificada e por isso também não tem havido

Punhal verde amarelo

Punhal verde amarelo

Tive acesso, sábado, dia 16 de novembro, a uma cópia do relatório da Polícia Federal,  enviado pela Diretoria de Inteligência Policial da Coordenaçã

Pensar grande, pensar no Brasil

Pensar grande, pensar no Brasil

É uma sensação muito difícil de expressar o que vem acontecendo no Brasil de hoje. Imagino que essa seja, também, a opinião de parcela expressiva da

Gente de Opinião Quinta-feira, 28 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)