Segunda-feira, 13 de janeiro de 2020 - 13h49
Na quinta-feira 09 de janeiro
de 2020, no programa de rádio CBN, “A Política como Ela É, o jornalista Kennedy
Alencar, ao ser entrevistado no referido programa, teceu algumas considerações
sobre certos aspectos de conteúdo e de
conduta do ministro da educação brasileira, Abraham Weintraub. A seguir, o registro
de algumas das suas falas.
Para este, ele é a síntese da
miséria cultural do Brasil, nesses tempos de governo Bolsonaro, sem as mínimas
condições intelectuais e administrativas, de exercer uma função pública.
Ao comentar sobre os
escorregões do ministro em questões de ortografia, considera pior, ele maltratar
a educação brasileira. “É Grosso, despreparado, arrogante, infantil e
deslumbrado. Reúne todos os defeitos que um ministro não deve ter”, além de não
Apresentar nenhuma proposta concreta
para a educação, enfatizou Kennedy.
Ainda segundo o jornalista,
Weintraub faz uma guerra cultural do mais baixo nível, incentivando a caça a
“supostos professores comunistas”, numa campanha constante de difamação das
universidades brasileiras.
Nessa mesma linha de
contundentes críticas ao ministro, Kennedy também mirou sua artilharia para o
governo no seu contexto mais geral, afirmando que apesar de ser eleito
democraticamente, fugiu aos debates como estratégia, que pudesse “evidenciar sua incapacidade, e a
base de fake News”.
Considera Bolsonaro, “o
cidadão mais despreparado e inadequado a sentar na cadeira de Presidente da
República, além de ter montado, “a pior equipe da história republicana”, de tal
sorte a considera-la, “um grupo que tem a barbárie como projeto de governo”.
Concorde-se ou não com as
questões pontuadas por Kennedy, importa ponderar, o que de verdadeiro existe em
suas considerações.
De fato, o ministro Weintraub,
pelas suas constantes manifestações nos meios de comunicações ou nas redes
sociais, tem dado provas da sua inabilidade política, da sua incompetência e do
pouco trato com as importantes questões da pasta que comanda. É de um desprezo
atroz para com os professores das Instituições Federais de Ensino Público
Superior, como se estes, se constituíssem em seus inimigos. É de uma postura
tão desrespeitosa com essas Instituições, como se elas, não exercessem nenhum papel
relevante, naquilo que se constitui de mais fundamental para a construção de
uma sociedade, que é a formação da mão-de-obra qualificada, o desenvolver de
saberes, conhecimentos, e a produção de pesquisas para o desenvolvimento das
ciências, e a consolidação do pensamento científico brasileiro.
Nessa perspectiva, criou uma
narrativa recorrente, no sentido de “rotular” a Universidade brasileira, como
um “antro” de consumidores de drogas, o espaço de doutrinação onde se veicula
ideologias “esquerdistas”. Nada mais falso e mentiroso, considerando o imenso
universo de comunidades acadêmicas que se fundem nesses espaços. Ainda que aconteça
algum tipo de transgressão em seu meio, isso não pode ser representativo de uma
escala, que extrapole para além do que de fato ocorre.
Vejam, existem muitas
Universidades brasileiras, cujo contingente de pessoas que nelas circulam,
equivalem ou ultrapassam, a quantidade de cidadãos e cidadãs, que habitam
determinadas cidades do País. Por analogia, na medida que as universidades, são
a expressão da nossa sociedade, tudo que acontece nas cidades, pode acontecer
também, em determinada medida, nas universidades, ora bolas.
Quanto ao governo em seu
conjunto, pode-se dizer, corroborando com o pensamento do jornalista Kennedy,
que ele reúne o que há de mais atrasado, naquilo que consideramos como processo
civilizatório. Um governo que vai na contramão da história. É espantoso, o
nível de truculência, de inabilidade em muitos dos seus auxiliares diretos, no
trato com temas fundamentais que deveriam balizar uma política de governo. É
vergonhoso, ver membros da sua equipe, passando vexame, tanto do ponto de vista
da nossa sociedade, como no concerto da comunidade internacional, tal o
despreparo com que lidam ou tratam assuntos das suas respectivas pastas. Chega
a ser risível para não dizer trágico, o grau de inapetência, evidenciados nos
seus movimentos e atitudes. Nada mais coerente, seguindo a própria linha de
conduta do seu líder, o Presidente da República.
Bolsonaro, é desses acasos da
nossa história. Não foi eleito por apresentar uma plataforma coerente,
substancial, relevante, pré-requisitos essenciais para um postulante ao cargo
de mandatário de uma Nação, mas reunia em si, a antítese do que aspirava um
segmento importante dos eleitores brasileiros, qual seja, o antipetismo, o antilulismo, personificação do mal para os
brasileiros. Dentro dessa perspectiva, criou-se toda uma estratégia, uma
narrativa, utilizando-se de legiões de fake News, que inundaram as redes
sociais, como porta-vozes do “novo”,
satanizando tudo que se vinculava
ao universo petista ou à esquerda de um modo geral, tendo na corrupção, um dos
seus principais motes. “PT, lulismo,
esquerdismo, nunca mais”. Essa foi a tônica que pontuou o discurso pró
Bolsonaro.
Embalados por esse pensamento,
elegeu-se o candidato mais despreparado, mais incompetente, mais fora de rumo
das questões que são essenciais para a construção e uma sociedade, pautada em
princípios de cidadania, de humanidade, de solidariedade, em fim, de uma
sociedade que seja a expressão do que possa existir de mais avançado, no
contexto de um mundo mais desenvolvido.
Felizmente, passado um ano de exercício de mandato, alguns que estiveram na linha de frente desse governo, já se dão conta do quão equivocadas foram suas escolhas. Agora, analisando melhor as questões objetivas, das ações concretas praticadas por um governo no qual acreditaram ser a redenção do País, tratam de se retirarem dessa “caoa furada” antes que ela naufrague de vez.
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