Domingo, 19 de janeiro de 2020 - 19h17
Conta-se, que certa manhã,
Camilo, estando na Praça Nova, no Porto, encontrou negociante seu conhecido,
sobraçando grande quantidade de livros.
Ao Vê-lo, Camilo, disse-lhe a
sorrir:
- “Tantas livros leva! …”
Respondeu-lhe o homem, com a
boca cheia de risos:
- “ São para meus
filhos…São quatro quilos de conhecimento! …”
- Quatro quilos de
sabedoria!? …” - Repetiu
o romancista. – “Veja lá se o roubaram no peso…”
Possuir muitos volumes,
nas estantes do escritório, para deslumbrar amigos e conhecidos, é coisa, em
regra, de novo-rico.
Livros alinhados, perfilhados,
encadernados a pele, com lombadas a oiro, não representam, nem cultura, nem sabedoria.
Há quem compre colecções
inteiras, convencido que ao adquirir livros a metro, se torna culto…apenas
decoram estantes…
Não é fácil ter uma boa
biblioteca; depende do gosto literário, da profissão, e da capacidade de cada
um.
O advogado, o economista, o
engenheiro, e o médico, por exemplo, necessitam, além das obras basilares, que
todos devem conhecer, livros técnicos, que lhes forneçam informações úteis para
a profissão.
Cada qual deve escolher, na
imensidade das obras, que, quase diariamente, se edita, os livros que lhe
agrada e que lhe possa ser útil.
Um pouco de tudo – a meu ver, –
será o ideal, tendo em conta a idade.
Além dos autores basilares, na
língua portuguesa (Camilo *, Eça, Machado de Assis, Garrett, Alexandre
Herculano, etc. …etc. …) que convêm conhecer, pelo menos as obras mais
conhecidas, há vantagem de possuir punhado de clássicos, principalmente os acessíveis
à maioria dos leitores, como: Frei Heitor Pinto, Manuel Bernardes, Francisco
Manuel de Melo, António Vieira, Frei Luís de Sousa, Francisco Rodrigues Lobo,
por exemplo. (S. Tomás, aconselha: não ir directamente ao mar; mas pelos
pequenos ribeiros. Tudo depende da capacidade e da preparação.)
Dos estrangeiros poderei, entre
outros, citar: André Mairois, Ortega y Gasset, Pascal, Teilhard de Chardin,
Bacon, Marco Aurélio, Platão, La Bruyère, Erasmo, Descartes, Montaigne, Balzac,
Azorín, Shakespeare, Kant, Proust, Tolstoi, Claudel, Stendhal, e muitos outros,
que por ser lista extensa, não devo mencioná-los em artigo de jornal.
Há, todavia, autores, para quem
desejar informações úteis e proveitosos conselhos, (livros de cabeceira,) que
são: - em minha opinião, – imprescindíveis: Carrel, Sertillanges, Jean Guiton,
Mário Gonçalves Viana, Marden, Billy Graham, Fulton Sheen, Montapart e a Bíblia
(pelo menos o Novo-Testamento).
Além dos mencionados, que
considero basilares, há outros de igual quilate, mas seria impossível
mencioná-los, aqui.
Termino, com palavras de André
Mairois:
“ Ter cultura, não é
saber de tudo um pouco; também não é saber muito dum só assunto. É conhecer a
fundo alguns grandes espíritos, alimentar-se deles, assimilá-los.”
Deve-se ler, reler, tresler, e
meditar no que se leu.
Padre Manuel Bernardes
aconselha, até, que é: “Mais frutuoso, e menos cara a lição moderada dos
mesmos livros, do que a demasiada de vários.”
*)”El
Amor de Perdição”, de Camilo, es uno de los libros fundamentales de la
literatura ibérica (castellana, portuguesa y catalana) – Unamuno- “Por tierras de
Portugal y España”.
Em recente pronunciamento, na véspera da reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em 10/12/2024, onde se decidiria pela conclusão,
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